Terça-feira, 25 de junho de 2019 - 12h27
A Justiça
Restaurativa nas Escolas será uma das temáticas abordadas durante o IV
Congresso Estadual do Judiciário. A juíza da 1ª Vara da Infância e Juventude da
comarca de Vila Velha-ES, Patrícia Neves, considerada uma das maiores
autoridades no assunto, vai compartilhar as experiências colhidas no projeto
“Construir o Viver”, que trata sobre medidas pacíficas para a solução de
conflitos e mudança de comportamento. A juíza do TJES fará a abertura do
evento, na quarta-feira (26), a partir das 9 horas, no auditório do TJRO.
O projeto
implantado pela magistrada capixaba, rendeu homenagem do município de Vila
Velha, que sancionou a Lei Municipal de número 6.132/2019 em 21 de março,
denominada Lei Juíza Patrícia Neves, em referência ao projeto sobre Justiça
Restaurativa desenvolvido pela magistrada. “Antes de ter
implantado esse projeto, eu estava muito triste. Porque pensava: ‘Será que
valeu a pena tanto esforço?’ Hoje, me sinto plenamente realizada em minha
profissão, pois sei que as pessoas que se somaram a nós estão mudando muitas
realidades. É uma sensação indescritível”, afirma a magistrada idealizadora do
projeto.
As
ações contam com duas finalidades principais, uma que é voltada para o
tratamento dos processos já existentes no Foro, com funcionários habilitados
nas práticas de justiça restaurativa e mediação judicial para facilitar o
diálogo entre as partes do conflito; e a outra meta é a prevenção do conflito e
combate à violência na sociedade.
Para
o presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Rondônia (Ameron),
desembargador Alexandre Miguel, a participação da magistrada do Espírito Santo
é fundamental para aprofundar a participação da justiça na solução das causas
iniciais que levaram até determinado problema. “O Judiciário de Rondônia se
destaca por estar aberto às inovações, no Espírito Santo foi desenvolvido
cursos de formação nas áreas de mediação comunitária, escolar, criação de
círculos de paz e comunicação pacífica que envolveu toda a comunidade, entre
eles os professores, pais, alunos e os líderes comunitários. É um modelo que,
inicialmente, tem apresentado resultados positivos e essa troca de experiências
vai ajudar ao Tribunal de Justiça de Rondônia a elaborar seu plano de ação no
que se refere a justiça restaurativa”, destaca.
Aplicada em casos
judicializados, a Justiça Restaurativa consiste em práticas de mediação escolar
ou comunitária e círculos de construção de paz, que buscam solucionar questões
pré e extrajudiciais que ainda não chegaram à Justiça. Em Vila Velha, o projeto
“Reconstruir o viver” foi implantado em três escolas-piloto, oportunizando aos
alunos o aprendizado sobre os principais temas que geram conflitos nas escolas
e soluções para a resolução dos atritos, os estudantes ainda receberam
certificados de mediadores.
Congresso Estadual do Judiciário
Promovido pela
Escola da Magistratura (Emeron), o Congresso Estadual do Judiciário está na
quarta edição e acontece entre os dias 26 e 28 de junho, nos auditórios do TJRO
e da Emeron. Esse ano, o evento traz como temática central “O Adolescente e a
Socioeducação”. A exposição de boas práticas visa dar visibilidade a
iniciativas exitosas na socioeducação promovendo a troca de experiências entre
os atores do sistema de garantias de direitos.
Para o juiz do I
Juizado da Infância e Juventude de Porto Velho, Marcelo Tramontini o Congresso
será importante porque vai abordar assuntos específicos e a próxima edição só
deve acontecer daqui a mais três anos. “Trouxemos essa discussão para Rondônia
porque é importante haver esse contato entre os magistrados e o conceito
revelado pela Justiça Restaurativa que é um mecanismo a mais não só para a
solução, como também para a prevenção de conflitos. Nós já desenvolvemos esse
projeto na Escola Estadual Jânio Quadros com o foco nas ações preventivas. O
trabalho tem dado resultados na melhora da qualidade de ensino e do
relacionamento na escola”, observa o magistrado.
O evento tem como
público-alvo magistrados, psicólogos e assistentes sociais, conselheiros
tutelares, socioeducadores, membros e servidores de órgãos governamentais,
representantes de organizações não-governamentais, funcionários e estudantes de
instituições de ensino superior e demais profissionais interessados
na temática.
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