Segunda-feira, 30 de agosto de 2021 - 11h31
Os
magistrados da 1ª Câmara Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia,
durante a sessão de julgamento realizada no dia 26 de agosto de 2021, acolheram
os argumentos da Promotoria de Justiça do Ministério público, em recurso de
apelação, reformaram a sentença do juízo da causa e condenaram o réu Flávio
Eduardo Almeida, sob a acusação de ter cometido os crimes de lesão corporal,
ameaça e corrupção ativa. O réu agrediu uma mulher e, ao ser preso, ofereceu
dinheiro a policial.
O acusado, que
responde ao processo em liberdade, no dia 19 de maio de 2020, no período da
tarde, no Bairro Três Marias, em Porto Velho – capital de Rondônia, sem motivo,
invadiu a casa de uma mulher, a agrediu fisicamente e ameaçou matá-la; o que só
não ocorreu porque a vítima foi socorrida pelos vizinhos. Após o réu ser preso,
ofereceu dinheiro aos policiais, pois afirmou ter câncer e temia ser morto na
prisão por fazer parte de uma facção criminosa. Ele foi condenado a 2 anos, 8
meses e vinte dias de reclusão; mais dez dias-multa. A pena inicial será
cumprida no regime semiaberto.
Além disso, o
voto do relator, desembargador Gilberto Barbosa, considerando o teor da
ocorrência policial (nº 73821/2020), bem como as declarações do policial que
atuou no dia do fato e da vítima “noticiando que o réu é integrante de facção
criminosa, determinou que cópias do processo e da gravação da mídia da
audiência sejam enviadas ao Ministério Público para apurar o que entender
pertinente”.
O caso
No dia dos
fatos, segundo o voto do relator, a vítima, por volta das 16 horas, ouviu o seu
cachorro latir e, ao sair da casa para o quintal, deparou-se com o acusado,
momento que pediu para ele sair do local, o que foi recusado pelo réu. Diante
disso, a moradora, ao tentar entrar em sua casa, foi seguida pelo réu Flávio
Eduardo, que chutou a porta de sua casa. Segundo a ocorrência, ele deu socos no
rosto da vítima, a enforcou e falou que iria matá-la. Porém, a vítima conseguiu
gritar, chamando a atenção de vizinhos.
Voto
Segundo o voto
do relator, o réu foi absolvido pelo Juízo da causa por fragilidade nas provas.
Porém, para o relator, “há evidências de que o apelado ofendeu a integridade
corporal, bem como pronunciou mal injusto e grave contra a vítima, além de ter
oferecido vantagem indevida a funcionários públicos”. De acordo com a decisão,
"A materialidade dos delitos é incontestável, pois está evidenciada no
auto de prisão em flagrante, ocorrência policial, laudo de lesão corporal e
pelos depoimentos colhidos em Juízo".
Sustentando a reforma da sentença, o voto narra que “resta comprovado, pois, o
elemento subjetivo, já que o apelado, de maneira direta, livre e consciente,
lesionou e ameaçou a vítima, bem como ofertou vantagem ilegal aos policiais, realidade
a desnudar que se faz necessário reformar a sentença que lhe absolveu pela
prática dos crimes de lesão corporal, ameaça e corrupção ativa”.
O
desembargador Daniel Lagos e o juiz convocado Jorge Gurgel do Amaral
acompanharam o voto do relator.
Apelação
Criminal n. 0004528-45.2020.8.22.0501
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