Quinta-feira, 1 de dezembro de 2022 - 16h48
Por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF)
decidiu hoje (1°) reconhecer a chamada revisão de toda vida de aposentadorias
pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A decisão atinge aposentados que entraram na
Justiça para pedir o recálculo do benefício com base em todas as contribuições
feitas ao longo da vida.
Segundo entidades que atuam na área de direito
previdenciário, a decisão atinge quem passou a receber o benefício entre
novembro de 1999 e 12 de novembro de 2019 e possui contribuições anteriores a
julho de 1994.
Na decisão, o STF reconheceu que o beneficiário
pode optar pelo critério de cálculo que renda o maior valor mensal, cabendo ao
aposentado avaliar se o cálculo de toda vida pode aumentar ou não o benefício.
Segundo o entendimento, a regra de transição que
excluía as contribuições antecedentes a julho de 1994, quando o Plano Real foi
implementado, pode ser afastada caso seja desvantajosa ao segurado.
Entenda
O processo julgado pelo STF trata de um recurso do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) contra decisão do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) que garantiu a um segurado do Regime Geral de Previdência
Social (RGPS) a possibilidade de revisão do benefício com base nas
contribuições sobre o período anterior ao ano de 1994.
Durante a tramitação do processo, associações que
defendem os aposentados pediram que as contribuições previdenciárias realizadas
antes de julho de 1994 sejam consideradas no cálculo dos benefícios. Essas
contribuições pararam de ser consideradas em decorrência da Reforma da
Previdência de 1999, cujas regras de transição excluíam da conta os pagamentos
antes do Plano Real.
Segundo as entidades, segurados do INSS tiveram
redução do benefício em função da desconsideração dessas contribuições.
Responsável pela gestão do órgão, o governo federal
sustentou no STF que a mudança agrava a situação fiscal do país, com impactos
previstos de até R$ 46 bilhões aos cofres públicos pelos próximos 10 a 15 anos.
Em fevereiro deste ano, o plenário virtual do STF
já tinha formado maioria de 6 votos a 5 a favor da revisão da vida toda. Em
seguida, um pedido de destaque do ministro Nunes Marques suspendeu o julgamento
virtual e a questão foi remetida ao plenário físico para julgamento nesta
quinta-feira.
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