Quarta-feira, 27 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Tijolaço: Aécio é tragado pelo rodamoinho de ódio que construiu


Gente de Opinião

Por Fernando Brito, do Tijolaço -  Quando notares, estás à beira do abismo, abismo que cavaste com teus pés.

Os versos do Cartola poderiam servir de epílogo do chororô com que Aécio Neves se despede de sua antes moralista e afetada coluna das segundas-feiras na Folha.

Coisa de moleque, dizendo que, tadinho, foi vítima de “um criminoso sem escrúpulos, sem interesse na verdade, querendo apenas forjar citações que o ajudassem nos benefícios de sua delação”.

Ah, menos, menos. Só falta dizer que você é bonzinho e apenas se meteu com “más companhias”, feito um guri tolinho. Tome tenência, Aécio, você tem 57 anos e só é superado em ridículo porque Temer, ao 76, sai-se com esta história do “tolinho“.

Todo mundo sabe que entre Joesley Batista e a santidade há distância maior que do planeta Terra até Andrômeda.

Tratar com eles de assuntos de negócios públicos é legítimo: são, afinal, um dos maiores grupos privados brasileiros e uma potência mundial no setor de carnes e derivados.

Mas Aécio foi é falar de política, de ações para “estancar a sangria” da Lava Jato, em diálogos em que abundavam palavras que, noutros tempos, D. Risoleta Neves teria passado sabão na língua dos netinhos. Dizer que usou  “um vocabulário que não costumo usar, e me penitencio por isso”, não trata do principal.

E o principal é que foi falar das indicações de delegados mais ou menos “amigos” pela Polícia Federal, segundo o grau de aquadrilhamento do investigado com Michel Temer.

A história de que foi pedir dinheiro para pagar advogados de sua defesa não explica porque a “bufunfa” foi apanhada por seu primo e entregue a asseclas de Zezé Perrela.

Depois, faz de “pobrezinha” sua irmã Andrea, que todos os mineiros, desde o neto de Tiradentes sabem, é sua mentora e executiva. Você tinha, Aécio, esta piedade quando ela mandava, sem cerimônia, degolar de seus empregos jornalistas mineiros que o desagradavam?

A seguir, continua se escondendo atrás de mulheres. Desta vez de sua mãe, dizendo estava vendendo o apartamento em que ela mãe mora, herança do seu falecido marido, oferecendo-o a empresários. Se estava vendendo, porque é que não estava, como todos fazem, vendendo no mercado? Ou empresários dariam o que Joesley diz que deu: um sobrepreço para legalizar uma “doação amiga”?

O pior, Aécio, é que antes de 2014, fora de Minas, você era um personagem que não despertava ódios.

Por oportunismo eleitoral, surtou-se como o moralista – má escolha para um notório boêmio como você – e, depois de perdê-las, berrou como um menino birrento, louco para quebrar o brinquedo que não ganhara nas urnas.

Você, mais que ninguém, criou e alimentou este clima de intolerância, de perseguição, de deduragem, de calúnia como forma de fazer a política que seu avô fazia com conversa.

Aécio Neves está sendo tragado pelo rodamoinho de ódio que ajudou como poucos a construir.

Ninguém lhe dará a mão, Aécio, porque o abismo é profundo, fatal, definitivo.

Quando notares, estás à beira do abismo, abismo que cavaste com teus pés.

Os versos do Cartola poderiam servir de epílogo do chororô com que Aécio Neves se despede de sua antes moralista e afetada coluna das segundas-feiras na Folha.

Coisa de moleque, dizendo que, tadinho, foi vítima de “um criminoso sem escrúpulos, sem interesse na verdade, querendo apenas forjar citações que o ajudassem nos benefícios de sua delação”.

Ah, menos, menos. Só falta dizer que você é bonzinho e apenas se meteu com “más companhias”, feito um guri tolinho. Tome tenência, Aécio, você tem 57 anos e só é superado em ridículo porque Temer, ao 76, sai-se com esta história do “tolinho“.

Todo mundo sabe que entre Joesley Batista e a santidade há distância maior que do planeta Terra até Andrômeda.

Tratar com eles de assuntos de negócios públicos é legítimo: são, afinal, um dos maiores grupos privados brasileiros e uma potência mundial no setor de carnes e derivados.

Mas Aécio foi é falar de política, de ações para “estancar a sangria” da Lava Jato, em diálogos em que abundavam palavras que, noutros tempos, D. Risoleta Neves teria passado sabão na língua dos netinhos. Dizer que usou  “um vocabulário que não costumo usar, e me penitencio por isso”, não trata do principal.

E o principal é que foi falar das indicações de delegados mais ou menos “amigos” pela Polícia Federal, segundo o grau de aquadrilhamento do investigado com Michel Temer.

A história de que foi pedir dinheiro para pagar advogados de sua defesa não explica porque a “bufunfa” foi apanhada por seu primo e entregue a asseclas de Zezé Perrela.

Depois, faz de “pobrezinha” sua irmã Andrea, que todos os mineiros, desde o neto de Tiradentes sabem, é sua mentora e executiva. Você tinha, Aécio, esta piedade quando ela mandava, sem cerimônia, degolar de seus empregos jornalistas mineiros que o desagradavam?

A seguir, continua se escondendo atrás de mulheres. Desta vez de sua mãe, dizendo estava vendendo o apartamento em que ela mãe mora, herança do seu falecido marido, oferecendo-o a empresários. Se estava vendendo, porque é que não estava, como todos fazem, vendendo no mercado? Ou empresários dariam o que Joesley diz que deu: um sobrepreço para legalizar uma “doação amiga”?

O pior, Aécio, é que antes de 2014, fora de Minas, você era um personagem que não despertava ódios.

Por oportunismo eleitoral, surtou-se como o moralista – má escolha para um notório boêmio como você – e, depois de perdê-las, berrou como um menino birrento, louco para quebrar o brinquedo que não ganhara nas urnas.

Você, mais que ninguém, criou e alimentou este clima de intolerância, de perseguição, de deduragem, de calúnia como forma de fazer a política que seu avô fazia com conversa.

Aécio Neves está sendo tragado pelo rodamoinho de ódio que ajudou como poucos a construir.

Ninguém lhe dará a mão, Aécio, porque o abismo é profundo, fatal, definitivo.

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 27 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

25 de novembro - a pequena correção ao 25 de abril

25 de novembro - a pequena correção ao 25 de abril

A narrativa do 25 de Abril tem sido, intencionalmente, uma história não só mal contada, mas sobretudo falsificada e por isso também não tem havido

Punhal verde amarelo

Punhal verde amarelo

Tive acesso, sábado, dia 16 de novembro, a uma cópia do relatório da Polícia Federal,  enviado pela Diretoria de Inteligência Policial da Coordenaçã

Pensar grande, pensar no Brasil

Pensar grande, pensar no Brasil

É uma sensação muito difícil de expressar o que vem acontecendo no Brasil de hoje. Imagino que essa seja, também, a opinião de parcela expressiva da

A linguagem corporal e o medo de falar em público

A linguagem corporal e o medo de falar em público

Para a pessoa falar ou gesticular sozinha num palco para o público é um dos maiores desafios que a consome por dentro. É inevitável expressar insegu

Gente de Opinião Quarta-feira, 27 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)