Quarta-feira, 4 de outubro de 2023 - 10h27
O Ministério Público de Rondônia (MPRO), por meio do Promotor de Justiça
Marcos Ranulfo Ferreira, ingressou com Ação Civil Pública contra o Estado de
Rondônia na terça-feira (3/10) devido à falta ou insuficiência de equipamentos,
insumos, materiais cirúrgicos e equipe médica especializada nos Hospitais de
Emergência e Urgência de Cacoal (HEURO) e Hospital Regional de Cacoal (HRC).
A insuficiência de profissionais das áreas de neurologia, neurocirurgia
e neuromonitorização intraoperatória hemodinâmica tem prejudicado pacientes que
necessitam de tratamento de urgência e emergência e não conseguem ser atendidos
em Cacoal por omissão da Secretaria de Estado da Saúde (SESAU).
Há inclusive o registro de óbito de uma paciente devido à demora na
prestação do serviço de saúde. Ela necessitava de tratamento cirúrgico para
aneurisma cerebral. Na ocasião, os hospitais HEURO e HRC não tiveram como
realizar o procedimento por falta de material. Posteriormente, constatou-se que
o Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro em Porto Velho também não tinha o material
específico disponível. Durante a espera pela aquisição, o quadro da paciente
sofreu piora gradativa.
O Promotor de Justiça Marcos Ranulfo Ferreira sinaliza que há o iminente
risco à saúde de diversos pacientes já que o HEURO e o HRC recebem demandas de
pelo menos 32 municípios rondonienses e de estados vizinhos, como Mato Grosso e
Amazonas, além de prestar atendimentos a pacientes bolivianos, venezuelanos e
haitianos, por exemplo.
“A omissão do Estado em garantir a eficácia das normas constitucionais, especialmente no que concerne aos direitos fundamentais, a exemplo do direito à saúde, afigura-se um verdadeiro comportamento inconstitucional, e deve ser rechaçada pelo Poder Judiciário. O direito à saúde consubstancia-se no acesso dos pacientes aos tratamentos, devendo ser prestada assistência hospitalar de qualidade, com suporte multiprofissional que lhes amplie as chances de recuperação e cura, cuja oferta é, indubitavelmente, responsabilidade do Estado de Rondônia”, argumenta o Promotor de Justiça na Ação Civil Pública.
O MPRO pede que seja regularizada com urgência a prestação correta de
cirurgias de artrodese toracolombar, cirurgias na coluna cervical, cirurgias de
cranioplastia e cirurgia do crânio.
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