Segunda-feira, 14 de agosto de 2023 - 07h43
Sob
a coordenação do Ministério Público de Rondônia, por meio do Grupo de Atuação
Especial do Meio Ambiente (GAEMA), Força-Tarefa de Conflitos Agrários e
Promotoria de Justiça de Guajará-Mirim, em parceria com vários órgãos públicos
do governo do Estado, teve início na manhã de hoje (14/8), a “Operação
Mapinguari”, que visa ao cumprimento da ordem de desocupação do Parque Estadual
Guajará-Mirim.
Devido
à complexidade da missão, foi criada uma Comissão de Apoio à Desocupação,
formada por agentes das Polícias Civil e Militar; Batalhão de Polícia Ambiental
(BPA); Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM) e ainda Agência de
Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (IDARON); Secretaria de Ação Social (SEAS);
Departamento de Estradas de Rodagens (DER); Bombeiros; Exército Brasileiro,
além de equipes de servidores da Secretaria de Assistência Social de Nova
Mamoré e Guajará-Mirim e Oficiais de Justiça do TJRO, perfazendo mais de 300
envolvidos.
Para
realizar a ação, os órgãos e instituições envolvidos terão à sua disposição:
caminhões, ônibus; motocicletas; quadriciclos e demais equipamentos e
instrumentos necessários para a retirada das famílias sem nenhum tipo de
contratempo ou conflito. Todas as famílias que ocupam a área já foram
devidamente notificadas da desocupação.
Segundo
o Coordenador do GAEMA, Promotor de Justiça Pablo Hernandez Viscardi,
aproximadamente 15 famílias já deixaram a região por conta própria e quase mil
cabeças de gado já foram retiradas voluntariamente, sendo que todos estão sendo
devidamente identificados e autos de infração ambiental estão sendo lavrados,
para que cada um responda por suas condutas. “O momento endossa o trabalho
desenvolvido pelo MPRO na defesa do bioma e na garantia da prestação de
serviços ambientais que as áreas protegidas entregam à sociedade do Estado e do
Brasil”
As
famílias que necessitarem de abrigo serão levadas para o ginásio esportivo de
Guajará-Mirim, com acompanhamento de assistentes sociais. Além disso, detectada
situação de vulnerabilidade, receberão cestas básicas, água mineral enquanto
não tiverem um lugar definitivo para morarem e serão incluídas nos cadastros
assistenciais nacionais.
O
Coordenador da Força Tarefa de Conflitos Agrários do MPRO, Procurador de
Justiça Héverton Alves de Aguiar, destacou que a ação irá restituir ao Poder
Público o domínio da unidade, pondo fim a uma batalha judicial que vinha sendo
travada desde 2020. O Procurador de Justiça ressaltou também que a combativa
atuação do MP no caso foi objeto de recente elogio do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), que, na última terça (8/8), chancelou a determinação para a
saída dos ocupantes.
O
Parque Estadual de Guajará-Mirim é uma unidade de conservação de proteção
integral, localizada em Município homônimo e em Nova Mamoré, compreendendo uma
área de 200 mil hectares. A região sofreu significativa devastação com a ação
de invasores ao longo dos anos.
A
ordem para a retirada de invasores havia sido deferida em 1º Grau na Ação Civil
Pública n. 7002381-27.2020.8.22.0015, tendo sido suspensa dois dias antes da
data para seu cumprimento. Em abril deste ano, decisão do Tribunal de Justiça,
concedida em Agravo de Instrumento interposto pelo MP e Estado, restaurou a
medida. Na última terça-feira (8/8), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou
provimento ao Pedido de Reconsideração apresentado por ocupantes, mantendo a
retirada dos grupos que se estabeleceram na unidade.
O
nome “Mapinguari” faz alusão à criatura gigante que vive no coração da floresta
Amazônica. A lenda diz que ele era um rei de uma aldeia e também um guerreiro
muito forte. Durante uma batalha, esse guerreiro foi morto, mas ele era tão
valente que a mãe natureza o fez renascer e se tornar um guardião da floresta.
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