Segunda-feira, 10 de dezembro de 2018 - 11h18
A Polícia Civil e o Ministério Público de Goiás (MP-GO) criarão
forças-tarefas especiais para apurar as denúncias de abuso sexual envolvendo o
médium João Teixeira de Faria, conhecido internacionalmente como João de Deus.
A
Polícia Civil deve definir a quantidade de delegados e agentes que atuarão no
caso durante reunião convocada pelo delegado-geral André Fernandes para as
16h30 de hoje (10), em Goiânia.
A
assessoria de imprensa confirmou à Agência
Brasil que a instituição já havia instaurado inquéritos para investigar
acusações apresentadas por frequentadoras da Casa Dom Inácio de Loyola, em
Abadiânia (GO), mas que as denúncias se avolumaram depois que o caso se tornou
público, sendo divulgado na imprensa. A criação da força-tarefa se deve à
complexidade do caso.
Já
o Ministério Público goiano pretende atuar em conjunto com promotores de outras
unidades da federação onde residam mulheres que afirmem ter sido vítimas de
abusos sexuais supostamente cometidos pelo médium. As primeiras denunciantes
devem começar a ser ouvidas amanhã (11).
O
escândalo envolvendo João de Deus veio à tona na última sexta-feira (7), quando
o programa Conversa com Bial, da TV Globo, veiculou o relato de várias mulheres
que afirmam terem sido vítimas do médium. Segundo os relatos, João de Deus as
teria levado para cômodos isolados do centro espírita e as molestado,
acariciando seus corpos. Algumas mulheres garantem que o médium chegou a expor
seu pênis, forçando-as a tocá-lo a pretexto de curá-las.
A
reportagem ainda não conseguiu contato com o médium e com seus advogados. Desde
ontem (9), ninguém atende os telefones de contato divulgados na página da Casa
Dom Inácio de Loyola, na internet.
Em
nota divulgada no sábado (8), a Federação Espírita Brasileira afirma que o
espiritismo orienta que o serviço espiritual não deve ocorrer isoladamente,
apenas com a presença do médium e da pessoa assistida. Além disso, a entidade
informa que “não recomenda a atividade individual de médiuns que atuem por
conta própria” que, portanto, “não estão vinculados ao movimento espírita, nem
seguindo sua orientação”.
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