Segunda-feira, 24 de janeiro de 2022 - 09h10
Tornou-se lugar comum, no Brasil de hoje, admitir que, se o dirigente
público meter as mãos sujas no erário, ao invés de merecer castigo, deve ele
ser endeusado, tolerado ou, o que é pior, imitado. Somente assim pode ser
compreendida as frases ditas por dois renomados advogados sobre o ex-presidente
Lula, durante jantar em homenagem ao petista, em dezembro do ano passado.
Na ocasião, Lula foi presenteando com uma beca e, de quebra,
ouviu do advogado Alberto Toron que o ex-presidiário era “o símbolo mais
elevado da justiça”, porém, o que deve ter deixado muita gente embasbacada mesmo
foi a pérola soltada pelo advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira. Ao refere-se
à operação Lava-Jato, considerada uma das maiores iniciativas de combate à
corrupção e lavagem de dinheiro da história recente do Brasil, que mandou para
cadeia muitos figurões, entre eles Lula, Mariz disse: “Se o crime já
aconteceu, de que adianta punir? Que se puna, mas que não se ache que a punição
irá combater a corrupção.”
Quer declaração maior de incentivo à corrupção do que essa? No
passado já tivemos “o rouba, mas faz”. Agora, criou-se a concepção de que é
melhor deixar em paz os que roubam o dinheiro público, porque a punição em si
não serve como medida pedagógica para disciplinar os que delinquem e, assim,
vamos incorporando à ética (?) dos brasileiros o conceito de que “se eu não
roubar, vem outro e rouba”. Isso tem justificado o aparecimento de muitas bandalheiras.
Não sei por que muita gente, inclusive até com certo grau de conhecimento,
insiste em não aceitar a realidade. O que aconteceu com a Petrobras não foi
obra de ficção, mas o maior esquema de corrupção da história mundial, um crime
devidamente planejado que desviou cerca quarenta e dois bilhões dos reais dos
cofres da estatal, dos quais menos de seis bilhões foram recuperados até hoje. Isso
é fato! Isso é real! Não é conto de fadas! Os ladrões do dinheiro público
precisam ser punidos. Não podemos ser tolerantes com a imoralidade, que, antes
de qualquer coisa, revela cumplicidade.
Todo dinheiro roubado ou desviado por políticos deve ser
devolvido aos cofres público e seus autores, uma vez comprovado o crime,
presos, e não tratados como símbolos da justiça e da moralidade pública, porque
isso é uma afronta à dignidade da pessoa humana. Chega de achar que todo mundo
é idiota, que não sabe discernir o logro da verdade, a esperteza da inteligência
e a capacidade do servilismo.
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