A Polícia Federal e a Controladoria Geral da União iniciaram nesta terça-feira (2) a Operação Cerberus, para desarticular um suposto esquema de desvio de verbas públicas, fraude em licitações e lavagem de dinheiro na prefeitura de Mirante da Serra (RO). As investigações apontam que foram desviados quase R$ 18 milhões, entre 2011 e 2015, do município, distante aproximadamente 400 quilômetros de Porto Velho.
Cerca de 150 policiais federais cumprem 63 mandados judiciais: 17 de prisão, seis de condução coercitiva e 40 de busca e apreensão nas cidades de Mirante da Serra, Nova União, Ouro Preto do Oeste, Cacoal, Rolim de Moura, Ji-Paraná e também em Curitiba (PR). Barreiras policiais foram montadas nas saídas de Mirante da Serra para evitar fugas dos procurados.
Segundo a PF, licitações foram direcionadas para beneficiar duas empresas, de titularidade de parentes e servidores do alto escalão da prefeitura de Mirante da Serra, que prestaram serviços em qualidade muito inferior ao previsto nos contratos. Estima-se que o desvio tenha alcançado uma média mensal de R$ 320 mil reais, totalizando R$ 18 milhões, entre 2011 e 2015. A arrecadação total do Executivo municipal é de cerca de R$ 20 milhões ao ano.
O nome da operação, Cerberus, faz alusão ao cão de três cabeças da mitologia grega e que na Divina Comédia é traduzido como retrato do apetite insaciável, remetendo-se assim ao núcleo principal que é formado por três pessoas, que causou, em tese, enorme rombo aos cofres públicos de Mirante da Serra.