Segunda-feira, 10 de março de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Tijolaço: se Temer não for sepultado, seremos todos cremados


Gente de Opinião

Por Fernando Brito, do Tijolaço

Não se pode adivinhar se Michel Temer perderá logo o cargo que abiscoitou pelo golpe, o de Presidente da República.

Mas pode-se assegurar que perdeu as condições de governar e apanhará em cada round, a espera que o gongo vá lhe dando intervalos para respirar.

Mesmo que Fernando Henrique Cardoso seja, desde há muito, um Tartufo, a dissimular seus interesses e opiniões sob a aura de falsas virtudes, o fato de ele ter manifestado a possibilidade de eleições gerais antecipadas tem muito significado.

Claro que lhe falta o vigor cívico para defendê-las como bandeira, mas, ainda assim, é um passo avante nesta estupidez pregada pela mídia, em seus editoriais, de que uma eleição indireta poderia devolver ao país um mínimo de equilíbrio. Não pode e até FHC sabe disso.

Mas defendem-nas, porque acham que isso pode pavimentar a única coisa que desejam, o retrocesso em direitos sociais, o que Janio de Freitas chamou hoje, em sua coluna na Folha, de “nostalgia escravocrata”. Não as garantirá, porque como diz o velho mestre, com 70 anos de janela política:

“Quem pensar a sério na re­lação entre essas “reformas” e a situação atual do país, não pode fugir à obviedade simples e forte: Temer não tem condições de conduzir reformas nem “reformas”. Sejam condições intelec­tuais, políticas, morais, e quaisquer outras. É só um fantoche. À espera de que alguém conte os seus feitos ou os silencie por dinheiro.

O Congresso, com mais de uma centena de deputados e senadores pendurados na Lava Jato, não tem condi­ções de examinar, discutir, aprimorar e votar projeto algum que tenha implicações mais do que superficiais.”

A única obra de que Michel Temer é capaz é a de, a qualquer momento, nos levar a um novo afundamento, maior do que este da abissal crise econômica em que o país se debate. As festejadas “melhoras” no cenário da economia – eles são os primeiros a saberem – não têm solidez, sobretudo diante de taxas de investimento que se aproximam dos níveis da crise de 2008/2009.

Tudo está apoiado, até agora, num “fingimos que não estamos vendo o que se passa” do mercado que diz ainda confiar que, mesmo sem a reforma desejada, a demolidora, algumas castanhas ainda podem tirar do fogo. É improvável que consigam “reformas” mais do que simbólica quem embora cruéis com os atingidos, terão efeito econômico zero.

“Pode ser que, com a necrose progressiva de Michel Temer, donos de poder e dinheiro mudem de ideia”, comenta o colunista de economia, também da Folha, Vinícius Torres Freire.

Pode ser, mas a necrose, no centro do poder nacional, faz todo o país, sem reservas de saúde já, ficar exposto as seus miasmas e pestilências.

É preciso sepultar Temer e restaurar os sistemas de freios e contrapesos da política, trocar golpes por eleições, denúncias por propostas, demolição por projetos.

O contrário seria deixar que o país siga ardendo até que sejamos todos cremados.

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 10 de março de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

A Revolução da comunicação em Rondônia: jovens empreendedores e a ascensão dos sites de notícias

A Revolução da comunicação em Rondônia: jovens empreendedores e a ascensão dos sites de notícias

Rondônia vive um momento crucial na sua história de comunicação, impulsionado pelo crescimento vertiginoso da tecnologia e, em especial, pela inteli

Agradecimento a ti mulher em todas as tuas expressões

Agradecimento a ti mulher em todas as tuas expressões

Mulher-Aurora-MarMulher, que fazes metade da humanidadee criaste a outra meia com teu ventre de luz,que em todos os dias do ano sejas celebrada,não só

Reflexão política em tempos de Quaresma

Reflexão política em tempos de Quaresma

Por uma Nova Política de Verdade: Poder sem Violação da Verdade Apresento aqui uma citação do filósofo Michel Foucault, do seu livro  “Microfísica

Coluna da Hora – pedágio na br-364, carnaval, blocos, detran e outros assuntos abordados pelo jornalista Géri Anderson

Coluna da Hora – pedágio na br-364, carnaval, blocos, detran e outros assuntos abordados pelo jornalista Géri Anderson

BR - 364 COM PEDÁGIO?Será que vale mesmo a pena privatizar e favorecer somente a empresa vencedora do leilão nesses primeiros 4 anos? Pra quê pagar

Gente de Opinião Segunda-feira, 10 de março de 2025 | Porto Velho (RO)