Segunda-feira, 2 de agosto de 2021 - 18h19
Documento
assinado nesta segunda-feira (2) por todos os ex-presidentes do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) desde a Constituição Federal de 1988, além do atual
presidente, ministro Luís Roberto Barroso, e dos futuros presidentes, ministro
Edson Fachin e Alexandre de Moraes, reforça a segurança do processo eletrônico
de votação brasileiro.
Conforme
destacaram no documento, “eleições livres, seguras e limpas são da essência da
democracia. No Brasil, o Congresso Nacional, por meio de legislação própria, e
o TSE, como organizador das eleições, conseguiram eliminar um passado de
fraudes eleitorais que marcaram a história do Brasil, no Império e na
República”.
Acrescentam
que, desde 1996, quando houve a implantação do sistema de votação eletrônica,
jamais se documentou qualquer episódio de fraude nas eleições. Nesse período, o
TSE já foi presidido por 15 ministros do Supremo Tribunal Federal. Ao longo dos
seus 25 anos de existência, a urna eletrônica passou por sucessivos processos
de modernização e aprimoramento, contando com diversas camadas de segurança.
O
documento lembra que as urnas eletrônicas são auditáveis em todas as etapas do
processo, antes, durante e depois das eleições. Todos os passos, da elaboração
do programa à divulgação dos resultados, podem ser acompanhados pelos partidos
políticos, Procuradoria-Geral da República, Ordem dos Advogados do Brasil,
Polícia Federal, universidades e outros que são especialmente convidados. É
importante observar, ainda, que as urnas eletrônicas não entram em rede e não
são passíveis de acesso remoto, por não estarem conectadas à internet.
Em
relação ao voto impresso, os ministros e ex-ministros concordam que este não é
um mecanismo adequado de auditoria a se somar aos já existentes por ser menos
seguro do que o voto eletrônico, em razão dos riscos decorrentes da manipulação
humana e da quebra de sigilo. Inclusive, muitos países que optaram por não
adotar o voto puramente eletrônico tiveram experiências históricas diferentes
das nossas, sem os problemas de fraude ocorridos no Brasil com o voto em papel.
Em muitos outros, a existência de voto em papel não impediu as constantes
alegações de fraude, como revelam episódios recentes.
“A
contagem pública manual de cerca de 150 milhões de votos significará a volta ao
tempo das mesas apuradoras, cenário das fraudes generalizadas que marcaram a
história do Brasil”, advertem as autoridades.
Por fim,
os ministros reforçam e garantem à sociedade brasileira a segurança,
transparência e auditabilidade do sistema. Todos os ministros, juízes e
servidores que compõem a Justiça Eleitoral continuam comprometidos com a
democracia brasileira, com integridade, dedicação e responsabilidade.
Assinam o
documento as seguintes autoridades: Luís Roberto Barroso, Edson Fachin,
Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cármen
Lúcia, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Ayres Britto, Carlos Velloso,
Sepúlveda Pertence, Nelson Jobim, Ilmar Galvão, Sydney Sanches, Francisco Rezek
e Néri da Silveira.
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