Segunda-feira, 10 de abril de 2017 - 14h39
Jotta Junior
Ali Abn Beroel pulou o muro da casa de Mustafá Tarak para roubar os gansos que viviam no jardim mais suntuoso de Bagdá. Ali Abn caiu e quebrou a perna. Foi se queixar ao califa: "Sombra de Alá na Terra! O rico mercador Mustafá Tarak ergueu um muro tão alto para proteger seu jardim que eu, indo roubar os seus gansos, caí e quebrei a perna. Mustafá deve ser enforcado!".
O califa mandou chamar Mustafá, repetiu a queixa do ladrão e ouviu a desculpa: "Luz enviada por Alá para iluminar o mundo! A culpa foi do mestre de obras, que ergueu o muro mais alto do que o combinado. Gastou tanto o meu dinheiro que caí na miséria!".
O mestre de obras foi chamado pelo califa, que o culpou de ter quebrado a perna de Ali Abn e de ter falido Mustafá Tarak. Mas o acusado explicou: "Pai de todos os crentes! Eu ia erguer o muro pela metade, mas certa manhã vi a formosa Fátima, filha de Mustafá, dando comida aos gansos. Aumentei o muro para que a pudesse ver mais e melhor. Por causa dela, gastei demais e perdi o emprego. Ela deve ser afogada no Eufrates!".
A formosa Fátima foi chamada e ia ser afogada no Eufrates por ter desempregado o mestre de obras, falido o pai e quebrado a perna do ladrão. Mas ela contou: "Pedaço de lua crescente! Todas as manhãs preciso dar comida aos meus gansos!".
O califa, sombra de Alá na Terra, pai de todos os crentes, pedaço de lua crescente, mandou matar todos os gansos da filha de Mustafá.
Não sei se inventei essa história ou li coisa parecida em qualquer canto. É a tomografia computadorizada do poder, de qualquer poder, em cujas entranhas todos entregam todos e pedem castigo para punir o erro dos outros, inclusive a corrupção. Quem paga tudo são os gansos, que somos todos nós.
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