Sábado, 4 de janeiro de 2025 - 14h57
Iniciamos o ano 2025 com as esperanças murchas porque na qualidade de
cidadãos e de povos nos encontramos envolvidos num dilema político-económico
que se pode ver equacionado na constatação da realidade que Henry Kissinger
“inocentemente” outrora revelava: “Ser inimigo dos EUA é perigoso, mas ser
amigo é fatal”!
Em questões de aprendizagem de interesses europeus, von der Leyen e a EU
precisariam de frequentar um pouco da escola turca de Erdogan que usa e abusa
da NATO e da Federação russa na defesa dos interesses turcos!
Talvez no decorrer deste ano os EUA optem mais por uma estratégia
económica e isso crie espaço para a Europa poder pensar em realizar-se, libertando-se,
pouco a pouco, das peias do preponderante pensamento anglo-saxónico...
O chefe da NATO (Rutte) quer ver propagada na União Europeia uma
“mentalidade de guerra” (discurso em Bruxelas 12.12.2024) e que a força económica
seja canalizada para a indústria da guerra, apelando também à redução dos
direitos sociais dos cidadãos, exigindo para isso cortes nas pensões, etc....
Humano seria acabar-se mundialmente com as sanções económicas pois quem
mais sofre com elas são as populações; um outro impulso seria fomentar-se o
incremento das indústrias nos países sem o nível económico da Europa. Este
poderia ser o início de uma economia mundialmente mais justa e de uma política
mais séria que não precisaria de ser sustentada por guerras...
António da Cunha Duarte Justo
Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9720
O RIO E A ALMA PERDIDA
Havia um tempo em que o rio corria livre, serpenteando vales e montanhas
com a graça de um dançarino ao som de uma música suave e delicada imbuída da
ternura de Bach. Nesse tempo, a sua água clara refletia o azul do céu, as copas
das árvores e era lar de libelinhas, peixes e passarinhos que enchiam o meio
envolvente com cantos e cores. As pessoas vinham até ele, deixavam as roupas
nas margens, mergulhavam nas suas águas, colecionavam pedrinhas e pescavam
trutas que se escondiam sob rochas cintilantes. O rio era mais que um caudal de
água; era um confidente, um retrato da natureza e, em muitos aspectos, um
espelho da alma humana.
Mas o tempo foi passando, e as mãos humanas interferiram no curso do
rio. O que antes era uma dança despreocupada transformou-se em algo contido,
forçado. Barragens ergueram-se como muralhas, prendendo a correnteza, apagando
curvas e lagos que, um dia, haviam sido refúgio de vida. Várzeas inteiras
desapareceram sob as águas turvas, junto com os telhados de casas e memórias
que antes respiravam esperança. O rio, agora engolido pela represa, não se
reconhecia mais a si mesmo. Suas águas estagnadas refletiam tristeza, e o seu
murmúrio tornou-se num lamento que se fazia sentir no subir da bruma cinzenta.
Uma noite, sentado à beira do rio transformado, ouvi seu desabafo. Ele
falou-me de sua dor, de como sentia saudades de ser livre, de carregar folhas,
galhos e sonhos em seu percurso até ao mar. Compartilhei da sua tristeza, pois
em sua transformação eu via um reflexo do que acontecia à humanidade. Assim
como o rio, as pessoas também haviam perdido a sua essência, a sua alma.
Convidei o rio para dividirmos o mesmo travesseiro de memórias. Fechamos
os olhos juntos, tentando reviver um tempo em que sonhos individuais tinham
espaço para florescer, livres das imposições de uma sociedade massificada e sob
o controlo de forças estranhas. O rio contou-me que seu destino não foi escolha
sua, assim como a alma humana não escolhe ser moldada por forças que a afastam
de sua natureza autêntica. Ele lamentava como a sua água havia sido canalizada
para um propósito impessoal, reduzida a uma fórmula de H2O que sustentava uma
civilização sem alma.
“E os humanos?”, perguntou-me o rio, depois de uma pausa de silêncio.
“Vocês também estão presos em barragens invisíveis, perdendo a identidade ao
serem agrupados em massas. Antes, cada um de vós era como um cristal único e
brilhante; agora sois apenas parte de um fluxo amorfo. Ninguém ouve mais o
murmúrio de sua própria alma, apenas ouve e segue o eco da corrente dominante.”
Eu nada respondi, pois sabia que o rio estava certo. Olhei para o céu,
buscando uma resposta que não veio. As águas calmas da represa refletiam
estrelas, mas era uma calmaria que escondia uma verdade inquietante. Como o
rio, também me sentia preso, não mais um indivíduo, mas parte de uma massa que
se movia ao sabor dos ventos anónimos.
Naquela noite, prometi ao rio que guardaria suas memórias e suas
lágrimas. Decidi que não deixaria minha alma ser submersa pelo lago da
conformidade. Talvez, como o rio, eu pudesse encontrar um caminho de volta à
liberdade, mesmo que apenas em sonhos, ou numa de troca de saudade
transcendente que salda a dor da humanidade no colo da natureza.
E assim adormecemos, o rio e eu, com a esperança de que, um dia, tanto
as águas como as almas reencontrariam o seu curso verdadeiro.
António da Cunha Duarte Justo
In Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9716
e em Poesia de António Justo
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