Domingo, 20 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Polícia

Moro afirma que suposto esquema de Beto Richa não era "crime trivial"


Moro afirma que suposto esquema de Beto Richa não era "crime trivial" - Gente de Opinião

O juiz federal Sérgio Moro afirmou em despacho que existem provas suficientes para justificar as buscas da Operação Piloto, 53ª fase da Lava Jato, na residência do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), e de seu irmão José Carlos Richa, o Pepe Richa. Para o magistrado, o suposto esquema de corrupção na gestão do tucano “não se trata de um crime trivial”.

A operação investiga o envolvimento de funcionários públicos e empresários com a empreiteira Odebrecht no favorecimento de licitação para obras na rodovia estadual PR-323, em 2014. A obra foi contratada por R$ 7,2 bilhões.

Segundo Sérgio Moro, trata-se de “complexas operações de lavagem [de dinheiro] em esquema criminoso que transcende o produto do crime de corrupção em questão”. “O contexto não é de envolvimento ocasional em crimes de corrupção, mas da prática de crimes de grande corrupção e de complexas operações de lavagem de dinheiro”.
Contrapartida

O juiz afirma no despacho que as investigações “apontam o pagamento de, pelo menos, R$ 3,5 milhões para direcionar licitação em favor do Grupo Odebrecht, com utilização de sofisticado sistema de ocultação e dissimulação do produto do crime, inclusive com utilização de contas secretas no exterior”.

“Não se trata, em princípio, de meras doações eleitorais não registradas, pois os pagamentos tiveram uma contrapartida, a atuação do chefe de gabinete do então governador para reduzir a concorrência da licitação para duplicação da PR-323 em benefício do Grupo Odebrecht”, ressaltou Sérgio Moro.

Segundo o juiz federal, o quadro probatório apresentado pela Polícia Federal e Ministério Público Federal “é mais do que suficiente para caracterizar causa provável a justificar a realização de busca e apreensão nos endereços dos investigados”.

“Faço essa ressalva especialmente em relação às buscas atinentes a parte dos investigados, como o ex-governador do estado Carlos Alberto Richa, em campanha eleitoral para o Senado. Há provas que justificam as buscas, pois ele é apontado como beneficiário dos valores provenientes dos crimes e de um esquema de lavagem de dinheiro. Ressalve-se, porém, que ainda se trata de uma fase de investigação, a busca nela se inserindo, e que, portanto, não é possível, no presente momento, qualquer afirmação conclusiva quanto à responsabilidade dele”, apontou no despacho.
Prisões

No despacho, o juiz federal determina a prisão de Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete de Richa no governo do Paraná, e de Jorge Atherino, empresário acusado de ser um dos operadores do recebimento de propinas do ex-governador. Os dois foram detidos nesta terça-feira.

“Há, conforme análise já efetuada, prova suficiente de materialidade e autoria de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, sendo que, em relação a Deonilson Roldo e Luciano Ribeiro Pizzato [delator do esquema], também há provas de autoria em relação ao crime de fraude à licitação”, destacou.

Na decisão, Sérgio Moro afirma que o volume das operações financeiras suspeitas de lavagem de dinheiro atribuídas a Deonilson Roldo e Jorge Theodocio Atherino parece transcender o crime de lavagem em relação a vantagens indevidas recebidas no contrato da duplicação da PR 323, “o que é indício de envolvimento em outros crimes de corrupção ou em lavagem de outros crimes de corrupção. A ilustrar, a movimentação financeira de mais de R$ 500 milhões das empresas de Jorge Theodocio Atherino e com mais quinze milhões recebidos em espécie”, apontou.

Segundo o despacho, Deonílson Roldo ocupou cargos relevantes no governo estadual e há indícios de que se envolveu na prática contínua de crimes de corrupção e de lavagem. “Como os mesmos esquemas de lavagem podem ter sido utilizados pelos beneficiários da vantagem indevida para ocultar e dissimular produto de outros crimes contra a administração pública, é legítima a realização de buscas e apreensões mais amplas”.

Patrulha Rural

Beto Richa, que é candidato ao Senado pelo PSDB, foi preso na manhã de ontem, terça-feira (11), pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), por também ser alvo de outra operação, a Patrulha Rural, deflagrada pelo Ministério Público Estadual do Paraná. Além dele, sua mulher, Fernanda Richa, e seu irmão também foram presos.

Ao todo, foram expedidos cinco mandados de prisão temporária e 26 de busca e apreensão em Curitiba, Londrina, Santo Antônio do Sudoeste e Nova Prata do Iguaçu.

Procurada, a assessoria de Beto Richa informou que ainda aguarda orientações da defesa para se manifestar. A reportagem ainda não conseguiu contato da defesa de Deonílson Roldo.

Gente de OpiniãoDomingo, 20 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

DRF Porto Velho apreende drogas presentes em caminhão de mudança

DRF Porto Velho apreende drogas presentes em caminhão de mudança

Nesta quinta-feira (27), a DRF Porto Velho concluiu ação de apreensão de drogas de um caminhão carregado com diversas mudanças (móveis, eletrodomést

DRF Porto Velho participa de operação conjunta com PRF e descobre drogas ocultas em tubos de ferro

DRF Porto Velho participa de operação conjunta com PRF e descobre drogas ocultas em tubos de ferro

Na manhã desta quinta-feira (20) a DRF Porto Velho, em conjunto com a PFR e Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas apreenderam aproximadamente

Cerca de 80 quilos de droga são apreendidos pelas forças de Segurança do Estado

Cerca de 80 quilos de droga são apreendidos pelas forças de Segurança do Estado

Durante a Operação Fronteira Segura, em Guajará-Mirim, Rondônia, por volta das 19 horas de ontem, 19, as forças de segurança compostas pelo Batalhão

Governo de RO intensifica Operação Hileia e já apresenta resultados expressivos no combate aos crimes ambientais

Governo de RO intensifica Operação Hileia e já apresenta resultados expressivos no combate aos crimes ambientais

Com o objetivo de combater o desmatamento ilegal e prevenir queimadas, em menos de quatro dias de atividades, da Operação Hileia, que teve início no

Gente de Opinião Domingo, 20 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)