Quinta-feira, 31 de outubro de 2013 - 12h30
Porto Alegre/RS - A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje (31/10) a Operação W. O objetivo é desarticular um grupo criminoso que agia na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul. Ao todo foram cumpridos três mandados de prisão e seis de busca e apreensão em Porto Alegre.
As investigações, iniciadas em julho, apuraram que, no interesse de um grupo empresarial da área de segurança do trabalho, servidores públicos, dentre eles um auditor fiscal do trabalho, agiam de forma a resolver rapidamente embargos e interdições de grandes obras. A maioria dos atos eram efetuados pelo próprio auditor investigado, conforme a conveniência, em troca de vantagens.
Em outras situações, os embargos e interdições eram dirigidos a grandes obras para que uma das empresas do grupo empresarial se apresentasse com a garantia da resolução célere dos entraves estabelecidos pelas medidas administrativas impostas pelo auditor.
No âmbito da superintendência, os servidores públicos suspeitos aceleravam a tramitação interna para os clientes do grupo empresarial a fim de garantir as promessas feitas pelo principal articulador do esquema. Além de promover o levantamento das medidas administrativas em prazo recorde, suspeito também assegurava uma espécie de “salvo-conduto” da fiscalização do trabalho no estado.
O grupo empresarial estava expandindo o sistema para outras capitais do país, nos mesmos moldes e igualmente se utilizando de corrupção de servidores públicos. Havia também o pagamento de propina a engenheiros encarregados de obras de grandes construtoras, na ordem de 3% a 5% no valor dos contratos, para contratarem o grupo para assessoria na área de segurança do trabalho.
A deflagração da Operação W foi antecipada por causa de um plano de promover um atentado contra a vida de um outro auditor-fiscal do trabalho que iria fiscalizar a construção de um empreendimento em Gravataí/RS.
O esquema montado gera grandes lucros ao grupo empresarial, pois a paralisação de grandes obras representa custo adicional elevado com funcionários parados, máquinas locadas, terceirizados em geral, fornecedores e multas contratuais, além de atrasos no cronograma de conclusão e inauguração das obras.
Fonte: Polícia Federal no Rio Grande do Sul
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