Terça-feira, 18 de março de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Vivemos em guerra cultural e não ousamos dizê-lo


António da Cunha Duarte Justo - Gente de Opinião
António da Cunha Duarte Justo

Precisamos de uma esquerda pós-materialista e de um conservadorismo activo 

A sociedade ocidental vive hoje uma guerra cultural silenciosa, mas profunda, que divide nações, polariza debates e redefine valores. No centro deste conflito está a esquerda (socialismo), que, desde o início do século XXI, abandonou a sua luta tradicional contra o capitalismo e pelos trabalhadores, substituindo-a por uma agenda cultural agressiva centrada em minorias e na desconstrução dos valores ocidentais. Esta transformação, aliada à arrogância das elites políticas e culturais, gerou um distanciamento perigoso entre os governantes e a maioria da população. (Na Europa tanto progressistas como conservadores, em vez de analisarem a necessidade de mudança urgente expressa na eleição de Donald Trump, esgotam-se em conversas de caracter emocional de defesa do status quo sociopolítico!) ....

A partir da revolução cultural de 1968, e especialmente após o ano 2000, a esquerda passou a priorizar uma agenda cultural, focada em temas como identidade de género, sexualidade e desconstrução da família e da cultura ocidental. Esta mudança foi tão absorvente que dominou o discurso público através dos media, da política e das instituições culturais...

A família tradicional, outrora um pilar da sociedade, foi substituída por conceitos como famílias substitutas, grupos woke e transgénero, alienando ainda mais a esquerda das suas raízes populares...

Enquanto a esquerda se fragmenta em múltiplas facções, os conservadores começam a reagir. Nos EUA, a eleição de Donald Trump foi um sinal claro de que uma parte significativa da população está cansada do domínio progressista. Na Europa, o descontentamento com as políticas da União Europeia (UE) e a sua agenda globalista também cresce...

As elites políticas e culturais, incluindo as eclesiásticas e económicas, alinharam-se com esta agenda progressista, mas o povo está farto...

Em vez de ouvirem as dores da população, preferem estigmatizar movimentos populares como "populistas" ou "extremistas de direita", atribuindo a culpa às redes sociais e às fake news...

A UE, por exemplo, chegou ao absurdo de legislar sobre a curvatura das bananas, enquanto ignora questões culturais e identitárias que afectam profundamente as nações...

Para superar esta crise, precisamos de uma esquerda pós-materialista que volte a conectar-se com as preocupações reais da população, sem abandonar a defesa dos mais vulneráveis. Ao mesmo tempo, os conservadores precisam de se renovar, assumindo as boas características da esquerda, como a solidariedade humana concreta, sem cair no extremismo. Neste sentido a doutrina social da Igreja católica podendo este ser um modelo de fidelidade à pessoa e à comunidade(a exemplo do capitalismo social de mercado criado na Alemanha pós-guerra, surgido da colaboração entre sindicalismo e cristianismo)...

A sociedade ocidental precisa de um diálogo construtivo entre esquerda e direita, onde ambas as partes reconheçam as virtudes do outro e trabalhem em conjunto para o bem comum. A sabedoria popular, que ultrapassa a práxis política, deve ser valorizada... Doutro modo a cultura predominante embala-nos: todos aplaudem, ninguém questiona, todos são arrastados pelo fluxo do espírito do tempo.

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em “Pegadas do Tempo”: https://antonio-justo.eu/?p=10005

 

ROMÉNIA – VOTAR ATÉ QUE AGRADE À UNIÃO EUROPEIA

 

Dois Pesos e Duas Medidas: A Interferência da UE nas Eleições Democráticas

 

A democracia é frequentemente celebrada como o ponto alto da liberdade, mas a sua aplicação prática nem sempre reflete esses ideais...

O caso da Roménia em 2024, onde a vitória de Călin Georgescu nas eleições presidenciais foi anulada sob alegações de influência russa, ilustra uma tendência preocupante: o uso de "dois pesos e duas medidas" em questões de democracia e soberania eleitoral.

Călin Georgescu, uma figura religiosa e nacionalista, venceu a primeira volta das eleições presidenciais romenas em novembro de 2024...

No entanto, o Tribunal Constitucional anulou a eleição, alegando interferência russa e desinformação via TikTok. A UE apoiou a decisão, levando à exclusão de Georgescu e à formação de uma coligação pró-europeia para garantir uma "democracia alinhada com a UE".

A anulação das eleições romenas sob a alegação de interferência russa é particularmente irónica quando consideramos o papel decisivo que os grandes meios de comunicação europeus desempenham na moldagem da opinião pública. Enquanto a desinformação estrangeira é condenada e usada como justificativa para anular eleições, a influência dos media europeus, muitas vezes alinhados com agendas políticas específicas, é ignorada ou minimizada. Esta dualidade reflete um "imperialismo mental", onde a elite do poder ocidental se arroga o direito de definir o que é ou não democrático, independentemente da vontade dos eleitores.

Este não é um caso isolado. Em 2014, na Ucrânia, um governo eleito foi derrubado sob alegações de interferência russa, substituído por uma administração pró-Ocidente...

A intervenção da UE nas eleições romenas destaca uma contradição no discurso democrático europeu...

A democracia deve respeitar a vontade popular, sem distorções para servir interesses externos. Caso contrário, arrisca-se a tornar-se um instrumento de poder, em vez de uma expressão genuína da soberania popular.

No domingo passado Georgescu, simpatizante de Putin, foi excluído das próximas eleições pela comissão eleitoral em Bucareste. Na segunda-feira (11.03) o Tribunal Constitucional romeno impediu Călin Georgescu de se candidatar. A eleição será repetida a 4 e 18 de maio 2025.

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9998

Síria em Tempos de Ramadão Muçulmano e de Quaresma Cristã

 

 

A Paixão de Cristo Continuada nos Massacres de Alauitas, Drusos e Cristãos na Síria

 

 

A situação na Síria permanece trágica, com violência sectária atingindo níveis alarmantes durante um período que coincide com o Ramadão muçulmano e a Quaresma cristã. A "operação militar" sunita síria, que visou especificamente minorias religiosas como alauitas, drusos e cristãos, resultou em massacres brutais e execuções seletivas, deixando a comunidade internacional em estado de choque. No entanto, a resposta dos políticos da União Europeia (UE) tem sido marcada por hipocrisia e inação, levantando questões sobre o seu compromisso real com os direitos humanos e a democracia...

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) documentou massacres que resultaram na morte de pelo menos 750 civis alauitas em 29 incidentes distintos entre 6 e 8 de março de 2025. Famílias inteiras foram executadas, e os corpos foram enterrados em valas comuns. O conselheiro do ex-presidente do Conselho Alauita, Muhammad Nasser, alegou que mais de 1,7 mil civis foram mortos, incluindo membros das comunidades drusa e cristã...

Os políticos da UE expressaram alarme com a violência contra civis, mas a sua resposta tem sido amplamente criticada como hipócrita. Anteriormente, muitos deles haviam feito uma peregrinação à Síria para apertar as mãos de líderes islamistas após o golpe extremista, ignorando os princípios do Islão que justificam a perseguição de minorias religiosas e a mentira desde que sirva o islão. Agora, lavam as mãos como Pilatos, recusando-se a assumir responsabilidade pelas consequências das suas acções...

Os alauitas, grupo ao qual pertencia o presidente deposto Bashar al-Assad, foram antes alvo de uma campanha de desumanização através de propaganda antes de serem marcados para extermínio. A mesma sorte coube aos drusos e cristãos, que também foram brutalmente assassinados. Relatos  não confirmados indicam que cerca de 7.000 integrantes de minorias religiosas foram mortos, incluindo 1.000 cristãos, alguns dos quais foram crucificados.

 

Os media, no entanto, têm sido reticentes em cobrir a perseguição e os assassinatos de cristãos, muitas vezes ignorando ou minimizando a gravidade dos crimes. Essa omissão contribui para a invisibilidade do sofrimento dessas comunidades e para a impunidade dos agressores...

É imperativo que a comunidade internacional, incluindo a UE, deixe de lado a hipocrisia e a inação e tome medidas concretas para acabar com a violência sectária na Síria...

O novo regime da Síria tem como presidente interino Ahmad al-Sharaa (Al-Jolani),  terrorista, ex-membro da Al-Qaeda e do Estado Islâmico.

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=10002

 

NA SOMBRA DO OLIMPO DE BRUXELAS

 

Oh, que sorte a nossa, servos do temor,

Malignos vários, num só coro a cantar:

O clima, o vírus, Putin, Trump, o horror,

Um espetáculo pronto a nos assombrar!

 

Governantes, maestros do medo astuto,

Trombetas do alarme, sinfonias de pavor,

Criam fantasmas, depois vendem o escudo,

E nós, bobos da corte, pagamos com fervor!

 

"Combateremos o mal que nós mesmos tecemos!"

Segredam em Bruxelas, ao contar nosso ouro roubado.

Ah, que engenho, que arte! Quase não percebemos

Que o medo é deles, mas o tributo é do nosso lado.

 

Amigos cidadãos, cá estamos, a dançar,

Nesta valsa de sustos, tão bem orquestrada.

Malignos ao serviço do poder, a rodar,

E nós, de cabeças vazias, a aplaudir a jogada!

 

Governantes artesãos do medo: criam monstros, vendem espadas e cobram-nos por ambos. O verdadeiro mal? Acreditar que precisamos deles para nos salvar.

António CD Justo

Em Pegadas do Tempo https://antonio-justo.eu/?p=9994

 

Gente de OpiniãoTerça-feira, 18 de março de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Foi-se o homem que deixou seu legado na história da Polícia Militar de Rondônia

Foi-se o homem que deixou seu legado na história da Polícia Militar de Rondônia

Rondônia perdeu um dos seus filhos mais ilustres, na manhã desta segunda-feira (17/03). Faleceu o coronel Valnir Ferro de Souza, ou, simplesmente, V

Quer dizer que agora machismo é elogio?

Quer dizer que agora machismo é elogio?

Durante a solenidade de posse da senhora Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, o presidente Lula, referindo-se à sua companh

Coluna da Hora – Coleta de lixo: sai Marquise e entra Marquise, “nova empresa” deve assumir contrato emergencial na capital no sistema 50/50; saiba mais com o Jornalista Géri Anderson

Coluna da Hora – Coleta de lixo: sai Marquise e entra Marquise, “nova empresa” deve assumir contrato emergencial na capital no sistema 50/50; saiba mais com o Jornalista Géri Anderson

O consórcio ECO PVH, formado pelas empresas SUMA Brasil e Ecofort, está prestes a ser oficializado como o novo responsável pela gestão emergencial d

Fala machista do presidente ignora qualidades da senhora Gleisi Hoffmann

Fala machista do presidente ignora qualidades da senhora Gleisi Hoffmann

Uma coisa se não pode negar: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um otimista inveterado. E isso fica cada vez mais evidente à medida que se dis

Gente de Opinião Terça-feira, 18 de março de 2025 | Porto Velho (RO)