Segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022 - 15h24
A Ucrânia só precisa da autorização da Nato e da Rússia para se tornar numa República Federal independente neutra
Para evitar a traição da Ucrânia, cuja situação interna foi criada por actuação do Ocidente e da Rússia, decide-se agora a Alemanha pela filosofia militar da guerra fria de outrora. Numa guerra que não pode ser ganha e só será perdida, a situação é grave atendendo à possível alternativa do desaparecimento de um país, sua divisão ou criação de um país independente! A história repete-se e com esta tomada de posição da Alemanha reinicia-se na Europa a época da guerra fria!...
… Até ao presente a Alemanha funcionava, entre os seus parceiros, como travão da vontade militar! Agora (26.02), o governo alemão determinou uma mudança histórica de rumo… O governo alemão passa agora a fornecer armas à Ucrânia: 1000 armas antitanque e 500 mísseis terra-ar provindos dos seus stocks da Bundeswehr. Também quer entregar 14 veículos blindados e até 10.000 toneladas de combustível. Para reforçar a nova filosofia, o governo quer disponibilizar 100 mil milhões de euros para a modernização das Forças Armadas alemãs. Há aspirações de reforçar as Forças Armadas de 183.000 para 203.000 soldados nos próximos dez anos (1). O Chanceler Olaf Scholz justifica a mudança de posição da Alemanha, dizendo: "A invasão russa da Ucrânia marca um ponto de viragem. Ameaça toda a nossa ordem do pós-guerra"…
…. Com a viragem de estratégia alemã iniciar-se-á na Europa a corrida ao armamento.
Putin não queria aceitar que também os grandes impérios podem desabar e os USA enganaram-se ao quererem apostar no seu mundo de cariz unipolar! …
… Facto é que os grandes impérios caem e que a ordem se cria num jogo entre pequenos e grandes… E nós povo, pensamos e agimos privadamente sem nos darmos conta do que está por trás do que fazemos ou deixamos de fazer. Querer meter no mesmo saco os interesses que movem a política e a moral que move o povo, é fraco gesto que usa da confusão que só serve os interesses políticos….
... O cerco da NATO não justifica a guerra nem a guerra justifica as acções anteriores da NATO. Com a guerra e a ameaça nuclear e pessoas sem escrúpulos, tudo se torna possível, mesmo o que se pensava ser impossível. Em 2007, na conferência de segurança em Munique, Putin manifestou-se contra um mundo unipolar e avisou a NATO: "mãos fora dos nossos vizinhos". Pelos vistos Putin, na altura, dizia o que pensava perante o agir de uma NATO que queria ver Putin humilhado e uma Rússia reduzida a segundo ou terceiro plano na ordem mundial…
… A Cimeira da NATO em Varsóvia. 8. 7. 2016 tinha na agenda a forma de lidar com a Rússia, cuja guerra de agressão não declarada contra a vizinha Ucrânia já tinha custado a vida a cerca de 10.000 pessoas e tinha obrigado cerca de 2 milhões de pessoas a fugir (2) …
…. Na opinião pública o sentimento de impotência expressa-se justamente revoltado contra a invasão ordenada por Putin. Isto não evita que a opinião pública seja manipulada hoje como era ontem! Erich Kästner já advertia: “Lembra-te da pergunta daquela criança: o que é que o vento faz quando não sopra?… Quem se atreve a opor-se aos comboios trovejantes?… Aquele que não pergunta continua burro…. É a partir das perguntas que emerge o que resta". Destas ideias se poderia concluir que quando se está contente com a resposta e se deixa de perguntar, então passa-se ao estado de burro. …
…Uma argumentação que certifica a opinião dos que se encontram “do lado certo” traz já no seu germe também a guerra! Senão olhe-se para a situação na Ucrânia e para os meios de comunicação social. A opinião pública passou dezenas de anos virando o olhar do que acontecia na Ucrânia para agora lavarem as mãos declarando Putin de louco sem contarem o que contribuímos para ele chegar a este estado de loucura…
…. No sentido de uma paz duradoura na Europa, seria um erro crasso termos uma Rússia encurralada; a solução seria a Ucrânia tornar-se uma República Federal da Ucrânia neutra, à imagem da Suiça (ou da Suécia) …
… evitar que a Ucrânia na Europa seja colocada na posição de uma nova Cuba… Agora seria o momento de pôr em acção a razão na mesa das conversações e haja um esforço por parte da Europa para que se reconheça uma República Federal Ucraniana, doutro modo a Europa, com a sua política, estará a implementar a união dos blocos comunistas e a preparar a próxima tragédia que será Taiwan…
… A Ucrânia só precisa da autorização (auto-empoderamento) da NATO e da Rússia para iniciar uma política de união nacional federal; que faz a Europa nesse sentido? Esperar que a Rússia se una definitivamente à China? …
Urge parar toda a violência para evitar novas ondas de sofrimento. Seria autoengano pensar que escapando à dor se evitaria o sofrimento!... A questão a pôr será se o que se faz é para o bem de todos!
António da cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
Texto completo e notas em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=
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