Quinta-feira, 21 de janeiro de 2021 - 10h26
Cansei de ouvir frases como
essas de minha mãe e de minha avó.
Serviram para a vida, de tanto
martelarem como diriam elas, no “juízo”.
Oportuno ditado, para
simbolizar, um certo mal estar, ainda que disfarçado, negado, desmentido, nas
relações diplomáticas Brasil e China.
O atual governo, pautado não
sei por quais critérios, achou por bem, abandonar uma política multilateral, que
sempre norteou as relações diplomáticas brasileira, por um unilateralismo ao
meu olhar suicida, suponho arriscar, escudado na figura do todo poderoso
Presidente dos Estados Unidos, Donald trump.
Colocou em risco uma trajetória
pautada na sensatez, a prudência e na mediação
da diplomacia brasileira, respeitada no mundo inteiro, pela sua
moderação, trocando-a, por um ativismo mambembe, que só a tem comprometido, no
tempo que dura, a atual gestão da nossa República.
Alguns integrantes de governo,
no que tange às relações internacionais, têm agido como verdadeiros pit bulls,
perdendo de vista, a noção do que venha a ser,
um comportamento onde se impõe a diplomacia. Me lembra aqueles lutadores
de ruas, selvagens brucutus, agindo sem nenhuma regra, sem nenhum código de ética,
de respeito ao adversário. Ou de outra, como aquele garoto tolo, que, ao
confiar no irmão parrudo, chuta a canela do colega, por qualquer desavença, num
golpe baixo, confiando que na sua retaguarda, haverá sempre quem o proteja. Assim
vejo as atitudes do governo Bolsonaro e alguns dos seus integrantes, bem como
de determinados aliados, principalmente, em relação ao tratamento, dispensado a China.
Uma postura beligerante, tola,
de contornos estúpidos, posto que amparado em postulados frágeis, de pensamentos
já superados, porque anacrônicos, em descompasso com a história, sustentados
por um viés, fundamentalmente ideológico.
Por haver se aliado
incondicionalmente ao governo Trump, penso que Bolsonaro, enquanto chefe de
Estado, tinha a compreensão, de que, o que é válido para a maior superpotência
do planeta, também valeria para o Brasil. Ledo engano. Esqueceu de levar em
conta, a correlação de forças, algo tão elementar, em qualquer estratégia que
envolva relações políticas.
A china, foi atacada levianamente
o tempo todo, por autoridades brasileiras. Inclusive, pelo chanceler, Ernesto
Araújo, que ao invés de procurar se ater, à discrição que a diplomacia lhe
confere, preferiu apelar para ataques desqualificados, longe do que deveria,
ser a postura de um Ministro das relações Exteriores.
Foram inúmeras agressões
gratuitas, sem nenhuma plausibilidade, apenas expondo, questões meramente de
caráter ideológico, que não deveriam ser levadas a rigor em conta, quando se
trata de interesses bilaterais.
O garoto chutou a canela de um
parceiro, sem levar em conta os revides,
considerando que agora, o irmão parrudo, já não está mais por perto, para avalizar
o seu desatino.
Metáforas à parte, o governo
brasileiro, depois de tantas hostilizações ao governo Chinês, nunca poderia
supor, situação como anque estamos vivenciando. Ficar dependente da China, num
momento crucial, por demandas de produtos para o fabrico da vacina coronavac e
de outras, tão vitais para a sobrevivência do povo brasileiro e do mundo.
O que temos então? Figuras de
governo, entre elas o Ministro Ernesto Araújo, num contorcionismo, tentando
minimizar, omitir e até negar, o que fora dito até pouco tempo atrás contra a
China, num esforço para transparecer normalidade, em relação a atitudes, gestos
e ações, que sempre estiveram, fora da normalidade.
Enquanto isso, quem mais
sofrerão as consequências, serão os milhões de brasileiros e brasileiras, à
espera de uma vacina, que pode salvar suas vidas.
Que pelo menos fique a lição
para esse governo, que atua fora dos padrões de civilidade e ética, que, em que
pese as divergências, o antagonismo de pensamentos, e as questões de cunho
ideológico, o que deve prevalecer nas relações entre países, Estados Nações, é um
tratamento adequado, que se imponha pelo respeito mútuo, e a autodeterminação
dos povos.
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