Sexta-feira, 18 de agosto de 2023 - 10h33
A Câmara dos Deputados, de tempos
a este, por grande número do que tem assento lá, só tem dado motivos para
receber críticas. Nos últimos dias, a Nação toda tem testemunhado ações que só
envergonham o eleitor, irritam o contribuinte, amesquinham aquele poder e
colocam a população brasileira em desvantagem perante suas iguais.
Chega a causar asco as marchas e
contramarchas envolvendo a tramitação do arcabouço fiscal, manifestado na
conduta condenável de parlamentares que fazem mau uso do mandato que lhes
outorgamos. A evidente distribuição de sinecuras, segundo interesses
clientelistas, apenas revela o desprezo que muitos políticos devotam ao
eleitor. Some-se a isso o envolvimento de muitos deles em sucessivos trens da
alegria, mostrando o equivoco de parte expressiva do eleitorado, ao mandar para
a Câmara dos Deputados e para o Senado da República certo tipo de gente.
Achávamos que os exemplos de hoje
tivessem ficado no passado, e que os reclamos por ética na politica houvessem
incorporado à ordem do dia do Parlamento, levando-o a mudar de rota, ao
contrário, a maioria insiste em fazer ouvido de mercador à voz popular, condicionando
sua decisão a concessão de privilégios que em nada se coadunam com as legítimas
aspirações da maioria do povo brasileiro. Bastar acompanhar os encontros cada
vez mais frequentes do presidente Lula com o presidente da Câmara dos
Deputados, Artur Lira, após a sequência de derrotas impostas pelo plenário da
Casa ao Palácio do Planalto. Não sem motivo, a Câmara dos Deputados tornou-se
um poder desprezível, com as pouquíssimas exceções.
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