Terça-feira, 9 de junho de 2020 - 19h25
O presidente da Assembleia Legislativa, Laerte Gomes
(PSDB), suspendeu a contratação de UTIs móveis para o transporte de pacientes
com covid-19 em Rondônia. Ele também anunciou a suspensão do chamamento público
para a aquisição de 30 mil cestas básicas que seriam distribuídas a famílias
carentes durante a quarentena decretada devido a pandemia de coronavírus no
Estado. O aluguel das ambulâncias e os gêneros alimentícios seriam pagos com
parte dos R$ 50 milhões economizados pela Casa de Leis em pouco mais de um ano.
O deputado Laerte Gomes tomou essa decisão após receber o
ofício SEI nº 674/2020/GAB-PGJ, assinado pelas promotoras de Justiça Emília
Oiye, Flavia Barbosa Shimizu Mazzini e Joice Gushy Mota Azevedo. No ofício elas
dizem reforçar a preocupação “em não obstar nenhuma ação de socorro à população
do Estado de Rondônia, contudo, sem deixar de resguardar a ordem jurídica e
proteger princípios e normas balizadores do regime democrático de direito”.
No ofício, as três promotoras também alertam para uma nota
técnica, onde tecem diversas considerações, explicando a impossibilidade de
aquisições públicas de produtos e serviços diretamente pelo Poder Legislativo,
com recurso próprio, decorrentes de sobras de orçamento. Elas citam que em
alguns Estados, deputados destinaram recursos para a saúde, mas através de
emendas parlamentares.
Na nota técnica, é citado que “a postura adotada pela
ALE/RO frente à situação vivenciada é deveras altruísta, demonstra
solidariedade e profunda preocupação com os cidadãos rondonienses”. Mas cita
também a “violação ao sistema de tripartição de Poderes”. A alegação é a de
que, em relação à Assembleia Legislativa, “em nenhum momento lhe é dada
permissão para executar diretamente políticas públicas ou nelas interferir fora
do plano fiscalizatório, sequer em cenário de crise ou calamidade”.
Outro ponto citado na nota técnica foi a veiculação de
notícias da contratação de leitos no Hospital do Amor, em Porto Velho. Foi
divulgado pela imprensa que a Assembleia Legislativa empenhou R$ 10 milhões de
dinheiro economizado de seu orçamento para que o Governo assinasse um termo de
fomento com a direção do hospital e pudesse ter disponível durante cinco meses
12 leitos em UTI e mais 49 leitos normais. Esses leitos já estão disponíveis
para os doentes.
Em relação ao Hospital do Amor, que de acordo com as
promotoras não deveria ter sido contratado de tal forma, com os recursos
assegurados pela Assembleia, a nota técnica cita que “ainda que se trate de uma
atitude louvável, a maneira como foi feita subtrai função – típica –
constitucionalmente atribuída ao Poder Executivo, qual seja, executar política
pública”.
O deputado Laerte Gomes havia decidido que o processo de
seleção das empresas que alugariam as ambulâncias e entregariam as cestas
básicas seriam feitas pelo Governo e que a Assembleia repassaria o dinheiro ao
Executivo. Ocorre que a promotora Joice Gushy Mota Azevedo enviou uma
notificação ministerial recomendatória ao superintendente da Supel,
recomendando o cancelamento do chamamento público.
A promotora Joice Gushy Mota Azevedo cita a intenção do
deputado Laerte Gomes na locação de ambulâncias, arrendamento de leitos
clínicos e aquisição de cestas básicas. Posteriormente, ela destaca que,
“considerando que, embora a medida constitua iniciativa louvável, em um momento
tão delicado vivido pela sociedade rondoniense, não é passível de ser executada
de forma direta, ainda que os atos de contratação sejam intermediados pela
Supel, frente à necessidade de observância do sistema de freios e contrapesos
entre os Poderes e o respeito às competências típicas e atípicas dos Poderes
Políticos, previstas na Constituição”.
Na notificação encaminhada ao superintendente da Supel, a
promotora Joice Gushy Mota Azevedo cita que a recomendação “não tem caráter
obrigatório, mas sua inobservância poderá acarretar a adoção de medidas
judiciais e extrajudiciais protetivas do interesse público”.
O presidente da Assembleia disse que as decisões para
socorrer as pessoas infectadas pelo coronavírus foram tomadas pelo Legislativo
por uma questão de salvar vidas e de humanidade. Segundo ele, em um momento de
pandemia, em que os líderes no Brasil inteiro, ou até mesmo no mundo inteiro
estão todos perdidos ou sobrecarregados é importante que cada Poder também
possa contribuir.
“Mesmo que não seja função do Poder, mas em um momento de
pandemia, em um momento de guerra que estamos vivendo, desde que seja feito com
moralidade, com menor preço e com transparência, eu acredito que todos podem
ajudar. Mas vou seguir a recomendação do Ministério Público e vou fazer o
cancelamento tanto do aluguel das ambulâncias quanto da aquisição das cestas
básicas, até porque, caso contrário, tenho convicção que terei que responder a
ações devido à decisão que nós tomamos”, finalizou Laerte Gomes.
O Ministério Público Federal (MPF) propôs ação civil pública, com pedido de liminar, para que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
MPF quer informações sobre a cobertura vacinal em escolas de Rondônia
O Ministério Público Federal (MPF) enviou ofício à Agência de Vigilância Sanitária (Agevisa) pedindo informações sobre a cobertura vacinal infantoju
Atendendo a pedido de ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal condenou o município de São Miguel do Guaporé (RO) a
Contaminação por agrotóxicos, proliferação de animais peçonhentos, crescentes casos de malária e dengue são problemas enfrentados pelos moradores da