Quarta-feira, 26 de outubro de 2022 - 16h23
Já
são nove dias desde que o barco da Operação Justiça Rápida deixou o porto do
Cai N’água, em Porto Velho, para atender a população das comunidades ao longo
do rio Madeira. A parcial é de mais de 200 atendimentos realizados, em casos de
registro civil, casamentos, pensões alimentícias, guarda de crianças e
adolescentes, cobranças, dentre outras ações. Também é feito o atendimento
psicossocial e dadas orientações jurídicas. Como destaca o juiz coordenador da
operação, Audarzean Santana, o esforço do Tribunal de Justiça em dispor a
estrutura para proporcionar o acesso dessa população aos serviços judiciais é
uma demonstração da atenção que a instituição dá ao jurisdicionado,
especialmente aos mais vulneráveis socialmente.
A ação é
comemorada pelo senhor Pedro Neves, servidor público aposentado, que foi ao
barco da Justiça Rápida para oficializar a união com a companheira, com quem
divide a vida no Distrito de Nazaré, localidade em que a embarcação está
ancorada nesta terça-feira, 25, para atendimento de quem vive lá e nas
comunidades vizinhas. Papéis assinados e o casamento foi celebrado, com a
certidão emitida na hora pelo funcionário do cartório que faz parte da equipe.
Quem também atua na operação é a Defensoria Pública do Estado, por meio da
busca da conciliação dos interesses das partes para composição de uma solução
amigável para os conflitos. Segundo o defensor público Bruno Balbe, os
assistidos do Baixo Madeira tornam o trabalho da DPE gratificante, pelas
especificidades locais, que deixa ainda mais especial a assistência jurídica
dada à população.
Muitas
vezes, a atuação vai além dos processos. Num caso peculiar, na comunidade de
Tira Fogo, uma mãe buscou a operação para conseguir o tratamento para
dependência química do filho, que tem lhe causado transtorno. Após o contato
inicial e acolhimento feito pelas psicólogas do Judiciário, a Defensoria
Pública conversou com o rapaz e, por contato telefônico, foi feito agendamento
para consulta com psiquiatra e uma vaga na clínica de recuperação.
Numa outra
ação, na mesma comunidade, uma avó buscou o socorro da Justiça Estadual. Seu
neto com deficiência, a quem cria e já recebia o LOAS, contudo, desde 2020, com
a morte da mãe do menino, que era responsável pelo recebimento do benefício
previdenciário, a família ficou sem o recurso. Com a atuação de servidores(as)
e o magistrado foi dada a guarda definitiva do adolescente para a avó. Lá
mesmo, no convés do barco, a senhora pode requerer a volta do pagamento junto à
Justiça Federal. Com atuação da Defensoria Pública da União e da Procuradoria
do INSS, o juiz federal Dimis Braga restabeleceu a assistência social, com
determinação de apuração e do pagamento do período em que o menino ficou sem
receber, por meio de uma Requisição de Pequeno Valor (RPV).
A
parceria, como destaca o juiz Audarzean, é essencial para que o acesso aos
direitos dessas pessoas seja pleno. Nesse caso, como em muitos outros, as duas
esferas judiciais conseguem assegurar algo que nem mesmo nos centros urbanos
seria possível. ‘O impacto na vida das pessoas e no dia a dia da comunidade é
imediato, e nós podemos perceber isso aqui, in loco, o que faz especial a
oportunidade de participar da operação’ conta o magistrado. Para o juiz federal
Igor Pinheiro, apesar dos benefícios que são disponibilizados aos moradores da
região, quem mais ganha é quem vem para atender às demandas, pois a experiência
enriquecedora vivida em 12 dias de operação irá reverberar em sua atuação
profissional.
O
atendimento da Justiça Rápida segue nesta quarta-feira, 26, na comunidade de
Cavalcante e, no dia seguinte, em São Carlos, quando a missão será concluída,
após a suspensão do trabalho itinerante por dois anos, por conta da pandemia de
covid-19.
A Operação Justiça
Rápida Itinerante é uma realização do Poder Judiciário de Rondônia, por
intermédio do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Soluções A
Operação Justiça Rápida Itinerante é uma realização do Poder Judiciário de
Rondônia, por intermédio do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de
Soluções de Conflitos (Nupemec), da Corregedoria-Geral da Justiça.
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