Quinta-feira, 22 de setembro de 2022 - 08h26
Na data de hoje, 22 de setembro de
2022, o Ministério Público de Rondônia (MPRO), a Delegacia de Repressão ao
Crime Organizado (DRACO 1) e a Receita Estadual do Estado de Rondônia, em
atuação coordenada, deflagraram a Operação Personas – FASE 2, tendo como
objetivo o cumprimento de 04 (quatro) mandados judiciais de prisão e 9 (nove)
mandados de busca e apreensão, 11 (onze) mandados de sequestro de bens e
dezenas de ordens judiciais de bloqueio de ativos (móveis e imóveis), expedidos
pelo Juízo da 4ª Vara Criminal atendendo a requerimentos formulados pelo GAESF.
A ação visa combater organização
criminosa que vem atuando principalmente nos Municípios de Guajará-Mirim e
Porto Velho, desde o ano de 2015, com crimes de sonegação fiscal por meio de
empresas do ramo de materiais de construção, principalmente ferragens para
construção civil, gerando um dano tributário total de mais de R$ 25.000.000,00
(vinte e cinco milhões de reais). O nome da operação é uma alusão à forma como
a ORCRIM atuava, mediante utilização de empresa em nome de interposta pessoa
(“laranja”).
Além das prisões dos 04 principais
membros da organização criminosa, foram deferidos mandados de sequestro de
bens, visando a reparação do dano tributário causado. Os mandados em
cumprimento objetivam o acautelamento de 3 caminhonetes cabine dupla; 2 carros
de passeio; caminhões; uma lancha, entre outros bens adquiridos com produto dos
crimes tributários praticados. Além desses bens, os mandados judiciais
autorizaram as buscas por dinheiro, joias, relógios, obras de arte e outros
ativos nas residências dos principais membros da ORCRIM e também mercadorias
estocadas irregularmente sem notas fiscais nas sedes de duas empresas, em Porto
Velho e Guajará-Mirim, e em 2 (dois) galpões clandestinos utilizados pelo
grupo. Foram decretados os bloqueios de contas bancárias, matrículas de
imóveis, cadastros de rebanhos, criptoativos e outros bens de todos os
denunciados, até o limite de R$ 16.500.000,00.
A Operação Personas, em sua 1ª Fase,
já havia identificado a existência da ORCRIM e angariou provas contundentes da
atuação do grupo para a sonegação de mais de R$ 25.000.000,00 de ICMS. O MPRO,
pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal – GAESF, também
ofereceu denúncia criminal, nesta mesma data da deflagração da 2ª Fase, ao
tempo em que requereu a prisão preventiva de 4 das 11 pessoas denunciadas
(empresários do ramo de materiais de construção, contadores, procuradores,
vendedores e um “laranja”). A denúncia requer a condenação dos réus às penas previstas
para os crimes de organização criminosa, sonegação fiscal com grave dano à
coletividade, falsidade ideológica e apropriação de ICMS, com penas que podem
chegar a mais de 30 anos de reclusão, além da condenação solidária dos réus à
reparação do dano causado.
O material apreendido na 1ª Fase da
Operação Personas indicou a existência de outras 6(seis) empresas utilizadas em
possíveis outras fraudes tributárias pelo mesmo grupo de pessoas. Nesta 2ª
Fase, realizada mediante ação integrada do MPRO, Polícia Civil e SEFIN, também
foram autorizadas as apreensões de documentos e outros elementos de prova para
continuidade das investigações com relação a essas outras empresas utilizadas
pela ORCRIM e também relativamente aos crimes de lavagem de dinheiro praticados
para ocultar o proveito dos crimes tributários.
Participaram da Operação em Porto
Velho e Guajará-Mirim, o Promotor de Justiça Átilla Augusto Da Silva Sales ,
sete Delegados da PC, 53 (cinquenta e três) agentes de polícia e 10 (dez)
agentes do Fisco, entre auditores e técnicos.
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