Quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022 - 14h39
UCRÂNIA É O CAVALO TROIANO DOS USA E DA RÚSSIA
Nem guerra nem paz – Negócio e hipocrisia
Não haverá guerra nem paz; a guerra na Europa não convém à Europa nem à Rússia! Conservar-se-ão as “guerrilhas”!
A Ucrânia renunciará à sua livre escolha de aliança, suspendendo o seu desejo de aderir à NATO, e a Rússia renunciará à invasão e repensará o seu apoio às zonas separatistas (Lugansk e Donetsk) da Ucrânia Oriental e os USA tentarão impor a venda do gás líquido à Europa contra os interesses europeus de o receber mais barato através do gasoduto Stream 2.
Desta forma, as partes beligerantes, Rússia e os EUA, manterão, depois de tantas ameaças, o seu rosto erguido, conservando, cada qual, os seus interesses conflituosos, através dos seus representantes (pró NATO e pró-Rússia ) no terreno, tornando assim a Ucrânia num cavalo de troia.
A Ucrânia perdeu, ao querer internacionalizar a sua guerra civil, tendo agora de começar a ordenar os seus problemas internos num outro dossier que poderia ter como título: Ucrânia, parceira económica das potências envolvidas no conflito! Depois, o negócio de uns e dos outros fará o resto!
Os USA, com a sua armada avançada NATO, procurarão continuar a sua guerra económica contra os interesses da Europa; quem fica com a fava a pagar é a Europa e o povo sofredor dos dois lados.
O nó górdio do conflito é e prevalecerá, por um lado, Moscovo que apoia a autonomia das repúblicas Lugansk e Donetsk (regiões separatistas no oriente da Ucrânia, reconhecê-las corresponderia efectivamente a uma anexação à Rússia dado a maioria da população ser de origem e de língua russa) e, por outo lado, a parte da Ucrânia que pretende a adesão de Kiev à NATO.
Na discussão europeia sobre a situação relativa à Ucrânia, são, matreiramente, esquecidas as estruturas historicamente crescidas na própria Ucrânia com um povo em guerra civil e a acrescentar a tudo isto, os interesses geopolíticos dos EUA e da Rússia que apoiam no terreno, cada um os seus aliados.
O Chanceler alemão Scholz esteve agora em Moscovo e prometeu continuar as negociações sobre as exigências de Moscovo à NATO (seu não alargamento!). Um episódio revelador da atmosfera reinante entre a Rússia e a NATO tornou-se claro quando Scholz alertou para a guerra na Europa, ao que Putin respondeu lembrando que a própria NATO tinha travado uma guerra na Jugoslávia; Scholz returquiu que isso só tinha acontecido para evitar um genocídio; Putin respondeu logo que também estava a dar-se um "genocídio" na Ucrânia oriental (HNA.16.02)!
A Duma (Parlamento russo) legitimou Putin para poder decidir, por ele próprio, o reconhecimento das regiões separatistas da Ucrânia Oriental de Luhansk e Donetsk como "repúblicas do povo". Este contraria certamente o acordo de paz de 2015 em Minsk (entre Kiev e Moscovo), que prevê uma certa reunificação dos separatistas pró-russos na Ucrânia com uma autonomia de longo alcance.
O auge da irracionalidade na Europa (NATO) foi o anúncio feito pelos serviços secretos americanos de que ia haver uma invasão russa da Ucrânia possivelmente esta semana. Isto pertence ao capítulo da rectórica incendiária entre a população para legitimar o desejo de guerra na opinião popular. O mesmo foi feito para legitimar a intervenção no Afeganistão, no Iraque, na Síria, etc. pelo Ocidente, com mentiras que grande parte do povo ocidental foi aceitando. Como sempre é usado um vocabulário de guerra para que as pessoas aprendam a soletrá-lo…
Os nossos Media ocidentais tomaram partido pelos interesses da NATO (organização feita de membros com interesses contraditórios aos dos USA, como é o caso da Turquia que coloca um pé na NATO e outro na Rússia). Neste contexto a política (e seus multiplicadores dos Media) cria condições sociais que abrem o caminho à manipulação e ao dirigismo político, apostando em entorpecer e enganar a população civil. O que mais me fera na observação de tudo, isto é, a insolência e atrevimento com que os Media desinformam unilateralmente o povo por razões de serviço ao próprio regime, papagueando o que políticos dizem caindo na sua rectórica e silenciando,, deste modo que os interesses da cabeça (USA) da NATO são, practicamente, contrários aos dos seus membros da Europa. Criam-se assim, na opinião pública desinformada, duas trincheiras que se combatem: a pró-russa e a pró NATO; assim atingem os seus intentos conseguindo dividir o povo alinhado na fila do antiamericanismo ou na do anti Rússia: uma vez criada a luta dentro da população ocidental (à imagem da guerra civil da Ucrânia), passa a ser então justificada uma decisão aleatória (dos imperialismos de fora) porque já se conseguiu elaborar um culpado.
Não há motivos para pânico! Manter-se-á, porém, a suficiente margem de jogo para o imperialismo de um lado e o do outro continuarem a fazer o seu jogo e os Estados europeus manter-se-ão na condição miserável de ter de seguir a abanar a cabeça, mas a dizer ámen (tendo para isso de se continuar a enganar a população que não compreenderia a complexidade de uma situação tão comprometida)! Quando a China tiver a palavra decisiva a dizer o tabuleiro do xadrez será outro e na altura, se a Rússia não for a aliada da China, então a Europa será aliada da Rússia!
Os imperialismos afirmam-se nas fronteiras dos outros ou apoiam-se em grupos internos rivalizastes e a Europa, como já não é império, tem de assumir o papel de hipócrita porque interessada nos negócios económico-financeiros e na paz para os poder fazer , continuando, muito embora, casada com os USA que com os seus interesses geoestratégicos e económicos contradizem os da distante Europa!
De uma maneira geral, a população europeia quer uma relação relaxada com a Rússia e desejaria que fosse colocada pomada nas feridas deixadas pela queda do socialismo.
O não cumprimento da promessa feita a Gorbatchov de não alargar o âmbito da Nato aos territórios vizinhos da Rússia e a exigência de Putin dos anos 1989/1990 e repetidos em 2007 de que a Ucrânia não aderisse à Nato, têm sido desrespeitados, o que impede um desenvolvimento natural da situação social complicada na Ucrânia. Na realidade poderíamos dizer que a Ucrânia é, de facto, o cavalo de Troia dos USA e da Rússia; sem boa vontade de todos não se vê grande luz no fundo do túnel de uma nação em convulsão nem num realinhamento de blocos a nível mundial.
Agora, à margem dos jogos olímpicos em Pequim, não só Putin, mas também Xi Jinping, fizeram um apelo a um fim do alargamento da NATO. Claro que Xi já está a pensar em Taiwan como zona da sua esfera de influência e essa situação será mais própria para criar uma guerra mundial.
“Uma Alemanha interessada em acordos de comércio com o Leste, uma EU interessada num acordo de associação, e uma federação russa amedrontada, não são indícios de bons resultados para a Ucrânia; a Rússia sente-se ameaçada economicamente pela EU, militarmente pela Nato e socialmente pelos valores ocidentais de liberdade e democracia. A UE defende os seus interesses económicos e estratégicos na Ucrânia argumentado hipocritamente de pretender a salvaguarda dos direitos humanos e de um Estado de Direito. Infelizmente não usou da diplomacia para saber antepor-se aos combates armados entre a população ucraniana nem teve em conta uma Rússia traumatizada pela queda da União Soviética. A Rússia tem os mesmos interesses na Crimeia e nas zonas orientais da Ucrânia como os ingleses no Gibraltar e nas ilhas Malvinas…” escrevi em 2012 no artigo “Ucrânia entre imperialismo russo e ocidental” (1). Outros textos relativos ao assunto em nota (2).
António da Cunha Duarte Justo
Texto completo e notas em “Pegadas do Tempo”, https://antonio-justo.eu/?p=
SURPRESAS EM DEMOCRACIA
O maravilhoso mundo de Hondt:
- Cada deputado PS foi eleito com 19.200 votos;
- Cada deputado PSD foi eleito com 21.107 votos;
- Cada deputado Chega foi eleito com 32.128 votos;
- Cada deputado IL foi eleito com 33.551 votos;
- Cada deputado PCP foi eleito com 39.438 votos;
- Cada deputado do BE foi eleito com 48.051 votos.
- O deputado do PAN, que teve 1,53 %, foi eleito com 82.250 votos.
- O deputado do Livre, que teve 1,28%, foi eleito com 68.971 votos.
E o desgraçado do CDS, que teve 1,61%, que teve mais votos que o PAN e o Livre, pois teve 86.578 votos, não elegeu ninguém.
Mas o mais engraçado é que, por exemplo, o BE teve 240.257 votos e 4,46% e elegeu 5 deputados enquanto o PCP teve 236.630 votos e 4,39% e elegeu 6 deputados. Ou seja, o PCP teve menos votos e menos percentagem do que o BE mas elegeu mais um deputado.
Outra coisa, essa coisa de nos dizerem que a maioria absoluta é metade mais um, é mentira. Se repararem o PS teve 41,68% mas teve uma maioria parlamentar, ou seja, 117 deputados (116+1).
Mas a coisa não fica por aqui, sabiam que nas eleições legislativas de 2019 vocês podem ter sido uma das cerca 800 mil pessoas que se deslocaram a uma mesa de voto e o vosso voto não contou para nada? Mas não fiquem preocupados pois isso aconteceu a cerca de 16% dos votantes, ou seja, a pessoas que tomaram a sua banhoca, vestiram o seu fato domingueiro e foram felizes e contentes a pensar que o seu voto fazia a diferença…
Viva a Democracia! Viva Portugal! E bem-vindo à 3ª República ! Obrigado a quem teve o trabalho de recolher estes dados, de quem não sei o autor! António Justo
Sobre O MÉTODO DE HONDT USADO PARA CONVERTER VOTOS EM MANDATOS É INJUSTO, consultar: Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=
FELIZ SÃO VALENTIM! - DIA DOS ENAMORADOS
Os desmancha-prazeres: Sexo só com máscara!!!
É verdade que a vida é feita de momentos e experiências e quantos mais positivos houver melhor.
Mas imaginem: por muitos beijos que demos não chegam para ter um filho!...
Contudo, celebrar a vida e o amor é sempre um acto criativo e criador!
Muitos beijos e muitas estrelinhas neste dia de São Valentim!
Tudo será de aproveitar, até para se sair da pasmaceira da pandemia!
Mas vejam lá o desplante! Imaginem estes desmancha-prazeres: Na Tailândia, hoje sexo com máscara!
As autoridades de saúde tailandesas pediram aos amantes para tomarem medidas pandémicas neste Dia dos Namorados - e que usem uma máscara quando tiverem relações sexuais!
Mais concretamente, o cúmulo da histeria: "Posições sexuais em que as pessoas se olham directamente umas para as outras e beijos intensos" devem ser evitadas. Nomeadamente, "sempre que possível, o uso de uma máscara durante o sexo pode reduzir o risco de infecção"(cita a HNA).
Afinal, quanto espaço vital é preciso para cada pessoa?
Aparentemente, a Corona torna-se também numa situação de liberdade condicional (estágio) para pessoas casadas. Imaginem-se os divórcios que virão!...
O que fazer com a sublimação da agressão oculta?
Para onde ir com a possibilidade de viver as próprias necessidades. As possibilidades estão a ser sistemicamente tiradas!
Um beijo virtual!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=
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