Quinta-feira, 25 de julho de 2024 - 15h08

Depois de audiência de
conciliação ter encerrado sem uma solução consensual, a Fundação Nacional dos
Povos Indígenas (Funai) deve concluir, em seis meses, estudo técnico sobre o
território Tanaru, área onde vivia o “índio do buraco”, em Corumbiara (RO). A
medida foi definida pela Justiça Federal em ação civil pública apresentada pelo
Ministério Público Federal (MPF) para assegurar o reconhecimento da ocupação
ancestral da terra indígena e a destinação socioambiental da área. A ação fica
suspensa durante o prazo para conclusão dos estudos.
A
audiência, realizada por meio de videoconferência em 16 de julho, contou com a
participação dos procuradores da República Daniel Dalberto, Caroline Helpa e
Eduardo Sanches, de advogados e representantes da União, da Funai, da Coordenação
das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e proprietários
rurais lindeiros da área em questão. Na ocasião, a União e a Funai indicaram
que entendem a área como indígena. Porém, é necessário definir o instrumento
jurídico adequado à preservação, o que será objeto de estudo pela Funai.
De acordo
com o MPF, o território já deveria ter sido demarcado, considerando todas as
evidências já identificadas de que a ocupação tradicional da área é indígena.
Na ação, o MPF sustenta que o território deve ser considerado patrimônio da
União e que a destinação socioambiental da área deve ser definida com a
participação dos povos indígenas da região e dos órgãos públicos envolvidos na
questão.
A área a
ser demarcada inclui território de floresta contínua onde viveu o indígena até
a sua morte. Porém, porções dessa área de floresta possuem matrículas de
fazendas confrontantes. Advogados dos fazendeiros – que atuam como assistentes
da União e da Funai na ação –propuseram deixar uma pequena área para que fosse
erguido um memorial ao “índio do buraco”, que faleceu em agosto de 2022, sendo
o último sobrevivente do genocídio de um povo indígena da região e que recusou
todas as tentativas de contato e aproximação de não indígenas. Ele cavava
misteriosos buracos no interior de suas palhoças, por isso recebeu o nome de
“índio do buraco”.
O MPF
esclarece que não é possível negociar o território com particulares, já que a
área pertence a União em decorrência da ocupação indígena ancestral. Já existe
uma restrição de uso do território definida pela Funai, com duração até 2025. O
MPF pede que a Funai e a União protejam a área durante todo o processo. Após a
conclusão dos estudos técnicos, a Funai deve apresentar à Justiça proposta para
demarcação e destinação do território. A proposta será analisada pelo MPF, que
é autor da ação, e pelas demais partes envolvidas.
Ação
Civil Pública nº 1003119-25.2022.4.01.4103
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