Domingo, 13 de maio de 2018 - 09h21
247 - O contador Florisvaldo Caetano de Oliveira, responsável por realizar o pagamento de propinas do Grupo J&F a partidos e políticos, disse ter recebido a orientação do ex-diretor da empresa Ricardo Saud a realizar a entrega de R$ 1 milhão ao coronel aposentado João Baptista Lima Filho "o mais rápido possível" uma vez que se tratava de "dinheiro do Michel Temer".
Oliveira também relatou em sua delação premiada que o coronel Lima teria reclamado do fato do dinheiro não ter sido entregue no primeiro encontro entre eles, no começo de setembro de 2014. Na última quinta-feira (11), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou ao ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, a "adoção das providências cabíveis em relação a detentores de foro no STF". Neste caso, específico, Temer é o único detentor de foro privilegiado.
Ainda segundo o contador, o dinheiro não teria sido entregue no primeiro encontro com Lima, ocorrido na sede da Argeplan Arquitetura & Engenharia, em São Paulo, de propriedade do ex-coronel, por ele achar "mais adequado um primeiro encontro para acertar os detalhes da entrega". "O coronel reclamou que eu não tinha levado a quantia naquele momento", completou Oliveira.
O ex-diretor da JBS Ricardo Saud também o teria questionado sobre a demora em efetuar o repasse. "Ricardo então ficou preocupado, reclamou muito e disse 'isso já era para ter sido entregue, é dinheiro do Michel Temer', pedindo para que eu providenciasse a entrega o mais rápido possível e o avisasse", relatou o delator. O repasse foi realizado dois depois.
O Palácio do Planalto não se manifestou sobre o assunto.
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