Quinta-feira, 28 de novembro de 2024 - 09h15
Nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (28) o secretário Júnior
Lopes, da Secretaria da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel) foi
afastado do cargo durante Operação Dionísio do Ministério Público de Rondônia
(MPRO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e
Combate à Corrupção, (GAEC), com apoio do Grupo de Atuação Especial de combate
ao Crime Organizado (Gaeco) e do Centro de Atividades Extrajudiciais (CAEX).
A ação investiga os crimes de peculato na modalidade desvio, frustração
do caráter competitivo de licitação, fraude em licitação ou contrato e de
falsidade ideológica. Todos os atos lesivos foram praticados por meio da
celebração de Termos de Fomento e de parcerias visando à realização de eventos
festivos no Estado de Rondônia, em especial a Expoviola, Edição 2023, a 12ª
Expovel, Edição 2023, e a 13ª Expovel, Edição 2024.
Conforme o Ministério Público, no 2023, houve direcionamento na escolha
de associação que firmou a parceria, por meio da Secretaria da Juventude,
Cultura, Esporte e Lazer – Sejucel, no valor global de mais de 9 milhões de
reais, para fins de realização da Expovel. Foi constatado que a entidade
referida não estava apta para receber recursos públicos e tampouco possuía
capacidade técnica para ser contemplada pela Administração Pública.
A investigação apontou que a seleção da entidade do terceiro setor
tratou de um subterfúgio a fim de beneficiar diretamente o presidente dessa
entidade, que utilizou os eventos para contratar suas próprias empresas e para
explorar economicamente camarote em evento que deveria ter entrada franca à
população.
Para a realização da 13ª Expovel, Edição 2024, verificou-se que foi
contratada outra entidade sem fins lucrativos, mas que, de fato, era presidida
por pessoa próxima a um agente do Estado, e que houve superfaturamento na
contratação dos shows do evento, que custaram quase 4 milhões de reais para o
Estado de Rondônia, além das outras despesas do evento. Em complemento a isso,
há informações que apontam ter sido aplicado o mesmo modus operandi, inclusive
com a cobrança de camarotes em evento exclusivamente financiado com recursos
públicos, sem a destinação social efetiva dos recursos angariados.
As medidas judiciais determinadas consistiram em busca e apreensão
domiciliar e veicular, bem como proibição de destinação de recursos, por meio
da Sejucel, para as entidades envolvidas, ou quaisquer entidades do terceiro
setor que tenham como integrantes do quadro diretivo e/ou fiscal os investigados.
Além disso, foram determinadas duas suspensões e afastamentos (do exercício)
das funções públicas, sendo de um Secretário de Estado e de uma servidora
pública, com proibição de acesso ou frequência às dependências do órgão
público, pelo período de 90 dias e proibição de contato dos investigados com as
testemunhas apontadas pelo Ministério Público.
O nome da operação - Dionísio - faz alusão ao deus da antiga religião
grega, dos ciclos vitais, das festas, do vinho, da insânia, do teatro, dos ritos
religiosos e, sobretudo, da intoxicação que funde o bebedor com a deidade.
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