Sexta-feira, 12 de julho de 2024 - 11h28
O
Ministério Público Federal (MPF) expediu duas recomendações à Cooperativa
Metalúrgica de Rondônia (CooperMetal) e uma à Cooperativa dos Garimpeiros de
Santa Cruz (Coopersanta) para que se adéquem, integralmente, aos parâmetros de
estabilidade e segurança exigidos pela pela Agência Nacional de Mineração
(ANM). Os documentos tratam das barragens de mineração Rio Santa Cruz e Igarapé
Mutum, administradas pela CooperMetal, e da barragem de Jacaré Médio,
administrada pela Coopersanta. O MPF estabeleceu o prazo de 30 dias para que as
cooperativas apresentarem resposta escrita sobre o atendimento ou não das
recomendações.
De acordo com a recomendação
relacionada à Barragem Rio Santa Cruz, a CooperMetal deverá apresentar, até o
final de outubro, a Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) referente ao
Relatório Periódico de Segurança de Barragem (RPSB). Já o documento que trata
da Barragem do Igarapé Mutum, recomenda que a CooperMetal apresente, no prazo
de 60 dias, cronograma detalhado com as datas para cumprimento de cada etapa do
Plano de Descomissionamento (desativação) da barragem.
Além disso, a cooperativa deve
providenciar, no prazo de 120 dias, a Declaração de Condição de Estabilidade
referente ao Relatório Periódico de Segurança de Barragem e cumprir todas as
demais exigências e recomendações formuladas pela ANM na Barragem do Igarapé
Mutum. O MPF ainda recomenda que, no prazo de 120 dias, a cooperativa cumpra
todas as demais exigências e recomendações da AMN.
A Coopersanta, por sua vez, deve
apresentar cronograma para o descomissionamento (desativação) da barragem de
Jacaré Médio, inclusive com a data prevista para que o processo seja
integralmente concluído. O MPF também recomenda que a cooperativa apresente, no
prazo de 60 dias, cronograma detalhado com as datas para cumprimento de cada
uma das 22 exigências formuladas pela AMN e que não foram total ou parcialmente
cumpridas.
Atualmente, as três barragens
estão embargadas por determinação da ANM, tendo em vista que as normas e
recomendações da Agência não foram cumpridas integralmente até o momento. Nesse
sentido, as recomendações foram expedidas por um dos ofícios da Amazônia
Ocidental do MPF, que contempla núcleos especializados no enfrentamento do
garimpo e da mineração ilegais na região.
Descomissionamento
– O
procurador da República responsável pelas recomendações, André Luiz Porreca,
explica que o descomissionamento é um processo que resulta, após várias etapas,
na eliminação da barragem, com a reintegração do espaço ao meio ambiente.
Segundo ele, há várias formas de operacionalizar o descomissionamento. “Como
regra, os resíduos são drenados e levados a um centro de tratamento, ao passo
que o local é desmontado e a vegetação reflorestada. Outra possibilidade, com
relação aos resíduos, é o aterro no próprio local”, aponta.
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