Sábado, 28 de janeiro de 2023 - 11h19
O
Ministério Público do Trabalho (MPT) esteve presente nesta quarta-feira,
25/01/2023, no Seminário promovido pela Escola da Magistratura do Estado de Rondônia (Emeron) intitulado "Empregabilidade de pessoas Travestis, Transexuais e
Homens Trans: Direitos e Desafios", na figura do Procurador-Chefe da Procuradoria
Regional do Ministério Público do Trabalho na 14ª Região - Rondônia e Acre,
Carlos Alberto Lopes de Oliveira.
A
mesa de abertura do evento contou com a presença e falas dos representantes do
Comitê Gestor Interinstitucional da Política de Equidade de Gênero, Raça e
Diversidade, e membros da prevenção e combate ao assédio e discriminação do Tribunal de Justiça do Estado de
Rondônia (TJRO).
Compuseram
a mesa da manhã: a Travesti, Coordenadora do Grupo COMCIL, Coordenadora Norte da Rede Trans
Brasil, Coordenadora Norte da Rede Mulheres Travestis e Transexuais e Homens
Trans vivendo e Convivendo com Hiv/Aids, Karen de Oliveira; a Juíza do TJRO Dra. Miria do Nascimento; Juíza do Trabalho Titular da Vara do Trabalho de
Guajará-Mirim, Dra. Soneane Raquel Dias Loura; e a Defensora Pública do Estado de Rondônia e
coordenadora do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da
Mulher (NUDEM), Débora Aragão.
O evento
recebeu também a palestra do representante da OAB/RO, Rogério Teles da Silva,
que também preside a Comissão da Diversidade Sexual e Gênero LGBTQI+ da OAB
Rondônia (OAB/RO); na abertura pela manhã. A ativista rondoniense e
coordenadora de movimentos LGBTQIA+, Karen de Oliveira abriu sua fala com um
questionamento aos presentes: "Quem somos e pra que somos?”. Karen
enfatizou que a retificação do nome social para travestis e transexuais não é
um privilégio e sim um direito já assegurado por meio de políticas públicas,
fruto de muita luta de movimentos sociais.
O Brasil é o país que mais mata
LGBTs
Segundo o Procurador Carlos Lopes, a ausência de dados oficiais é um problema, porque não se tem políticas públicas efetivas para captação de dados, o que se tem são dados de organizações não governamentais. Ele cita dados da ONG TransGender Europe (TGEU), do ano de 2021, que constatam que há 13 anos o Brasil é o país que mais mata pessoas trans e travestis.
“Somado a esse conceito de violência existe a
ideia de uma associação que se faz de homens e mulheres trans e travestis
ligados a profissões sexuais, como se isso fosse uma escolha ou ligado até a
uma promiscuidade, quando, na realidade é a única opção dessa população (como
alguns dizem, são empurradas para a prostituição); quando o que ocorre é que a
pessoa se vê obrigada a comercializar o próprio corpo como uma forma de ter
algum sustento”, destaca o procurador-chefe Carlos Lopes, citando os
estudos da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (ANTRA)
cujo os dados constam que 90% dos transexuais e travestis no Brasil vivem da
prostituição.
Carlos
Alberto afirma que “a situação é muito
mais perversa quando se tem o trabalho colocado como um instrumento de
identidade, de inclusão, de reconhecimento e de pertencimento numa sociedade
moderna. Ele deixa de ser tudo que possa ser e passa a ser apenas um lugar de
sofrimento e exclusão para esse público, sem falar da transexualidade e da
intersexualidade, quando essas causas de opressão se somam a outras como
racismo, sexismo, machismo, xenofobia e discriminação, aí o acesso a uma
ocupação formal fica praticamente impossível no contexto que nós temos hoje”.
MPT E DIVERSIDADE
Na
oportunidade foi lembrado que o Ministério Público do Trabalho mantém um
observatório digital em conjunto com muitas instituições como a Organização
Internacional do Trabalho (OIT) e o Conselho Nacional do Ministério Público
(CNMP): o SmartLab MPT.
Segundo os
dados do SmartLab, o estado de Rondônia não possui Conselho de LGBTQIA+, nem
seus municípios, e que das 27 unidades da federação apenas 8 tem uma
capacitação para a Polícia quanto ao enfrentamento de casos de racismo e
homofobia, e Rondônia não está entre esses estados. Além disso, das 27 unidades
da federação apenas 12 reconhecem o nome social de travestis e transexuais, e
novamente Rondônia não está entre elas.
O procurador-chefe mencionou também
a existência de materiais produzidos pelo MPT que são importantes para se
comunicarem mais diretamente com as pessoas, com empresas, com gestores de
recursos humanos, que não se abriram ainda para importância de ter a diversidade
em sua empresa.
São eles: O Projeto MPT em
Quadrinhos, a edição n. 43 trata sobre “O respeito à população LGBTQIA+ nas relações de trabalho”; segundo material: um Manual – de
Valéria Rodrigues – voltado para as Instituições públicas quando realizam
atendimento e operações, abordando sobre como tratar adequadamente pessoas
trans, travestis, homossexuais; e o Páginas Trans, um guia de acesso e direitos das
pessoas trans, como acesso à justiça, a saúde, ao trabalho, a educação, a
cultura, e a redes de apoio (com links, telefones de contato, e instituições
públicas do Brasil todo) e que pode funcionar como referência para a população
trans.
Outra ação importante do MPT foi a inclusão de reserva de vagas para pessoas transgêneras, mediante autodeclaração, no Concurso Nacional para o cargo de Procurador ou Procuradora do Trabalho, que se encontra em andamento, assim como a reserva de vagas ofertada no concurso regional para estagiários do órgão, em Rondônia e Acre. Desta forma, o MPT não apenas cobra das empresas e dos demais órgãos, mas busca dar o exemplo na implementação e criação do seu quadro de pessoal.
OFICINA DE PROJETOS DE DIVERSIDADE - 7 DE FEVEREIRO
O procurador-chefe anunciou em sua palestra que “nesse mês de fevereiro, no dia 07 (terça-feira), no auditório do MPT, em Porto Velho, vamos receber um evento, em parceria com o Instituto + Diversidade com o tema: “Elaboração de Projetos para Editais – da ideação a estruturação”.
Voltado a coletivos e grupos formais e informais LGBTQIA+, a oficina tem como propósito instruir esses grupos e pessoas para que consigam se organizar e apresentar projetos para recebimento de recursos e fomento de políticas públicas nessa temática. Durante a oficina vai ser apresentado o edital e instruções aprofundadas sobre a elaboração de projetos.
Confira a palestra do Dr Carlos Lopes e dos demais participantes do Seminário acessando ao link: https://bit.ly/3H5wEuJ
O Ministério Público Federal (MPF) propôs ação civil pública, com pedido de liminar, para que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
MPF quer informações sobre a cobertura vacinal em escolas de Rondônia
O Ministério Público Federal (MPF) enviou ofício à Agência de Vigilância Sanitária (Agevisa) pedindo informações sobre a cobertura vacinal infantoju
Atendendo a pedido de ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal condenou o município de São Miguel do Guaporé (RO) a
Contaminação por agrotóxicos, proliferação de animais peçonhentos, crescentes casos de malária e dengue são problemas enfrentados pelos moradores da