Quinta-feira, 11 de outubro de 2018 - 07h01
247 - O economista responsável pelo programa econômico de Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Guedes, está sendo investigado pelo Ministério Público Federal em Brasília por suspeita de envolvimento em fraudes em fundos de pensão junto com dirigentes das entidades ligados ao PT e ao MDB. Guedes é suspeito de cometer crimes de gestão fraudulenta e temerária à frente de fundos de investimentos (FIPs) que receberam R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2013, de fundos de pensão ligados a empresas públicas.
A reportagem do jornal O Globo destaca que "também está sendo investigada a emissão e negociação de títulos imobiliários sem lastros ou garantias. A investigação é conduzida pela Força-Tarefa da Operação Greenfield, que investiga fraudes em fundos de pensão em todo o país e foi aberta com base em relatórios da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) que apontam indícios de fraudes nos aportes feitos pelos fundos de pensão em dois fundos de investimentos criados pela BR Educacional Gestora de Ativos, empresa de Paulo Guedes".
O jornal detalha os fundos que tiveram ligaçao com Paulo Guedes: "dentre os fundos que investiram na empresa de Paulo Guedes estão o Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobrás), Funcef (Caixa), Postalis (Correios) e o BNDESpar braço do banco estatal que atua com investimentos no mercado de capitais. Em 2009 a Gestora BR Educacional que pertence a Guedes lançou dois FIPs - FIP Brasil de Governança Corporativa e o FIP BR Educacional - que conseguiram captar R$ 1 bilhão junto aos fundos ligados a empresas públicas. Os dois FIPs eram gerenciados pelo próprio Guedes e tinham como objetivo financiar ações de divulgação de conteúdo, consultorias e produção de tecnologias e processos para o setor educacional".
O jornal O Globo teve acesso aos autos do processo. Ele acrescenta que "chamou a atenção dos investigadores o fato de os quatro maiores cotistas dos FIPs na época serem exatamente os fundos que estavam sob gestão de pessoas ligadas a PT e MDB e já investigadas na Greenfield por suspeita de fraudes em outras operações. A Petros era gerida por Wagner Pinheiro e a Previ por Sérgio Rosa, ligados ao PT. O Postalis, por sua vez, estava sob a gestão de, Alexej Predtechensky conhecido como 'Russo' e apadrinhado do MDB. Ele é acusado pelo empresário e delator Paulo Roberto Gazani Júnior de pedir propina para políticos do partido ao negocia uma operação de debêntures.) Outro dirigente já investigado pela Greenfield por suspeita de fraudes e que estava na Funcef no período dos aportes é Carlos Alberto Caser".
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