Quinta-feira, 29 de novembro de 2018 - 19h38
O
ex-ministro Antonio Palocci deixou a prisão em Curitiba por volta das 15h30 de
hoje (29) e foi encaminhado à Justiça Federal para colocar a tornozeleira
eletrônica. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da
Superintendência da Polícia Federal no Paraná, onde Palocci estava detido. O
ex-ministro cumprirá agora prisão domiciliar.
Ontem
(28), o Tribunal Regional Federal da 4ª Região julgou apelações da defesa do
ex-ministro. Por maioria, os desembargadores
autorizaram a saída da carceragem para ficar em prisão
domiciliar. No regime definido pelos magistrados, o réu terá que usar
tornozeleira eletrônica.
A Oitava Turma também definiu a
redução de pena do ex-ministro. Ele havia sido condenado a 12 anos, dois meses
e 20 dias, mas os desembargadores optaram por diminuir a punição para nove anos
e dez dias.
O
julgamento da apelação começou em outubro, mas o desembargador Leandro Paulsen
pediu vistas e a análise foi retomada nessa quarta-feira (28). A decisão levou
em consideração a delação premiada celebrada pelo réu com a Polícia Federal e
homologada pela Justiça, na qual apresentou informações sobre o caso e esquemas
de propina com a Petrobras. O conteúdo da delação foi liberado dias antes da
votação do primeiro turno das eleições pelo então juiz da 13ª Vara Federal,
Sérgio Moro. Nela, Palocci disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
tinha conhecimento da corrupção na Petrobras.
Palocci foi condenado em 2017 por
participação em esquema de corrupção no qual teria beneficiado a Odebrecht em
contratos com a Petrobras envolvendo a construção de embarcações. A denúncia
que originou o processo foi elaborada no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo
o Ministério Público Federal, o ex-ministro também teria gerido propinas para o
PT, com repasses para outras pessoas, inclusive em contas no exterior.
O ex-ministro foi preso
preventivamente ainda em 2016 e ficou detido na carceragem da Polícia Federal
em Curitiba. Além dele, o caso envolveu outros 13 réus, entre eles o
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque,
os marqueteiros João Santana e Monica Moura e executivos da Odebrecht, entre
eles o então presidente da construtora, Marcelo Odebrecht.
*Colaborou Jonas Valente
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