Quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024 - 16h42
A partir da próxima legislatura, ou seja, janeiro de 2025, a
Câmara Municipal de Porto Velho terá vinte e três vereadores. Atualmente, a
capital tem vinte e um parlamentares. O aumento do número de cadeiras no
legislativo municipal é fixado em função da quantidade de habitantes de cada
cidade, de acordo com dados do IBGE, observando-se a proporcionalidade
estabelecida pela Constituição Federal.
A notícia soou como melodia agradável aos ouvidos de muita gente,
a maioria de olho num salário alto, engordado com alguns penduricalhos. Imagino
que já tem pessoas fazendo planos e contabilizando, desde logo, as vantagens
que serão auferidas, não se importando com o fato de que toda a sociedade está
vendo, sofrendo e repudiando. Muitos confiam no poder da garganta. Acham que
alguns discursos melosos e algumas migalhas distribuídas às vésperas das
eleições servirão para inebriar o eleitor e garantir-lhes uma sobrevida.
Somente dessa maneira se pode explicar o sorriso estampado na cara de pau de
uns poucos e a desconfiança quase que total da população nas suas, digamos,
boas intenções.
Num país efetivamente sério mais representantes políticos
significaria também mais gente lutando em defesa dos direitos da sociedade. No
Brasil, sempre recebemos com reservas e, muitas vezes, com nojo e desconfiança
coisas dessa natureza. É não é sem motivo. Não por acaso, a maioria da
população, e não precisamos de nenhuma pesquisa para testar, não se vê
representada por muitos que hoje ocupam uma vaga no parlamento federal,
estadual ou municipal. Isso não quer dizer que todos os políticos são ruins.
Nada disso. Há políticos sérios e comprometidos com as causas sociais.
Pouquíssimos, mas há.
Mas isso é fácil de resolver. É só caprichar na escolha. Em
outubro próximo, haverá eleições para prefeito e vereadores. É hora de usar a
nossa arma mais poderosa: o voto, ocupando os espaços com gente honesta e
competente. Vamos arrancar da vida pública, como se fosse um tumor, o político
profissional, que usa o mandato como instrumento de barganha, trocando apoios
por cargos nos governos. Vamos tomar o futuro em nossas mãos. Você acha que
precisamos de mais políticos ou de mais comida na mesa, mais empregos, mais
saúde, mais educação, mais saneamento básico, mais justiça social e menos
corrupção?
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