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Só otimismo não ajuda a resolver os problemas crônicos do Brasil


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A imagem do Brasil que resultou das urnas de outubro do ano passado em nada parece reproduzir mais adequadamente a realidade da sociedade brasileira. Cinco meses se passaram depois que o presidente Lula assumiu o comando na Nação, pela terceira vez, e os brasileiros ainda não conseguiram experimentar os efeitos materiais sobre os seus padrões de vida. Uma coisa começa a marcar o cotidiano dos cidadãos: o Brasil esperançoso de 30 de outubro de 2022 mostra-se, hoje, cheio de desesperança. Senão todos, mas, com certeza, a grande maioria da população, como ficou atestado em pesquisa realizada pelo Instituto Paraná, entre os meses de março e maio de 2023, sobre a popularidade do governo petista, alvo de minha recente colaboração.

A alegria, que caracterizou os primeiros dias de governo Lula, cedeu lugar à tristeza, enquanto o presidente vive sorrindo de orelha a orelha, como se isso bastasse para resolver as mazelas sociais contra os quais a população se debate.  O otimismo é importante na vida do ser humano. Não se tem dúvida disso. As pessoas otimistas geralmente saem-se melhor em suas áreas de atuação, porém o sorriso otimista sem apontar caminhos diferentes dos que vêm sendo trilhados pela sociedade assoberbada de dificuldades as mais diversas, é o mesmo que malhar em ferro frio, ou seja, não produz nenhum efeito prático. O otimismo transbordante do presidente até pode contagiar seus séquitos, mas não tem o dom de extirpar problemas crônicos nos setores da saúde, educação, economia, entre outras áreas do governo.

Importantes setores da economia brasileira ainda não compreenderam direito que caminhos o governo pretende dar a politica econômica. Ora Lula fala uma coisa; ora a presidente de seu partido, Gleisi Hoffmann, fala outra; ora, ainda, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, intenciona outra coisa. No fundo, ninguém se entende. Mal começou, o governo já se tornou refém do Congresso, cujas verdadeiras intenções todo mundo conhece, com as devidas exceções, principalmente o presidente da República, que, diante da primeira e acachapante derrota, cuidou logo de mandar abrir as comportas dos ministérios para liberar bilhões de reais em emendas parlamentares. Só otimismo do presidente Lula não vai resolver os problemas do Brasil.

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