Segunda-feira, 9 de setembro de 2019 - 11h26
A Advocacia-Geral da
União (AGU) zerou o passivo de processos e pareceres consultivos pendentes de
manifestação jurídica de órgãos internos nos últimos anos. Em janeiro de 2019,
mais de dois mil processos faziam parte da lista de pendências, aguardando
providências administrativas ou a emissão de análises jurídicas relevantes para
os órgãos públicos. Os 585 processos ainda pendentes foram abertos neste ano.
Segundo o
consultor-geral da União, Arthur Cerqueira Valério, dentre as pendências
administrativas estava a expedição de ofícios, ciência de órgãos e encerramento
de tarefas. Já os pareceres jurídicos geralmente dependiam de aprovação ou
realização de diligências por parte de outras unidades.
Uma lista de tarefas
passou a fazer parte do acompanhamento interno da CGU, por meio de um sistema
conhecido como Sapiens. Cada departamento possui funções a serem desempenhadas,
como "dar andamento", "analisar processo", "elaborar
manifestação jurídica consultiva", "analisar manifestação",
"aprovar documento", "acompanhar processo administrativo",
"solicitar aprovação pela autoridade superior", dentre outros.
O advogado-geral da
União, André Mendonça, disse que o resultado prático da medida é a CGU
trabalhar, a partir de agora, com processos que terão prazo menor para
manifestação. “Hoje a Consultoria-Geral da União, pela primeira vez na
história, trabalha com processos com atividades abertas apenas no ano
correspondente. É uma alegria para mim, o que demonstra o comprometimento de
toda a CGU na resolução não só segura, mas também célere de todas as demandas e
questões jurídicas a ela submetidas”, elogiou.
O Departamento de
Coordenação e Orientação de Órgãos Jurídicos (Decor) é responsável por elaborar
pareceres que, em algumas situações, são assinados pelo presidente da República
e passam a ser cumpridos por toda a Administração Pública.
"Para resolver conflitos,
consultamos os órgãos envolvidos e colhemos as manifestações jurídicas. Só
depois o Decor conclui pela tese final. Acontece que, por diversos motivos, o
departamento fazia a demanda e os órgãos demoravam meses ou até anos para
responder. Então estamos estabelecendo um procedimento para evitar que esses
prazos se alonguem demais. Nós temos conferido normalmente o prazo de 30 dias,
reiterando o pedido de subsídios. Não havendo resposta, a orientação é que o
Decor se debruce sobre a matéria e uniformize o entendimento", explicou o
consultor-geral.
Exemplos
Ele cita como exemplo
um processo iniciado em 2014 que dependia somente da resposta de outros
dirigentes para que fosse finalizado. Outro caso envolveu o parecer sobre a
possibilidade de o servidor público acumular em caráter excepcional mais de um
cargo público com carga horária acima de 60 horas desde que haja
compatibilidade de horário, que começou a tramitar em 2017. Aprovada pelo
presidente Jair Bolsonaro dois anos depois, em abril deste ano, a orientação
passou a ser vinculante. "É um parecer bastante relevante, que repercute
muito na vida funcional de todos os servidores do Poder Executivo, que estava
pendente de aprovação", disse.
De acordo com Valério,
a maior celeridade no encaminhamento dos processos tem como objetivo colocar em
prática uma das quatro diretrizes da gestão da AGU: a transparência. "O
que fizemos foi um trabalho de conscientização e mudança de cultura com todos
os membros e servidores para que passassem a tratar esses processos mais
antigos, atuar de forma mais eficaz com os fluxos, para que pudéssemos zerar
esse passivo e trabalhar apenas com os processos de 2019", afirmou. Dos
917 processos iniciados neste ano, 332 já foram encerrados.
Consulta ágil
Dentre os resultados também
está a divulgação ativa e prática dos dados referentes ao trabalho dos
consultores da União. Por meio de uma ferramenta interna, os membros e
servidores da AGU conseguem acompanhar os pareceres, notas e manifestações
emitidas, podendo inclusive fazer uma busca simples por palavras-chave. O
instrumento permite, por exemplo, verificar que mais de 96 mil manifestações
jurídicas no âmbito de 71 mil processos já foram expedidas pela CGU este ano.
O consultor-geral da
União substituto, Giordano Rossetto, lembra que além de processos que
necessitavam de providências administrativas, os membros da CGU tiveram que se
debruçar sobre processos que requeriam uma análise mais aprofundada.
"Criamos um relatório de acompanhamento, em que o advogado da União pode
relacionar todos os processos que acompanha. O trabalho que antes tinha que ser
feito por meio da criação de uma tarefa eletrônica, que ficava pendente e
impactava as estatísticas, hoje é possível ser feito por meio desse relatório.
Estamos agora mapeando as atividades e estudando as demandas de cada
departamento com o objetivo de estabelecer um fluxo mais uniforme",
afirma.
Celeridade e qualidade
Os dois mil processos
pendentes se referiam às unidades da Consultoria-Geral da União (CGU/AGU) que
funcionam na sede da instituição, e, portanto, não inclui o número de pareceres
emitidos pelas consultorias jurídicas da União nos estados e ministérios do
Poder Executivo, que já possuíam um baixo tempo médio de atendimento das
demandas.
Arthur Valério ressalta
que o foco daqui em diante será continuar garantindo o assessoramento jurídico
dos gestores de forma célere, sem reduzir a qualidade da orientação. De acordo
com ele, os órgãos consultivos da União na Esplanada e nas unidades da
Federação conseguem atender às demandas em um prazo inferior a 25 dias. Antes
da adoção dessas medidas, o tempo médio de resposta era superior a 300 dias.
"Reconhecemos o
esforço de todas as gestões que por aqui passaram e deram a sua contribuição,
mas enxergamos uma possibilidade de melhorarmos ainda mais e trazer a
Consultoria-Geral para índices de tempo médio de resposta equiparáveis aos
demais órgãos consultivos. A CGU passa, a partir de agora, a ser referência em
termos de celeridade e qualidade das manifestações. A eficiência que a gente
encontra nas consultorias dos estados e aqui em Brasília passará a se refletir
no órgão central", conclui.
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