Quinta-feira, 3 de novembro de 2011 - 07h18
Estudo revela que o tráfico de drogas ilícitas figura no topo do ranking dos crimes que movimentam os maiores volumes de dinheiro no mundo. Este crime passou a ser considerado um dos grandes negócios mundiais, ficando atrás apenas do setor petrolífero e da indústria automobilística, movimentando, anualmente, cerca de US$ 750 bilhões. Na Rota Bolívia-Rio Branco, os lucros para quem transporta entorpecente chegam à casa dos 193% e um prêmio em média igual a R$ 14.837.
O Acre conforme dados do estudo que tem como base informações da Policia Federal, é o segundo estado de maior volume de apreensões de drogas no país, perdendo apenas para o Estado do Mato Grosso. O estudo aponta o que já é de conhecimento da maioria das autoridades brasileiras e do governo estadual: por situar-se em tri-fronteira, o estado é a principal porta de entrada de drogas, especificamente a cocaína, que na sua maior parte, se destina a outros estados da federação e até para outros países.
Foram entrevistados 102 presos na Unidade Francisco D´Oliveira Conde. O Acre, de acordo com dados do IAPEN, contava com 3.036 presos no ano em que foi realizado o levantamento (2008). 31,5% desses pela prática do crime de tráfico de drogas. Na avaliação dos estudiosos, os números mostram a expressiva participação do tráfico na criminalidade acreana.
- Ela é responsável por quase um terço da população de indivíduos encarcerados do Estado – diz o relatório.
A cidade de Rio Branco concentra a maior parcela dos detentos do Estado, somando um total de 2.336 indivíduos, que correspondem a quase 77% dos presos do Acre. Deste número, 33,35% representam a parcela de pessoas presas por tráfico de entorpecentes.
No perfil dos presos por tráfico, 78,4% são homens e 21,6% mulheres. Uma parcela significante dos presos tem contato com drogas com dez anos de idade [período que deveriam estar na escola]. Eles representam 14% dos entrevistados. A faixa que vai até os 20 anos representa um percentual de 24,51% dos envolvidos em crimes por entorpecentes.
As mulheres entram no mundo do tráfico mais tarde, muitas vezes atraídas pelos maridos e amantes dentro do presídio. O estudo aponta como intervalo com maior ocorrência de mulheres a faixa que vai dos 31 aos 35 anos de idade, com um percentual de 27,27%. Em média, os homens iniciam-se no tráfico com a idade de 23 anos e as mulheres aos 26,6 anos.
Pelos dados catalogados, a maconha deixou de ser a principal droga comercializada no Estado. 100% dos entrevistados afirmaram transportar ou comercializar cocaína em suas diversas formas, esse grupo representa 82%. Outros 3% comercializavam maconha e 15% as duas drogas.
As chamadas “mulas” representam 32% dos entrevistados. 67% dessa droga vêm da Bolívia e 26% é adquirida do Peru. Apenas 7% adquiriam a droga no Acre. No varejo, o comércio é feito pelas “bocas de fumo”. Nelas as drogas são embaladas em “cabecinhas” e comercializadas já prontas para o uso. Os boqueiros são quem comercializam os maiores volumes.
O comércio representa um salário em média de R$ 7.215 por mês. O lucro nesse mercado chega a variar entre 294% a 470%. A rota de ouro para os traficantes é o de transporte da Bolívia para Rio Branco. Essa rota pode representar uma renda bruta equivalente a R$ 15.174, uma taxa de lucro de 193% e um prêmio em média igual a R$ 14.837.
Ainda segundo o estudo, os traficantes presos que adquiriam o entorpecente em território acreano obtinham com sua venda uma renda bruta média advinda do tráfico igual a R$ 5.534, uma lucratividade média de 129% e um prêmio médio equivalente a R$ 5.142. Os entrevistados que compravam a droga no Peru e a revendiam no Brasil alcançavam, em média, uma renda bruta igual a R$ 5.000, uma taxa de lucro de 205% e um prêmio de R$ 4.770.
Enquanto a indústria clandestina vai montando seu império, empregando a cada dia jovens mais novos e até crianças de 10 anos que deveriam estar na escola, nenhuma ação de governo saiu do papel. As fronteiras do estado continuam escancaradas. Na próxima matéria da série, a reportagem vai mostrar o que o estudo aponta com relação ao trabalho da Policia do Acre no combate à entrada e o consumo de drogas no Estado.
A avaliação econômica do tráfico de drogas no estado do Acre tem a autoria de Rennan Bitts de Lima, Rubicleis Gomes da Silva e Eduardo Simões Almeida.
Fonte:Jairo Carioca – ac24horas
jscarioca@globo.com
Polícia Militar apreende motos, armas, bloqueador de sinais e celulares roubados
Durante a Operação Maximus, em patrulhamento na Estrada do Belmont com Lauro Sodré, policiais militares do 9º Batalhão receberam denúncia anônima in
PF desarticula esquema de tráfico interestadual de drogas envolvendo policiais em RO e na BA
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, (7/11), a Operação Puritas, para desarticular grupo criminoso responsável por esquema de tráfico int
Nota de Esclarecimento da Polícia Civil de Rondônia
A Polícia Civil do Estado de Rondônia vem a público esclarecer que, conforme sua missão institucional e compromisso com a imparcialidade, não apoia,
PF apreende R$100 mil que seriam utilizados para compra de votos
Veja a reportagem: