Quarta-feira, 13 de setembro de 2023 - 11h46
O
Ministério Público de Rondônia obteve, nesta terça-feira (12/9), a condenação a
39 anos de prisão, de C. de O.A, acusado pelos crimes de homicídio e estupro de
vulnerável, no distrito de Vila Murtinho, região de Nova Mamoré. O julgamento
foi realizado pela Vara Criminal de Guajará-Mirim e contou com a atuação da
Promotora de Justiça Luciana Maria Rocha Ponte Damasceno.
De acordo com a denúncia do MP, o crime ocorreu em 20
dezembro de 2022, entre 15h e 16h, quando, segundo o apurado, a criança
brincava com sua bicicleta na estrada que cruza o distrito de Vila Murtinho, e
foi atraída pelo réu para um local ermo, tratando-se de um pedral existente nas
margens do Rio Madeira, aos fundos da casa que era habitada pelo condenado. No
local, o réu estuprou a criança de apenas 6 (seis) anos de idade e, após,
jogou-a no rio ainda viva, vindo a criança a morrer por asfixia mecânica,
gerada pelo afogamento, conforme concluiu o laudo tanatoscópico.
Consta na sentença que no dia do crime após a filha
desaparecer, o pai foi procurá-la e encontrou sua bicicleta nas proximidades da
casa do réu. Observou que havia pegadas da criança em direção ao rio e, ao
chegar próximo à margem, encontrou o réu saindo da área, gerando a imediata
desconfiança do pai.
Ainda, consta dos documentos juntados ao processo que o
réu estava com mandado de prisão expedido desde janeiro de 2020, por ter
praticado estupro de vulnerável em circunstâncias parecidas, contra outra
criança, de 7 anos de idade. O acusado havia se escondido no distrito de Vila
Murtinho, passou a morar em uma casa abandonada próximo à casa da vítima, e fez
amizade com a família para ganhar a confiança dos pais da criança.
O MPRO sustentou a acusação, argumentando que o crime foi
realizado por meio cruel, morte mediante asfixia, recurso que dificultou a
defesa da vítima e que o motivo do crime de homicídio visou à impunidade do
crime anterior de estupro por ele praticado.
Ainda, sustentou que o crime foi praticado contra menor de
14 anos e pessoa com deficiência, uma vez que a vítima era portadora de
Síndrome de Down.
O Tribunal do Júri, por maioria de votos reconheceu a
materialidade e autoria do crime de estupro de vulnerável e homicídio, e acatou
todas as teses defendidas pelo Ministério Público.
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