Quarta-feira, 18 de outubro de 2023 - 11h25
O Ministério Público de Rondônia (MPRO), por meio do Promotor de Justiça
Marcos Ranulfo Ferreira, ingressou na última terça-feira (17/10) com Ação Civil
Pública contra o Estado de Rondônia devido à falta de contratação de
profissionais na área da saúde no Hospital Regional de Cacoal.
A Ação pede a contratação de pelo menos 13 (treze) médicos clínicos
gerais ou intensivistas para atuarem nas alas de Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) do Hospital Regional de Cacoal, e pelo menos 14 (quatorze) pediatras para
atuação na área de pediatria no mesmo hospital.
A unidade de saúde pertence à macrorregião 2 e atende pelo menos 32 dos
52 municípios de Rondônia, de estados vizinhos, como Mato Grosso e Amazonas,
além de pacientes bolivianos, venezuelanos e haitianos. Conforme apurado pelo
MPRO, atualmente leitos adultos estão bloqueados nas alas de UTI, prejudicando
ou expondo a risco vários pacientes.
O MPRO cobra de forma administrativa, desde março de 2022, o
funcionamento dos leitos da UTI adulto desativados e a contratação ou lotação
de médicos. No entanto, a Secretaria de Estado da Saúde (SESAU) não adota
providências para resolver a falta de profissionais.
O Promotor de Justiça Marcos Ranulfo Ferreira argumenta na Ação Civil
Pública que a saúde é um direito fundamental e condição necessária à vida
digna. Lembrou ainda que o Estado realizou concurso público para contratação de
servidores da área da saúde, incluindo neste certame profissionais médicos e
não promove a convocação dos aprovados.
“Verifica-se em todo o território rondoniense um grande número de
pacientes que necessitam de tratamento perante as Unidades de Terapia
Intensiva, e não os obtêm na forma e no tempo adequado por falta de equipe
médica especializada, fato que tem ocasionado a redução de leitos, gerando
danos irreparáveis à saúde dos usuários ou pretensos usuários”, comenta o
Promotor.
Ou seja, há indícios de que a postura inerte do Estado é reincidente,
pois mesmo sabendo das necessidades de recursos humanos perante o Hospital
Regional de Cacoal prefere promover o fechamento/bloqueio dos leitos em vez de
adotar providências de médio e longo prazo, de caráter definitivo e permanente
para a solução da grave questão afeta à gestão de recursos humanos na área da
saúde. Essa omissão perpetua sem solução o comprovado déficit de profissionais
de saúde na assistência hospitalar.
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