Segunda-feira, 21 de setembro de 2009 - 06h22
A força e a ousadia do Esquadrão da Morte
A data 30 de Junho de 1996, nunca será esquecida por grande parte dos Acreanos. Foi nesse dia no posto Parati, na avenida Antônio da Rocha Viana, que vai ser o início de uma das mortes mais violentas do Estado e quando o crime organizado vai mostrar a face mais negra do terror. Depois de uma discussão, todos que estavam próximo vão ouvir um tiro. Depois desse momento Rio Branco não será mais a mesma. O tiro atingiu Itamar Pascoal, irmão de Hildebrando Pascoal, o homem mais temido do Estado, apontado como o chefe da organização criminosa chamada esquadrão da morte, um grupo de matadores que reunia policiais civis, militares, traficantes e matadores de aluguel. O homem que atirou: José Hugo Alves, será marcado para morrer a partir deste instante. O motorista dele, o mecânico Agilson Firmino dos Santos, o Baiano, também tem sua sentença decretada.
Fatos
Itamar parou no posto para cobrar Hugo que teria recebido R$ 20 mil para interceder junto a um deputado, a liberdade de um traficante: Gerson Turino. Hugo pegou o dinheiro, mas não fez o serviço. Itamar seria o novo responsável pela negociação e queria o dinheiro. Na discussão ele dá um tapa no rosto de Hugo, que sacou a arma e atirou.
Hugo e Baiano fogem. Sabiam do problema que tinham comprado. Hildebrando aciona Aureliano Pascoal, primo e o comandante da Policia Militar do Acre. Todos os policiais são chamados para as buscas. Até quem estava de folga pega o próprio carro para vasculhar a cidade. Anúncios são colocados nos jornais, na televisão e espalhados pelos muros da cidade. Hildebrando promete recompensar com R$ 50 mil quem desse notícias de Hugo e Baiano.
Sequestros
Sem conseguir êxito na captura, o grupo então decide aterrorizar as famílias. A mulher de Hugo, Clerisnar dos Santos Alves e os dois filhos são seqüestrados. Todos são levados para a fazenda de Hildebrando e sofrem constantes ameaças de morte. No caso de Baiano, a esposa, Evanilda Lima de Oliveira é levada para o quartel da PM, um outro grupo leva o filho mais velho do casal para uma estrada. O garoto de 13 anos, Wilder Firmino é interrogado várias horas sobre o paradeiro do pai. Sem saber de nada, o deficiente mental é violentamente torturado. Ácido é jogado em seu corpo que fica todo queimado. No final o grupo deu um tiro na cabeça do adolescente.
Captura Baiano
No dia 2 de julho, depois de 3 dias de buscas, Baiano é encontrado em Sena Madureira. Colocado no porta-malas de um carro é levado para um galpão no bairro Nova Estação de propriedade do então vereador José Alípio. Num quarto de 16 metros quadrados Baiano vai conhecer o inferno. É torturado sem perdão, com uma motosserra. Muita agonia. O grupo vai arrancando parte de seus membros. Primeiro os braços, depois as pernas. Seus órgãos genitais são arrancados, a cabeça é perfurada com um prego. No final vários tiros são disparado no corpo já sem vida.
Para mostrar a sua força o esquadrão joga o que sobrou do corpo na avenida Antônio da Rocha Viana, próximo onde Itamar Foi morto.
Processo
A cidade se calou diante do crime Bárbaro e o caso só foi reaberto em 1999, com a CPI do crime organizado. A justiça finalmente aponta os acusados e detalhes do assassinato. 12 anos depois o julgamento será realizado. Das 9 pessoas apontadas como os matadores, dois já morreram: o vereador José Alípio e o protético Sete Pascoal, irmão de Hildebrando. Ele tinha sido o único a ser julgado. Foi condenado a 13 anos de prisão, mas já tinha cumprido a pena e estava em liberdade quando sofreu no ano passado um acidente de moto vindo a falecer.
No julgamento desta segunda-feira, segundo o processo, 7 pessoas responderão pelo crime. Hildebrando Pascoal desta vez não aparece como mandante, mas como executor; sargento Alex Fernandes Barros, braço direito de Hildebrando também. Participaram ainda do crime da motosserra: Adão Libório de Albuquerque; Amaraldo Uchoa Pinheiro, Pedro Pascoal, irmão de Hildebrando, Ney Roque e Manoel Maria Lopes o coroinha.
O Ministério Público Estadual entendeu que esses eram os principais envolvidos no crime. Outras dezenas que participaram das buscas e viram todo o sofrimento de Baiano, terminaram apenas como cúmplices da história.
Outros crimes
Hildebrando ainda vai responder pela Morte de Hugo. De acordo com o Ministério Público, ele foi encontrado no Piau e morto por Hildebrando e Raimundinho. Não tem como confirmar a história de que a cabeça de Hugo veio para o Acre como forma de prêmio. Tem ainda o julgamento do seqüestro de Clerisnar Alves e do assassinato do garoto Wilder Firmino.
Por tudo isso, ainda esta semana, espera-se que a Justiça terá dado uma resposta a um dos crimes mais bárbaros do Acre e marcou para sempre sua história.
Roberto Vaz - da redação ac24horas
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