Sexta-feira, 19 de maio de 2023 - 11h30
Em
referência ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Contra
Crianças e Adolescentes, o Grupo de Atuação Especial da Infância e Juventude e
da Defesa da Educação (GAEINF) do Ministério Público de Rondônia (MPRO),
realizou nesta quinta-feira (18) uma roda de conversa sobre o enfrentamento da
violência sexual nas escolas.
Durante o
evento, as Promotoras de Justiça Luciana Ondei Rodrigues Silva, Cláudia Machado
dos Santos Gonçalves e Lisandra Vanneska Monteiro Nascimento Santos, além de
representantes do Poder Judiciário, das Polícias Civil e Federal, das áreas de
Saúde e Educação repassaram informações sobre como agir quando uma criança ou
adolescente relata abuso sexual no ambiente escolar. As orientações também são
importantes para a sociedade em geral saber como atender pedidos de socorro.
O
acolhimento — Parte
das vítimas procuram pessoas de confiança para relatar os abusos que sofrem.
Por isso, a Psicóloga do Núcleo Psicossocial da Vara de Proteção à Infância e
Juventude, Camila Alessandra Scarabel, explicou os passos que devem ser
seguidos para garantir a proteção delas.
O
primeiro ponto é deixar a vítima fazer o “relato livre”, sem perguntas que
possam induzir memórias falsas na narrativa da criança ou adolescente. Por
exemplo, ao invés de perguntar: “foi o seu vizinho ou o seu tio quem tocou em
você?” opte por perguntar: “você sabe o nome de quem te tocou?”. É importante
também explicar para a vítima que ela não tem culpa do que aconteceu e que ela
fez o correto em procurar ajuda.
A
denúncia — Após
ouvir o relato inicial, o passo seguinte é acionar o Conselho Tutelar que
entrará em contato com a polícia para garantir a Escuta Especializada e a
investigação do caso, respectivamente.
Onde
procurar atendimento médico — Nos casos mais graves, em que seja necessário
o imediato atendimento médico, é importante saber qual unidade de saúde pode atender
melhor a demanda, dependendo do gênero e idade da vítima.
Essas
orientações foram repassadas por Itaci Ferreira, Coordenadora de Vigilância das
Violências, do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de
Saúde (Semusa) da Capital.
Como
identificar possíveis vítimas — Há uma série de mudanças bruscas de
comportamento que podem sugerir que algo está errado com uma criança ou
adolescente. Entre elas:
18 de
maio — O
caso da menina Araceli é o marco principal para criação do Dia Nacional de
Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Ela tinha 8
anos quando foi raptada e morta enquanto voltava da escola, em maio de 1973.
“É dever do estado, da família e da sociedade a proteção
integral à criança e adolescente. O estupro e assassinato brutal de uma menina
de 8 anos, a Araceli, ocorrido há 50 anos, mostra que devemos refletir sobre a
violência que hoje ainda existe contra esse público”, disse Luciana Ondei,
Promotora de Justiça de Defesa da Educação, Coordenadora Substituta do GAEINF,
durante a roda de conversa.
A Promotora de Justiça da Infância e Juventude da Comarca
de Cacoal, Cláudia Machado dos Santos Gonçalves, comentou sobre a importância
de inicialmente cuidar das vítimas e que para isso existem medidas protetivas
aplicáveis a crianças e adolescentes, como a Lei Henry Borel.
“O dia 18 de maio é uma reação à morte da menina Araceli.
Ela saiu da escola e não chegou em casa. Uma reação legislativa mais recente é
a Lei Henry Borel, ele que foi espancado dentro da própria casa em que residia
com a mãe e o padrasto. Um diferencial é que essa não é uma lei com foco
punitivista, mas para prevenir a violência doméstica e familiar contra a
criança e o adolescente”, explicou.
Já a Promotora de Justiça Tânia Garcia Santiago,
Coordenadora do GAEINF, e a Promotora de Justiça Lisandra Vanneska Monteiro
Nascimento Santos falaram sobre a importância do ambiente escolar no combate às
violências, pois os profissionais de educação podem ser as pessoas de confiança
que as crianças irão procurar para pedir ajuda.
Também participaram da roda de conversa Irany Oliveira Lima
Morais, representante da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC), Rômulo
Marchetti Aguiar, Delegado de Polícia Federal, e Cheila Mara Bertoglio,
Delegada Titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao
Adolescente.
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