Quinta-feira, 10 de setembro de 2020 - 12h25
O
Ministério Público do Estado de Rondônia, por meio do Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), com o apoio da Polícia Civil,
deflagrou na manhã desta quinta-feira, 10 de setembro de 2020, a Operação
Iniquitate referente a apuração da prática de locupletamento ilícito de
agentes públicos e entidade sem fins lucrativos no uso de espaço público. Os
ilícitos se perpetraram através das cobranças indevidas de valores a
ambulantes para que pudessem trabalhar no evento denominado Dia do Evangélico
realizado em 18 de junho de 2019 e eventos comemorativos e religiosos ocorridos
em anos anteriores, ou seja, exigência de vantagem indevida para uso de
espaço público. Ainda restou demonstrado indícios de desvio e malversação
dos valores destinados por emendas parlamentares à Associação Acreditar que
realizava os referidos eventos.
A investigação iniciou a partir de denúncia dos mencionados trabalhadores
autônomos de que estariam sendo extorquidos ao pagamento de valores em
dinheiro por pessoas ligadas a um parlamentar estadual.
Apura-se,
outrossim, o fato de que a citada associação é integrada por servidores e
pessoas ligadas a um parlamentar Estadual que destina as emendas parlamentares
para execução dos projetos sociais para essa entidade. Busca-se, ainda,
apurar sobre o efetivo funcionamento da Associação Acreditar, bem como do seu
atrelamento a pessoa de um parlamentar.
Dentre
outras irregularidades, destaca-se, ainda, o fato de que a mencionada
associação foi selecionada para atividades fomentadas com recursos públicos,
em tese, alheias à sua capacidade técnica, levando-se em consideração às
exigências previstas no respectivo edital.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências e locais de trabalho dos envolvidos, na sede de referida Associação e na Assembleia Legislativa de Rondônia, especificamente no Gabinete de um Deputado Estadual. Há indícios da prática dos crimes de concussão, corrupção passiva, falsidade ideológica, lavagem de capitais e associação criminosa.
Em
relação ao nome da operação, “Iniquitate”, de origem do latim, indica a
ação ou o que se mostra contrária a moral, à religião e à lei. Assim, a
atuação dos investigados ao não cumprirem a lei e aproveitando-se da
realização de um evento ligado a comemoração de uma data religiosa agiam
sob o manto da aparência da retidão dos valores cristãos, implementando, na
verdade, condutas espúrias e ilegais.
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