Quinta-feira, 20 de julho de 2023 - 15h28
O Programa
Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci 2) foi lançado em março
de 2023 e segue como um dos principais programas do Governo Federal de
prevenção, controle e repressão da criminalidade. As ações estão focadas em 163
municípios brasileiros que concentram 50% das mortes violentas intencionais. O
objetivo nesses territórios, além de prevenir, é intensificar uma cultura de
paz, de apoio ao desarmamento e de combate sistemático aos preconceitos de
gênero, étnico, racial, geracional, de orientação sexual e de diversidade
cultural.
Confira os indicadores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública:
Município de Porto Velho
No ano de 2021 houve 178 mortes violentas intencionais em Porto Velho, com uma taxa de 32,4 mortes violentas por 100 mil habitantes. Em 2020, 79,4% das vítimas de mortes violentas eram negras. Naquele ano, a taxa de homicídios de jovens entre 15 e 29 anos havia atingido 40,6 vítimas por 100 mil jovens na capital rondoniense. Em 2021, Porto Velho registrou 264 ocorrências de mulheres vítimas de estupro, com uma taxa de 48,1 mulheres vítimas de estupro por 100 mil habitantes. Essa taxa está acima da média nacional, que é de 30,9 vítimas por 100 mil habitantes.
Categorias
A categoria mortes violentas intencionais agrega vítimas de ocorrências de homicídio doloso, latrocínio, lesão
corporal seguida de morte, feminicídio, mortes decorrentes de intervenção
policial e vitimização policial. O levantamento exclusivo do Fórum foi feito
especialmente para o Pronasci para mapear os territórios mais vulneráveis e
direcionar as ações.
Para reduzir esse número e os índices de violência, foram estabelecidos cinco eixos no escopo do Pronasci, com foco em políticas públicas de prevenção de violência contra as mulheres, territórios vulneráveis, educação e trabalho para presos e egressos, apoio às vítimas da criminalidade e combate ao racismo estrutural.
“Acreditamos que é fundamental, nessa etapa do Pronasci, construir mecanismos e
critérios para atuar em territórios que estão mais vulneráveis seja por uma
perspectiva social, seja pelo aumento da violência. Por isso, a importância de
concentrar os esforços das políticas públicas de prevenção e segurança cidadã
nesses municípios que representam 3% do total de cidades do país, mas que
concentram 50% das mortes violentas intencionais”, explicou a coordenadora do
Pronasci, Tamires Sampaio.
Perfil das vítimas
De acordo com Tamires Sampaio, o perfil das vítimas apresentado no
levantamento é um ponto de atenção determinante para as ações. “Além disso, ao
avaliar o perfil das vítimas e perceber que 82% são negros e que destes
municípios 9 possuem 100% das vítimas negras fica explícito a necessidade de um
eixo focado no combate ao racismo estrutural.”
O ministro Flávio Dino lembra que é essencial a adesão de estados
e municípios aos editais para fortalecer a segurança pública nos territórios
mais vulneráveis, que são foco do Pronasci. “Temos editais abertos para
segurança nas escolas, guardas municipais e para projetos culturais nos
municípios atendidos pelo Pronasci. É importante que, além do governo do
estado, as prefeituras participem dos nossos editais. É fundamental que essa
integração se dê nos três níveis do governo”, declarou.
Os eixos estão alinhados com o Plano Nacional de Segurança Pública, que prevê a redução da taxa nacional de homicídios para abaixo de 16 mortes por 100 mil habitantes até 2030; redução da taxa nacional de lesão corporal seguida de morte para abaixo de 0,30 morte por 100 mil habitantes até 2030; redução da taxa nacional de mortes violentas de mulheres para abaixo de duas mortes por 100 mil mulheres até 2030; aumento de 185% do quantitativo de presos que exercem atividade laboral ou educacional até 2030.
Dentre os destaques do Pronasci 2, está a Casa da Mulher Brasileira, parceria
com o Ministério das Mulheres e com o Programa Mulher Viver sem Violência, que
presta atendimento humanizado às mulheres em situação de violência doméstica; e
o edital que prevê fomento de R$ 30 milhões para coletivos de cultura nos 163 municípios
prioritários. Além disso, há ações de acolhimento às mães, de combate ao uso e
tráfico de drogas e de reforço da Patrulha Maria da Penha.
Investimento
Mais de R$ 18 milhões já foram investidos na destinação de viaturas para o
reforço do policiamento ostensivo nos estados. Além disso, por meio da
Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), também do MJSP,
mais de R$ 35 milhões foram investidos em equipamentos, drones e munições.
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