Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

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Traição e mais traição, Samaritana cai no chão - Por Luiz Leite


A Escola Samaritana desaparece espantosamente. Como se sentem os rondonienses, principalmente os porto-velhenses, ao saberem que são cada vez mais remotas as possibilidades do seu reconhecimento, de reativação da ferrovia, ao verem suas raízes destruídas por homens maus, tantas são as desmoralizações da Constituição Estadual e das leis de tombamento? A passos rápidos sucumbem o acervo móvel e imóvel remanescente, e a reativação da Ferrovia do Diabo após Traição e mais Traição

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POR LUIZ LEITE (*)
 

Ao se aliarem à destruição do Patrimônio Histórico, políticos de Rondônia produzem cinicamente um contexto de ações arbitrárias tomadas de cima para baixo. Eles próprios comandam a marcha desde 2003, desvalorizando a tradição popular.

Nem a proteção na Constituição, do Patrimônio Histórico e seu Tombamento conseguem acordar essa gente para perceber seus crimes e consequente desmoralização.

A conservação do trem da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré fora conquistada no final do regime ditatorial e início da redemocratização do País, graças aos ideais populares demonstrados no Seminário de 1980. Vive-se agora essa realidade de traição imposta contra os ideais do povo dessa terra, que o silencia ou amordaça, impedindo-lhe o controle das próprias decisões. 

“Nenhum homem pode assumir completamente sua modernidade, se não conhece e incorpora a Tradição...”. Como salvar a memória do Patrimônio Histórico do porto-velhense, tão importante como a natureza?

Traição e mais traição,  Samaritana cai no chão - Por Luiz Leite - Gente de Opinião

Samaritana original – Algo ocorre sob asas de Confúcio Moura. Homens maus agridem e destroem nossa memória, mas é possível que o governador, homem culto, desconheça o que ocorreu aqui, 70 anos atrás, com escolas públicas construídas com dinheiro público e aval da sociedade no tempo do Território Federal do Guaporé, pelos governadores Frederico Trotta e Joaquim de Araújo Lima.

E os negócios prosperam no balcão

Algo está acontecendo por trás ou em baixo das asas do atual governador, Dr. Confúcio Aires Moura. Homens maus escondidos no poder promovem, sem dúvida, essa agressão.

Provavelmente não seja de seu conhecimento, pois se trata de um homem culto e comprometido aparentemente. No entanto, governador, são 71 anos de história agora jogados no lixo.

Só sobrou um muro. Nenhuma satisfação foi prestada à população. Pode ser que manche a trajetória do governador Confúcio, caso ele acoberte a improbidade de alguns de seus comandados, principalmente no escabroso DER, que desmontou a Samaritana, o pátio ferroviário, e sequestrou locomotivas da EFMM.

Traição e mais traição,  Samaritana cai no chão - Por Luiz Leite - Gente de Opinião

O elegante governador Araújo Lima foi a estrela na
inauguração do Cine Resky, em 16 de julho de 1950

 

É possível que o governador desconheça totalmente a história dessas primeiras escolas públicas. Elas eram rurais, construídas pelos ex-governadores Frederico Trotta e Joaquim de Araújo Lima com dinheiro público e o aval da sociedade, ainda na época do Território Federal do Guaporé.

Samaritanatem seu nome ligado à Bíblia. Foi construída pela União. Infelizmente, ela se verga ao arrepio da maracutaia, o que afronta a Lei. Fabricam artifícios para transferir o intransferível, e são muitos os móveis e imóveis apropriados indevidamente em Porto Velho.

Pelas redes sociais, as pessoas soltam a voz do inconformismo e revolta pelo desaparecimento de bens públicos vítimas dos fraudulentos. Aos poucos começamos soltar a voz e a esses eu dedico este artigo. Estamos solidários e não estamos indiferentes aos crimes que se praticam nesta terra.

Comentários no Facebook espalham-se. Bem poderíamos criar a hastag apropriada para o momento: #euestudeila

Sob a égide “nós estudamos na Samaritana”, queremos protestar contra o rebaixamento da História de nossa terra. Essa escola representa algo muito especial, senão uma bandeira dos porto-velhenses, pois educou algumas autoridades dos anos 1960, 70 e 80. Restam alguns notáveis que ali também estudaram, porém, inacreditavelmente, mudos, calados neste delicado momento.

Eu estudei lá, o grito dos inconformados com negociatas e o vilipêndio da História.

São tantos. Lembrando alguns deles:

José Valdir Pereira, Waldelita Magalhães, Célia Maria, Roseli Oliveira, Maria Fátima, Luiz Carlos Matos, Evandro Rodrigues, Sandre Lira, Lucas Filho, Nely Cantanhede, Vagner de Oliveira, Erivelton Kriger, Alberto Almeida, Fátima Moreira, Ieda Reis, Dicó Soeiro, João Paulo, Dhemetrius Lemos, Flávio Lins, Vany Souza, Márcia Jusceline Alves, Araújo José Marcus, Ieda Vargas, Joaquim Dantas, Elizabeth Mesquita, Márcia Ximenes, DJ Nilton, M Queiroz, Miguel Queiroz, Wilma Inez, Avânia Freitas, Leia Maria Chagas, Lilda Helena, Elias Romano, Luiz Facundes Silva, Marinalva Costa, Severa Souza, José Alencar Pereira, Maria Sampaio Moreira, Sônia Cabral Nascimento, Conceição Brandão de Castro, Elaine Carvalho Guimarães, Wilmar Oliveira Correia, Silvana Teixeira, Leia Melo, Leidson Costavich, Querien Cristina Freitas, Valcima Rosa (professora), Nereide Borges da Costa, Auxiliadora Lima, Adriana Borges, Elizânia Oliveira, Rosilene Uchoa (professora), Eliana Marieta, Junior Freire, Rogeli Cavalcante, Lizardete Vieira, Nonata Barbasa, Graça Cruz, Eletro Azevedo, Marcelo Cavalcante, Joaquim Fernando, Suelem Lopes, Elaine Lemos, Hermínia Pinheiro, France Salvatierra, Ignez Enilce, Jorge Walbas, João Henrique Lima, Flodoaldo Pinto, Ari Pinto, Rosângela Oliveira Russo e Ana Maria Russo (professora), Júnior Freire...e muitos outros.

Não passaram despercebidas as imagens que mostram tratores e pás-carregadeira derrubando a Samaritana, inaugurada a 10 de julho de 1948 na Rua Benjamim Constant, antiga Escola Rural no Bairro da Olaria.

Observai atento o menor sinal. Olhai atento ao menor sinal. Olhai desconfiado.

[Bertolt Brecht]

Traição e mais traição,  Samaritana cai no chão - Por Luiz Leite - Gente de Opinião

Boca de Cena, com Jango Rodrigues, no Cine Teatro Resky

A população gritou. E a mais nojenta lavagem de dinheiro? Qual a justificativa? Cínicos...É possível que desse lugar possa ser construída outra edificação em tenebrosas transações. Mas quem se intitularia o proprietário do imóvel? Algum cara de pau está por trás.

Basta ver o que mais acontece por aqui, caso do deputado federal Garçom, detentor de indicações para pastas estratégicas controladoras do acervo móvel e imóvel da União.

Para assumir cargos no Iphan e na SPU é preciso que agentes públicos tenham atribuição técnica. Nesta terra onde o impossível é normal, escolhem um ex-promoter e uma ex-manicure, Ismael de Delma, na realidade, mais dois botinudos cooptados pelo mal intencionado, Garçom em Candeias do Jamari. Como é sabido, há anos, através de lavam de dinheiro, passa para particulares, as pessoas se apropriam de bens públicos.

Existem casos escabrosos de apropriações, transferência á terceiros, entre eles, pátio ferroviário da EFMM, Prédio do Relógio, Bancrevea, estádio do Ypiranga, Danúbio Azul Bailante Clube, Ferroviário Clube, Mercado Municipal (onde foi construído o Edifício Rio Madeira), esse último, numa concessão do então prefeito Sebastião Valladares.

Mais grave ainda ocorreu nestes anos 2000, quando o Município de Porto Velho permitiu a construção de uma hidrelétrica com todas as facilidades ofertadas de bandeja pela Lei Cassol nº 1776/07 (rasgando a Constituição, artigo 264), e também o Prédio do Relógio, outra excrescência.   O Relógio foi sede da EFMM, Fórum da Comarca e do extinto Banco do Estado (Beron).

A Portaria nº 156/07 do SPU, via Antônio Roberto dos Santos Ferreira, induziu o ministro Paulo Bernardo ao absurdo de transferir o pátio ferroviário para Prefeitura de por 20 anos e agora o atual prefeito recebe esse presente de grego. Pela Portaria SPU nº 06/2017, o prazo dilata-se para 50 anos com o aval de Garçom, do “promoter” superintendente do SPU/RO e do Iphan/RO, Ismael Correia, e da ex-manicure Delma Siqueira. Tudo ao arrepio da Lei.

Lembram-se do imóvel ao lado das três Caixas-d’água? Foi o primeiro jardim de infância, teve a concessão dada à Teleron pelo Governo do Território em 1979. Depois, o cambalacho: “A União não tem interesse no imóvel” – esquivou-se o SPU. E o imóvel foi vendido por essa empresa na surdina, durante a gestão de Antônio Roberto Ferreira.

É esse o argumento, cínico e corrupto, assim derrubam o prédio público. Seria o caso da Samaritana na qual se atribui uma falsa propriedade da Maçonaria. Fede!

Uma coisa é certa, a honrada Maçonaria de Porto Velho e seus históricos membros não poderiam admitir o envolvimento de seu nome num escândalo dessas proporções. Por sua tradição e honradez, a instituição não poderia estar sendo usada por um grupo de espertalhões para qualquer espécie de lavagem de dinheiro.

A partir de 2003, em diversos momentos e não de hora para outra, políticos controlam órgãos federais sem dar qualquer satisfação à população de Porto Velho. Tratores do DER derrubam um prédio histórico pertencente ao governo. O processo imobiliário é o que se pode chamar de tenebrosa transação. Suspeita-se dessa transferência para terceiros, o que implicaria ato de deslavada corrupção.

A situação poderia ter sido evitada, entretanto, tudo está sendo apagado. Depois da imagem da hecatombe, resta-nos apenas uma lembrança do Grupo Escolar Samaritana, o lugar onde tantos de nós aprenderam o antigo beabá, a cantar, ouvir música, e desfilar orgulhosamente em nome do Brasil.

Divas da Educação

Tivemos maravilhosas professoras: Maria da Paz, Edna, muitas Marias, Franciscas, Joanas outras. Algumas eram leigas, passaram a ser normalistas na Escola Normal do Guaporé e muitas chegaram não receber salário por dois anos.

Vale a pena dizer da importância e o alto nível que teve a educação, nessa terra de Rondon, graças a eles.

Eleide Ribeiro estudou na Sorbonne (Paris, França), ajudando o governador Araújo Lima a formalizar e proferir sua palestra à aula inaugural da Escola Normal do Guaporé (ainda no Duque de Caxias).

Mais: Angelina dos Anjos, Wilmen Tafner Pereira Lima, Abnael Machado de Lima, Lourival Chagas, Enos Eduardo Lins, Dorival França, Leôncio Cunha, Eirado e Iati Eirado, Matilde Rebelo de Macedo, Úrsula e Luzia Maloney, Nadir Brasil, Hilda Duarte Queiroz, Elvira Santos, Florinda Bouez, Nazaré Carvalho, Maria do Carmo Rivero, Enid, Sandra (autora do livro - Marise Castiel), Mariza, Sônia, Elena, Ana Maria, filhas de Marise Castiel, Lígia Veiga, Estela de Oliveira Paes, Hermelinda Matos, Ruth Shockness, Estela Compasso, Dr. Lourenço Pereira Lima, Dr. José Otino de Freitas, José Augusto Câmara Leme, Terezinha Leite de Oliveira, Herberte Alencar, Ierecê Alencar, Ubirajara Malta de Alencar, Leôncio Cunha, Edna Grangeiro, Elvira Frazão.

Maria da Paz, Iodete Souza de Oliveira, Maria Inácia da Silva, Normalinda Ceri Fausta, Clotilde Amaral,Elena Nina, Edna Nascimento, Ednilce Uchoa, Luduína Ramos Holden, Edna Lopes Melo, Miriam Luz, Alaíde Leandro, Mariana e Marilene Urbana, Severa Souza, Francisca Edna, Maria Inácia da Silva, Iracema Ereira, Júnior Freire, Rosilene Uchoa, Iodete Souza de Oliveira, Maria Olanda Pereira, Lenice Coutinho Montoio, Diomar Pereira, Mirian Luz, Ednilce Uchoa, Meire Damaceno, Nazaré Belém, Fausta Elaine Carvalho Guimarães, Rogeli Cavalcante, Iracema Freire, diretora Francisca Roque (Chiquita), Clarisse Pureza, Raimundo Nonato, Rosângela Oliveira Russo Ana Maria Oliveira Russo, Maria Uchoa, Jani Roumiê, Tomásia, José Valdir Pereira, João Bosco, Rosi Cieslak, Nonata Barbasa e Leidson Costavisch.

Da Paz lutou, mas a justiça não chegou a ela

Traição e mais traição,  Samaritana cai no chão - Por Luiz Leite - Gente de Opinião

Já nos anos 1960, Terezinha Leite de Oliveira (hoje com 78 anos), orgulhosamente aparece ladeada uma turma do Duque de Caxias. Alguns alunos costumavam acompanhar a professora até a casa, com orgulho e respeito. Jovens se destacavam em formosura: Helena Nina e Maria da Paz, por exemplo, foram Rainhas dos Estudantes. Eles ganhavam da Diretoria de Educação do Território do Guaporé, os tecidos azul e branco. A mãe costurava carinhosamente a farda; o governo fornecia sapatos. A Escola Normal do Guaporé, Carmela Dutra, formavam professorinhas, e antes dela, o Instituto Maria Auxiliadora

A professora Maria da Paz, minha irmã, além de professora na Samaritana, lutou anos pela causa e pela valorização de sua classe. Por ironia do destino, certo dia, na quadra do Barão do Solimões, foi fazer a justa defesa do professor, pelo reconhecimento de seus direitos, e recebeu ataque ferino à sua fala... Seus olhos marejavam, seu coração parecia saltar do peito, suas colegas choravam, na frente de todos.

Sem força, Maria da Paz caiu, como hoje cai a Samaritana. Seu coração começou a parar depois do que ouviu de militantes sindicalistas vermelhos enfurecidos, que impunham o desconhecimento dos direitos da classe, tudo por uma ideologia falida.

Da Paz, não aceitava a imposição de algumas grifes, entre elas, a de tratar o professor de “trabalhador da educação...”. Ridículo, professor é professor e, se trabalha, está implícito. Maria denunciou a trapaça, Brasília, reconheceu  os direitos dos professores de Rondônia, mas ela já estava na paz de Deus. E o sindicalista maior subiu ao poder...

Tudo foi ao chão, o terreno está vazio, nada sobrou, nem uma singela fachada. Restam esses nomes na memória. Governantes estaduais e autoridades municipais sem apreço pelo Patrimônio Histórico e Cultural estão apagando tudo.

Nesse delete caem por terra edificações do tempo do Território Guaporé. Tenho apenas o direito de sentir revolta, indignação, diante ao escândalo que se introduziu na minha terra, sim. Foi na Samaritana que aprendi a gritar pela Madeira-Mamoré. Ali iniciei os primeiros anos escolares, e depois me diplomei na Universidade de Brasília (UnB).

É uma terra sem limite onde tudo se admite.

Algunsdesses edifícios e espaços públicos, praças e áreas verdes comercializados e transferidos de proprietários são exemplos imperceptíveis, lembramos: o monumental Relógio Prédio Palácio e a antiga Escola Samaritana. Para o primeiro forjam-se verdadeiros artifícios no SPU/RO, governo, prefeitura, facilitando estranhas transações.

A transferência do pátio da EFMM por 50 anos é um dos absurdos, um cambalacho no qual está metido de cabeça o Sr. Ismael Correia (Portaria nº 06/2017), que segue a cartilha de Antônio Roberto dos Santos Ferreira com outros imóveis.

É tempo de salvar os cacos da História. Ministério Público de Rondônia, governador Confúcio, acordem para essa e outras, escandalosas apropriações indevidas, examinem bem o caso da Escola Samaritana! Infelizmente essa é mais uma...

O Guaporé contrói escolas rurais

Traição e mais traição,  Samaritana cai no chão - Por Luiz Leite - Gente de Opinião

Em imagem aérea, Porto Velho Velho bucólica e bem traçada urbanisticamente no início dos anos 1950. A oeste do campo de aviação surgiram a Escola Duque de Caxias em forma de avião; a Escola Normal Carmela Dutra, em forma de navio, com entradas em desenho em aço, fundido especialmente, com letra “G” de Guaporé. No centro, o Aeroporto Caiari, destruído autorização do Iphan, a exemplo de casas derrubadas e substituídas por monstrengos pela Prefeitura; e ao sul da pista a Praça Aluízio Ferreira. E aí, Confúcio?

Cidade bucólica de Porto Velho, arborizada, ruas largas e retilíneas, de terra, poucas dessas eram calçadas em geral, com pedras de paralelepípedos, de Santo Antônio.

Na sua parte central eram construídas edificações, pode-se dizer, de projetos modernos. As casas eram simples, de madeira, em geral cobertas de palha caranaí. Piucas tinham assoalho de madeira.

Éramos uma cidade simples, elegante, por que não de primeiro mundo? Porto Velho de 1950 e início de 1960 vivia o auge dos anos dourados. A Praça Rondon, art decó, era uma vitrine, espécie de calçadão de Ipanema.

Ao cair da tarde ali desfilavam belas garotas e rapazes ao som da banda orquestra da guarda territorial. Eles também circulavam ao som de uma seresta ou da elegante da bossa Nova do Porto Velho Hotel, como ao som do sax do Stan Getz, tudo mais alto nível, ao contrário do hoje, grunido, ruído horroroso, antipático gosto trazido por botinudos, políticos arrogantes do interior do estado. Do nós bota...nós  dibuia.” Cruz credo! Por que somos obrigados a engolir isso? Claro, nos entregamos, nos permitimos...

O Grupo Escolar Samaritana, considerado da área rural, ficava a norte, na parte alta e plana da cidade, mas já estava à periferia no Bairro Olaria, no meio do mato, com pista encascalhada estava o Aeroporto entre a Arigolândia e o Olaria, e a menos de mil metros o belo centro em art decó. Rondon, Jônathas Pedrosa e Aluízio Ferreira eram as únicas praças, as duas primeiras, já estavam no centro da Capital do Território do Guaporé a partir de 1943.

Samaritana (o bom samaritano –bíblico). Por quê?

Diz a justificativa:

Atendendo o governador o pedido da sociedade e instituições filantrópicas da cidade, nas proximidades da olaria do território, para apoio de uma região da cidade, de população carente moradoras da área rural da Olaria, essa edificação, de domínio público construída nos anos de 1947 a 1948 (nesse período de governo construía-se uma edificação escolar por mês) pelo Território Federal do Guaporé. Foi entregue essa escola na periferia (chamada rural), por ocasião presente a diretora da Divisão de Educação era professora Marise Castiel, e segundo suas palavras, a região atravessa uma era de paz e trabalho.

Samaritana foi prioritária

Entre os anos de 1947 e 1948, quando passaram ser construídas, com verba do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep), a União financiou obras de prédios escolares após a ditadura Vargas, na gestão do presidente eleito, Eurico Gaspar Dutra.

O governador nomeado para o Guaporé era então o tenente-coronel Frederico Trotta, substituído em seguida pelo engenheiro Joaquim Araújo Lima. Sensíveis, ambos iniciaram maciço trabalho de planejamento e execução de obras arrojadas, principalmente em Porto Velho e sua periferia. Guarda Territorial, Saúde e Educação tiveram grande atenção. Foram prioritárias.

A Escola Rural Samaritana situou-se então entre as ruas Gonçalves Dias e José Bonifácio, a trezentos metros da Brigada de Infantaria de Selva (3ª Companhia de Fronteira). Foi edificada poucos anos depois da criação do Guaporé, em 1948.

Pelo o estilo arquitetônico, presumimos que essa obra seja do arquiteto José Otino de Freitas, que foi prefeito da cidade de agosto a novembro. Otino fora diretor da Divisão de Obras no Governo Joaquim de Araújo Lima.

Marise Castiel, legenda na Educação e Cultura

Traição e mais traição,  Samaritana cai no chão - Por Luiz Leite - Gente de Opinião

O que dizer da imagem comovente de Marise Castiel com os beiradeiros, caboclinhos à frente de uma escola de tapiri, hasteando classicamente o pavilhão nacional. Imagem arte recuperada pelo saudoso jornalista Dilson Machado, capa do Livro Marise Castiel da pesquisadora Sandra Castiel

Vinda de Belém, a educadora Marise Castiel foi convidada algum tempo depois por Trotta e Araújo Lima para organizar a educação, e conseguiu alterar de certa forma o ensino medieval apresentado até a metade dos anos de 1940.

O atraso era grande em escolas ribeirinhas. Como mudar aquela realidade e dar condições para que as crianças aprendessem?

A partir de 1947, o governador do Guaporé, Araújo Lima, com uma grande equipe, incluindo Marise, Lourenço Pereira lima, Ary Pinheiro, Moacir de Miranda, José Otino de Freitas, entre outros, começou a desenvolver um sistema de planejamento para estruturar e dar vida ao Território. Vieram obras de grande porte, monumentais.

Do prédio da guarda territorial à edificação para o futuro Palácio do Governo, hotel, escolas rurais, Colégio Carmela Dutra (com forma de navio) com auditório-teatro, o Grupo Escolar Duque de Caxias (avião), o Palácio da Administração da EFMM (locomotiva), todos em terrenos amplos.

Uma equipe de arquitetos e engenheiros elaborava projetos de excelência para obras fundamentais em estilo moderno. Assim, resplandecia uma maravilhosa imagem que acrescentava estilo e categoria.

Ginásio Maria Auxiliadora e Carmela Dutra formavam professores e, autorizados pelo governo, contratavam leigos para lecionar nos distritos de Jacy-Paraná, Abunã, Vila Murtinho, Costa Marques, Tabajara, Assunção, São Carlos, Calama, Guajará Mirim, e em vários pontos ao longo do traçado da Ferrovia do Diabo.

Normalistas de Porto Velho formavam-se para vencer a dura peleja contra o analfabetismo. Foi assim por longo tempo. Jovens professorinhas iam para esses lugares distantes e isolados, para essas linhas de frente, e muitas eram vencidas pelo sofrimento da distância, algumas morriam sem concluir a missão. Muitas voltavam à Capital, experientes e sofridas, ganhando como prêmio lecionar em escolas rurais de Porto Velho.

Carteiras em latas de querosene

A cidade se orgulhava de tudo aquilo e via no porto o atracamento de navios de grande porte, entre eles o Cuiabá; as pessoas visitavam constantemente a estação ferroviária, viajavam de trem para Guajará-Mirim, a Pérola do Mamoré, e viam pousos e decolagens do Catalina, da luxuosa companhia Panair do Brasil.

Como integrar os demais moradores aos ribeirinhos para que todos harmonizados se beneficiassem? – este era o desafio maior na educação.

Marise constatava: “Eram toscas escolas improvisadas sobre os barrancos. Mas o que levava aqueles humildes brasileirinhos, carentes e desnutridas crianças, a remarem vários quilômetros pelo rio, enfrentando alagações e outras intempéries, apenas animados pela perspectiva de um caderno, um lápis uma professora?

As carteiras escolares em alguns locais eram de latas de querosene e, não raro, foi com determinação que iniciamos a primeira batalha na Educação, com a criação de escolas professores leigos em tapiris com assoalho de paxiúba.

Entendíamos que, enquanto houvesse uma mesa, um quadro-negro, carteira e alunos, dar-se-ia o fenômeno aula. Nessas condições, a mais humana, que o território poderia oferecer e, nessas condições a mantê-las aguardando a longos e intermináveis anos as condições pedagógicas ideais”.

Do Instituto Maria Auxiliadora ao curso Normal Regional Carmela Dutra, quando se deu a solenidade da aula inaugural, sofisticada como uma aula magna de Português, de padrão de universidade, proferida por Frederico Trotta, pelo 2º governador do Território do Guaporé, em 17 de abril de 1948, numa das salas do Grupo Escolar Duque de Caxias. Lá estava a primeira turma de 35 alunos classificados no rigoroso exame de admissão.

“... A professora, Laudemia Trotta, diretora de Educação, o juiz de direito da Comarca de Porto Velho, Dr. Teodoro Vaz Assunção, o inspetor federal do Colégio Dom Bosco em Porto Velho, prefeito Flamínio J. de Albuquerque (março a junho) e demais autoridades eclesiásticas, federais, territoriais e municipais...Eu, Marise Magalhães Costa Castiel, escrevi e assinei...” (Da ata dessa aula magna).

Nos anos de 1940, o Instituto Maria Auxiliadora já formava normalistas professoras, antes da Escola Normal do Guaporé – Carmela Dutra. Leigos e voluntários, muitas vezes sem remuneração, recebiam até dois anos depois.

No início dos anos de 1940, o Barão de Solimões foi o primeiro, possivelmente construído com recursos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. As primeiras escolas de alvenaria foram aos poucos edificadas, a partir de 1947. O ensino de excelência dos colégios Salesianos, Dom Bosco e Maria Auxiliadora, a Escolinha de Datilografia do Professor Telles e dona Felicidade. Todos aprendiam a datilografar com todos os dedos. O Senai surgiu a partir dos anos de 1950.

Recentemente, em ação do Deosp/DER, as entradas em ferro fundido, com a letra G de Guaporé, foram criminosamente arrancadas e substituídas por vidro no prédio escuro, chamado de Instituto de Educação Carmela Dutra. Desfiguraram muitos outros prédios históricos, inclusive a EFMM. Inaceitavel!

Toque da sineta, mingau de milho e de banana

Traição e mais traição,  Samaritana cai no chão - Por Luiz Leite - Gente de Opinião

Praça Rondon, espécie de vitrine e calçadão (estilo Ipanema) nos anos dourados para rapazes e garotas que curtiam bossa nova, transmitida por alto-falantes. Também aproveitavam o glamour das calientes dancings do Porto Velho Hotel

Além dos grupos escolares Barão Solimões (Rua José Bonifácio) e o Duque de Caxias (Avenida Farquhar) foram criados outros no espaço urbano e na área rural. Na realidade, periferia à área urbana de Porto Velho.

Fora desse espaço central, houve outras escolas rurais criadas pela Divisão de Educação do Guaporé pelos governadores Frederico Trotta e Araújo Lima, na gestão das diretoras da Divisão de Educação professoras LoudimiaTrotra e Marise Castiel.      

A oeste da Escola Rural, posterior batizada de Samaritana, 1947/1948, na Olaria, a oeste, a 200 metros, ficava do outro lado do campo de aviação, e mais a oeste a margem do Rio Madeira, estava o recém-criado bairro dos Arigós, onde ficava a Guarda Territorial.

Em 1947 passou ser construído concluído o Grupo Escolar Duque de Caxias e também iniciada a monumental Carmela Dutra. O curso da Escola Normal do Guaporé começou em abril de 1948, ainda nas instalações do Duque de Caxias.

O recreio da Samaritana era esperado com expectativa. No intervalo das aulas anunciavam a merenda. E a chamada era feita com a sineta:

Blim...blim...blim...

O apetite era enorme. Parava a tabuada ou o beabá, a professora liberava. Naquele momento, aliás, brotava uma alegria danada em nós, criancinhas, todos coladinhos um dos outros... O apetite era enorme. Saíamos das salas de aulas e a molecada corria para a fila única. Juntos, nos comportávamos.

Como era difícil aguardar a concha cheia de mingau colocada ao caneco de alumínio, para receber a excelente alimentação das mãos das carinhosas e enérgicas, merendeiras. O mingau era à base de banana, milho branco ou arroz com leite de castanha...

Às vezes, o cardápio tinha banana, laranja, nos dias especiais, arroz com charque, uma delícia. Uma chefe de disciplina sempre estava de olho para fiscalizar. Para muitas crianças de famílias humildes, aquela merenda era a única alimentação. E era servida à vontade. Enchíamo-nos, e depois íamos brincar. “Oba...o meu bucho está cheio...”

A felicidade morava no Bairro Olaria

Como éramos felizes no bairro da Olaria! A Samaritana, então a mais bela edificação daquele bairro, construída no estilo bangalô, inspirava-se também nas belas e sofisticadas casas do Caiari.

Ingazeiras enfileiradas despontavam no rumo do centro da cidade. Ao sul, na Rua José Bonifácio, ficava o Clube Guaporé, depois o Estádio Ypiranga Paulo Saldanha, em seguida, a 3ª Companhia de Fronteira, a Escola Barão Solimões de um lado e a majestosa Catedral do Bom Jesus; mais abaixo, Maçonaria, e no alto da Ladeira Comendador Centeno o prédio da antiga intendência e Prefeitura, lindíssimos.

Já não se trata de indícios para que a destruição se concretize. Vivemos órfãos da memória, da história, de um povo que vem perdendo a identidade, ferido mortalmente ante um plano de alienação, de perda de raízes. Dominado, talvez.
 

Um escândalo sem precedentes

Não somos robôs. Os três os poderes do Estado de Rondônia não devem ignorar os filhos dessa terra, e colocá-los a margem do processo de decisão deveriam ser deles.

O escancarado loteamento do acervo de imóveis transferidos pelo SPU e Iphan é um escândalo sem precedentes, em benefício de grupos ligados à Prefeitura. Legalizam tudo em manobras trapaceiras indignas dessas superintendências federais transformadas em joguetes de políticos que não nos representam, mas envergonham.

Essas superintendências costumam dizer que “não têm interesse no imóvel”, e dessa maneira legalizam o que é intransferível. Verdadeiro caso de polícia. São transações frequentes, mais perceptíveis de duas décadas para cá.

Na escola do voo solo, batismo
de óleo queimado brevê

O banho de óleo queimado era o batismo divertido de instrutores e colegas, todos se abraçavam todos se sujavam, da prova de fogo, após o primeiro vôo solo, aí, passava-se um rigoroso ensino de pilotagem. Quem concluía o aprendizado recebia o sonhado brevê concedido pelo Departamento de Aeronáutica Civil.

A partir dos anos 1943, no Aero clube de Porto Velho, as primeiras pequenas aeronaves leves modelo Stinson, pertencentes à Escola do Aeroclube do Guaporé. Um dos primeiros instrutores foi Dorian Botelho Monteiro.

Esses aviõezinhos voavam de São Paulo, trazidos pelos próprios instrutores de Porto Velho. Serviam à instrução. Eram aparentemente frágeis, mas seguros, pois cada uma possuía uma estrutura de vergalhões e chapas forradas de lona. Eram os conhecidos teco-tecos, imitavam, modelo muito comum já na primeira Guerra mundial (1914 a 1918).  

Inaugurada essa escola de aprendizes de pilotagem, nela se formaram  aqui os futuros comandantes do ar. Já no início dos anos de 1950, entre os jovens futuros pilotos Antônio Leite, Cláudio Souza, Barrão (Rivero), José Mesquita Telles, Pedro Otino, Leno Compasso, Joaçaba, Dimas Copiano, Liberalino Alves de Souza, Francisco Maciel, Desival Reis, Bariba, Bob Otino, muitos também optavam por serem mecânicos de aeronaves, como é o caso de Dedéu, e um comandante famoso, o instrutor Virgílio Guedes Lira, da primeira turma.

 Esteve em Porto Velho em 1950 e expressou-se entusiasmado e maravilhado, sobre a cidade e sobre os pilotos:

Porto Velho é simplesmente a efervescência interna do progresso...é a matriz fecunda de Pilotos... Em 25 de julho de 1950. Assis Chateaubriand” (Publicado na revista O Cruzeiro) e no jornal Alto Madeira.

Panair do Brasil, emoções, no ar, nas águas, na pista...

Traição e mais traição,  Samaritana cai no chão - Por Luiz Leite - Gente de Opinião

O avião Catalina, da Panair do Brasil. Porto Velho viu e sua gente voou
em aviões que também faziam rota para Buenos Aires e Miami

Teco-tecos, essas pequenas aeronaves decolavam nas tardes, flutuavam, sobrevoavam a cidade, faziam até acrobacias. Seus pousos eram sempre esperados com alegria e aplausos.

Oh! era a reação geral. Deliciava, emocionava e deixava perplexa e assombrada de prazer a pequena população de Porto Velho, que se acostumava à atração diária, uma espécie de lazer contemplativo.

Também, descia naquela época, no Caiari a elegante máquina voadora DC-3. E a FAB também marcava presença, com o avião Catalina que voava no mundo todo, inclusive abria as águas dos rios e se desviava cuidadosamente das três caixas-d’água, pousando e elegantemente da mesma maneira como o fazia em cidades e lugarejos remotos da Amazônia.

A visão extraordinária trazida da Panair do Brasil e pelos teco-tecos fazia-nos crer, como se estivéssemos à frente de uma espécie de vitrine, quando daquelas máquinas voadoras abriam suas asas sobrepostas sobre a cidade, tendo às suas extremidades pequenos barcos que as equilibravam e delas desciam seus elegantes passageiros.

Crianças faziam gritaria, deliciando-se com a ventania provocada pelo estrondo e a força dos motores no giro das suas imensas palhetas. Alegria para a molecada e para um sem número de pessoas curiosas que se postavam e aguardando a ventania da praça ou no Carmela Dutra!

Traição e mais traição,  Samaritana cai no chão - Por Luiz Leite - Gente de Opinião

Samaritana jogada no chão por homens maus. Não passaram despercebidas as imagens que mostram tratores e pás-carregadeiras possivelmente pertencentes ao Departamento de Estradas de Rodagem do Estado.Derrubaram uma edificação inaugurada em 10 de julho de 1948 na Rua Benjamim Constant antiga Escola Rural no Bairro da Olaria.

A Samaritana foi construída com dinheiro público, também, contemplada por pessoas caridosas, apoiada pela Maçonaria. A concessão de um terreno da União não dá direito algum e, sim devolver. A Samaritana é de domínio público...é da população, é do porto-velhense. Hoje, essa mesma Maçonaria parece tropeçar em interesses que não são públicos, mas privados.

Impossível que deixe seu nome à mercê de inquéritos do Ministério Público e da Polícia Federal. Investiguem senhores, do MP e MPF, estudem a História e busquem a saída para o criminoso “delete”.

Este protesto precisa sair Facebook para o inquérito policial e para a demanda judicial. Olho nos gananciosos!

Esse dizer “já tem dono” permite vislumbrar que já estejam de olho na Escola Barão de Solimões. Sempre os mesmos: SPU, Iphan, Prefeitura e carimbados políticos mensaleiros de usinas hidrelétricas e outros nocivos segmentos que não brincam em serviço, quando se trata de fazer o mal e pisotear a História.

"Quem fecha Escola abre prisão" – muitos deles nunca se tocaram para essa antiga advertência pátria. Mas em Porto Velho, governadores e ex-governadores concordaram com o fechamento de escolas.

Poderes corrompidos pela falta de ética, vergonha e sensatez têm fechado as portas escandalosamente às poucas vozes que os procuram. Não dão o mínimo acesso para que administremos o que é nosso, o que nos pertence.

Daí, a cultura vagabunda de não confiar em nós, filhos da terra, dando tudo aos botinudos – ah! Esses nadam de braçadas no erário e nas negociatas. E se apropriam daquilo que temos direito de administrar, comandando nosso destino.

Comentários no Facebook

● “Eu estudei nesta escola. Lembro-me de algumas professoras. Tempo muito bom, quando realmente se aprendia em escola pública. Por que fizeram isso, agora? A Samaritana não era da Maçonaria. Governador, o senhor é maçom, haja para esclarecer isso tudo, porque não o MP ou MPF? Seria um caso para a PF desmontar essa organização criminosa?Quem está por trás da trapaça, da fraude? Chega de cobrir o sol com a peneira, gente. Isso se chama corrupção, lavagem de dinheiro na cara do porto-velhense”...

● “Querido primo, essa povoação (migração desenfreada, vários deles viraram políticos) que veio de longe foi recebida pelos filhos da terra. Chegaram de mansinho tomando posse da nossa querida Rondônia. Esses não sentem o amor nativo e o regionalismo. Foram abrindo espaço, consumindo, desrespeitando o povo... Verdadeiros demolidores da nossa história. Aí está resultado: quem pediu a derrubada) da Escola Samaritana?” (Gecilda)

●Ela diz: “Nota-se o descaso do ensino brasileiro que se repete em todos os estados. Na época, a supervisora supercompetente era a Tomásia. Minha avó foimerendeira. Dona Nair vendia tapioca. Lá estudei até a 5° serie. Bons tempos em que ainda se cantava o Hino Nacional antes de entrar em sala.Lembro-me também da professora Belém”. (Rosi Cieslak, professora na escola).

● “Foi uma agressão à nossa História. Quem poderia brigar por nós. Confúcio? Hildon Chaves? Senadores, deputados, vereadores? Eles nunca tomariam partido, ainda mais por nós... Esses estão nos traindo...nunca mais devem merecer nossa confiança”.

● “Nossa que susto! Não sei qual o motivo, só sei que a escola foi demolida. Nela eu fiz minha 2ª serie primária. Nossa história sendo apagada. Pena...eu também queria saber o que aconteceu com essa escola, eu estudei aí...Destruição severa: em vez de zelarem, destroem, é muita maldade, e só Deus para mandar embora esses cruéis assassinos da nossa cidade”...

● “Fiz todo o Ensino Ensino Fundamental ali e tenho grandes recordações. Fui alfabetizada nos anos 1960 pela professora Edite Cardoso Monteiro (falecida em 2017), que foi por anos minha inspiração. Eu já levava minha caneca, era bem maior que a da Escola (kkkk). Havia festividades à noite. Meu pai estudou aí, ele fala altas histórias dessa escola. Uma vergonha vê-la assim”.

● “Os estudantes estão sendo prejudicados por esses vilões da cultura. É possível que um dia quebraremos esse silêncio. Vamos dar o grito da independência. Chega! Primeiro, não votamos nesses políticos que estão. Deputados, senadores, prefeitos, governadores. Não merecem”. (Professor de música Demetrius Lemos).

(*) O autor nasceu na região, é caboclo. Estudou em várias instituições de ensino em Porto Velho. “Eu estudei lá na Samaritana” — faço coro aos demais. E também na Universidade de Brasília (UnB). Arquiteto e urbanista, pesquisador, autor do Projeto de Restauração e Elementos de Integração do Complexo Ferroviário da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, Orla e Beira rio – plagiado e desfigurado pela Prefeitura de Porto Velho. Pesquisou o livro Marise Castiel, de Sandra Castiel e Achegas de Porto Velho, de Antônio Cantanhede.

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