Quinta-feira, 10 de agosto de 2023 - 14h19
Forças de Segurança do Estado
cumprem na próxima segunda-feira (14/8) ordem de desocupação do Parque Estadual
de Guajará-Mirim e sua área de amortecimento, denominada Bico do Parque, com uma
operação coordenada pelo Ministério Público de Rondônia para garantir a
retirada, sem confrontos, de todos os invasores. A ação restituirá ao Poder
Público a propriedade sobre a unidade, pondo fim a uma batalha judicial que
vinha sendo travada desde 2020. A combativa atuação do MP no caso foi objeto de
recente elogio do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que, na última terça
(8/8), chancelou a determinação para a saída dos ocupantes.
O Parque Estadual de
Guajará-Mirim é uma unidade de conservação de proteção integral, localizada em
Município homônimo e em Nova Mamoré, compreendendo uma área de 200 mil
hectares. A região sofreu significativa devastação com a ação de invasores ao
longo dos anos. Desde que a data de desocupação foi anunciada, pelo menos 14
famílias já deixaram o local, havendo grupos remanescentes que deverão sair na
próxima segunda.
A ordem para a retirada de
invasores havia sido deferida em 1º Grau na Ação Civil Pública n.
7002381-27.2020.8.22.0015, tendo sido suspensa dois dias antes da data para seu
cumprimento. Em abril deste ano, decisão do Tribunal de Justiça, concedida em
Agravo de Instrumento interposto pelo MP e Estado, restaurou a medida. Na
última terça-feira (8/8), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou provimento
ao Pedido de Reconsideração, apresentado por ocupantes, mantendo a retirada dos
grupos que se estabeleceram na unidade.
Elogio - Ao proferir voto, o Ministro
Relator Herman Benjamin enfatizou a importância estratégica da unidade de
conservação para a preservação da biodiversidade na região, fazendo um
retrospecto do contexto de criação da área, oportunidade em que elogiou o que
qualificou como “brilhante trabalho”, realizado pelo Ministério Público de
Rondônia, Poder Judiciário e Polícia Militar, para fins de promover a
desocupação, “que visa evitar situações piores de conflito armado e preservar
direitos humanos básicos das pessoas que invadiram área pública, além de
abordar as questões sociais envolvidas”.
Ação – A ação de desocupação do Parque
Estadual de Guajará-Mirim será executada por Forças de Segurança do Estado e
órgãos de assistência social, com integral observância aos direitos humanos, da
infância, de pessoas idosas e com deficiência. O trabalho ocorre sob o
planejamento coordenado pelo MPRO, por meio do Grupo de Atuação Especial do
Meio Ambiente (GAEMA), Força-Tarefa para Atuação Integrada nos conflitos
coletivos pela posse de terra urbana e rural e Promotoria de Justiça de
Guajará-Mirim.
Conforme explica o Coordenador do
GAEMA, Promotor de Justiça Pablo Hernandez Viscardi, a operação, que deverá ser
um modelo adotado para situações similares, independe da responsabilização
criminal dos invasores e da organização criminosa que se instalou na região.
“Todos responderão na medida de suas condutas”, diz.
O Promotor de Justiça ressalta
que a desocupação do Parque sela o retorno da área para o Estado de Rondônia e
fortalece a combativa atuação do MP rondoniense em defesa da Amazônia. “Para o
Ministério Público, o momento endossa o trabalho desenvolvido pela Instituição
na defesa do bioma e na garantia da prestação de serviços ambientais que as
áreas protegidas entregam à sociedade do Estado. Esta será sempre a nossa
luta”, afirma.
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