Sábado, 17 de março de 2018 - 14h05
247 - A filósofa Marcia Tiburi criticou a execução da vereadora Marielle Franco (PSOL). Recém filiada ao PT, Tiburi está em Paris, onde lança neste fim de semana no Salão do Livro a obra "Feminismo em Comum" (Rosa dos Tempos, 2018).
Para a feminista, o assassinato de Marielle foi "recado". "A impressão que eu tenho é que Marielle Franco foi assassinada para criar um exemplo, que serve tanto aos parlamentares mais críticos, como ela, e que estão numa posição indesejável para os donos do poder, aqueles que lutam por Direitos Humanos, aqueles que renunciam, aqueles que movem simbolicamente a população para um outro tipo de pensamento, antifascista, anticapitalista, antirracista, pelos direitos relacionados a gênero e sexualidade, como era o caso de Marielle", diz Marcia Tiburi em entrevista à RFI.
"É um recado enviado aos parlamentares de esquerda", afirma Tiburi. "Mas é também um recado enviado à população: 'nós podemos matá-lo'. Para jovens negros e jovens negras, militantes, ativistas, juvenis, mirins... Há uma matança dos jovens negros nas favelas brasileiras no Rio de Janeiro. Não é à toa a intervenção militar, com um cunho 'espetaculoso' e que visa sinalizar simbolicamente para a situação quem é que manda. Marielle foi exterminada e sacrificada neste sentido", analisa.
"Marielle Franco representava muita coisa no Brasil, muita coisa no Rio de Janeiro, representava o pensamento mais crítico, a forma de fazer política mais desejável porque era uma jovem de 38 anos, negra, nascida na favela da Maré, que falava sobre Direitos Humanos e das causas mais importantes para o feminismo, o feminismo negro, uma lutadora da ação, da prática", analisa a filósofa e escritora.
Marcia Tiburi afirma que o assassinato da vereadora foi um "crime político da pior espécie". "É todo um projeto que envolve uma economia política que manda no Brasil hoje. Sabemos que vivemos na instauração de um neoliberalismo que tenta se aprofundar e que faz o Brasil retornar ao pior de sua própria História, sua escravização, hoje com a perda dos direitos trabalhistas, com a reforma da Previdência. Isso faz o Brasil voltar aos anos 1960, da ditadura militar", contextualiza.
"Os procedimentos de matar algumas pessoas para dar exemplos que servem para todos, para aqueles que têm algum desejo de transformação, é para acabar com a ideia de que a democracia é possível. E para acabar, evidentemente, com o propósito de um outro mundo possível, que é o que a esquerda no Brasil tem tentado levantar como possibilidade", critica.
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