Domingo, 9 de dezembro de 2018 - 10h10
Depois da derrota do PT na eleição
presidencial, a romaria de visitas ilustres que tomavam a agenda do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , preso em Curitiba desde abril, não é
mais a mesma. Antes tomadas pelo comparecimento de personalidades como o ator
americano Danny Glover, o filósofo Noam Chomsky e o ex-presidente do Uruguai
Pepe Mujica, as quintas-feiras — dia mais movimentado por ser a ocasião em que
ele recebe amigos e familiares com autorização da Justiça — hoje se restringem
a encontros com lideranças petistas ou pessoas próximas ao seu partido.
Na última quinta-feira, dia 6,
Lula recebeu o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o deputado federal
Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o fundador do partido espanhol Podemos Juan
Monedero. Policiais relatam que Monedero quebrou um jejum de dois meses de
visitas internacionais. Após a derrota do ex-prefeito Fernando Haddad para o
presidente eleito Jair Bolsonaro, houve um “sumiço dos famosos” .
Duas pessoas que estiveram com
Lula nas últimas semanas disseram à reportagem que o ex-presidente nunca se
mostrou tão abatido e desanimado. Responsáveis pela agenda de Lula colocaram a
culpa da escassez de visitas nas confraternizações do final de ano. Afirmam
ainda que há uma lista de 50 nomes na fila para ver o ex-presidente. A maioria
é formada por políticos, intelectuais e sindicalistas ligados ao PT.
As visitas de líderes
religiosos que eram realizadas às segundas também minguaram.
— Ele recebeu tudo quanto é
liderança, agora esgotou — justificou um interlocutor.
Apesar disso, o PT está se
organizando para dar novo fôlego à bandeira “Lula Livre”. Na última segunda,
Haddad foi a Curitiba para articular com o petista a organização de comitês que
atuarão pelo Brasil pregando a sua liberdade, além de uma agenda internacional
em defesa do petista.
O partido também pretende
manter ativa a militância, que segue com o acampamento em frente à PF. Todos os
dias, os cerca de dez militantes no local dão bom dia aos gritos para que Lula
os ouça. Para o Natal e Réveillon, o grupo prepara uma programação especial com
ceia e convites para que catadores de rua participem do evento. Políticos como
o ex-prefeito de São Bernardo do Campo (SP) Luiz Marinho (PT) se comprometeram
em comparecer.
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