Quinta-feira, 11 de outubro de 2007 - 03h41
Nesta quarta-feira (10), às 11h30 (horário de Washington, D.C.), durante o 130º período de sessões da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) será analisado o caso da Casa de Detenção José Mario Alves, conhecida como Presídio Urso Branco, em Porto Velho, Rondônia. A sessão será realizada em Washington, D.C., sede da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA.
A audiência tratará das violações de direitos humanos cometidas pelo Estado brasileiro contra os presos do Urso Branco. Na ocasião, a Justiça Global e a Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Porto Velho (CJP), ambas peticionárias do caso, irão relatar os graves acontecimentos de execução e tortura praticados por agentes estatais nos últimos anos, sobretudo ao longo de 2007. Também apresentarão aos membros da CIDH o relatório Presídio Urso Branco: a institucionalização da barbárie, com denúncias de casos de mortes violentas, torturas e maus tratos ocorridos no presídio nos últimos cinco anos. São quase cem casos de execuções sumárias ocorridas no interior do presídio.
A principal acusação é a de que a situação da casa de detenção continua beirando o total descontrole, ou seja, é a mesma desde a primeira denúncia contra o Brasil no âmbito do Sistema Interamericano de Direitos Humanos em 2002. Na ocasião, a Corte Interamericana determinou ao Brasil a adoção de medidas imediatas para proteger a vida e integridade física dos detentos do presídio.
O Urso Branco enfrenta práticas cotidianas de tortura e violência impostas por agentes do estado, além de conflitos entre os próprios detentos, resultado da falta de controle da população prisional por parte do estado de Rondônia, como demonstra o relatório de 70 páginas que será entregue aos membros da CIDH.
A superlotação é outro grave problema ainda sem solução. Com capacidade para 460 homens, hoje o presídio tem cerca de mil presos. Ou seja, ultrapassou em mais de 50% o número total de vagas. Além disso, o Urso Branco encontra-se em péssimas condições de infra-estrutura. Em razão da falta de água, os presos só têm acesso à água três vezes por dia durante 20 minutos.
Somente em 2007, em menos de seis meses, quatro diretores já foram exonerados sob a acusação de prática de tortura. Até agora o Estado não investigou e nem julgou os responsáveis pelos crimes ocorridos nos últimos anos naquele presídio.
Mortes violentas
Em julho deste ano após rebelião na qual os presos já haviam se rendido , agentes penitenciários lideraram uma sessão de tortura no pátio do presídio que resultou na execução sumária do preso José da Silva Pereira Júnior. Há um ano, também durante o mês de julho, um outro motim foi organizado no qual 213 familiares de presos, entre eles 34 crianças, permaneceram como reféns por 24 horas. Na ocasião, o preso Charles Reis de Souza foi assassinado com mais de 30 golpes de chuços (arma artesanal).
O ano de 2006 foi marcado por mortes violentas no interior do presídio. Em agosto, o preso José Pereira dos Santos morreu com traumatismo craniano. No mês de outubro, o preso Jéferson Ferreira Silva foi morto com golpes de chuços no coração.
No mês seguinte, outras três mortes violentas também com requintes de crueldade: no dia 17 de novembro, o preso Cledson Soares de Oliveira teve os braços arrancados e a cabeça degolada. Dez dias depois, Jackson da Silva foi morto por enforcamento. Segundo informações dos próprios presos, a meta era executar 32 detentos.
Durante a audiência na sede da OEA, o Brasil terá de se posicionar em relação a essas graves situações que ocorreram no presídio, sob pena de sofrer novo constrangimento internacional. O caso pode ir para julgamento na Corte Interamericana de Direitos Humanos, o tribunal máximo dentro da OEA.
O relatório Presídio Urso Branco: a institucionalização da barbárie estará disponível na página eletrônica da Justiça Global (www.global.org.br) no próximo dia 10 de outubro a partir das 10h da manhã (horário de Brasília).
Fonte: Justiça Global - MP/RO
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