A megaoperação começou ainda na madrugada de quinta-feira, com a retirada de dois homens do presídio de Chapecó. Na sexta, outros nove saíram de penitenciárias de Joinville, Itajaí e Blumenau. O grupo foi levado para a Capital, onde aguardou a transferência oficial no presídio que fica no Bairro Trindade. Neste sábado, foi a vez das duas maiores operações de transferência marcarem a madrugada, finalizando as transferências de presos do PGC.
A primeira delas, em Criciúma, retirou sete bandidos. Em São Pedro de Alcântara, considerada a operação de maior risco, foi levado o maior número de homens: 22. Transportados em furgões da Deap, os presos foram escoltados pela rodovia por um forte aparato policial: cerca de 10 viaturas cada um. De lá foram direto para a Base Aérea da Capital. A chegada ao local ocorreu com 20 minutos de diferença, por volta de 6h15min. Poucos minutos antes, o comboio que partira da Penitenciária da Trindade já chegava ao local.
De lá, todo o grupo embarcou em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), que decolaria por volta das 9h. Antes disso, todos passaram por exames físicos e de corpo de delito feito por agentes do IGP. O procedimento é necessário para marcar a transferência dos presos do sistema estadual para o federal. No mesmo horário, outra aeronave da FAB decolou com tropas da Força Nacional de Segurança, para garantir a segurança da operação na chegada aos outros Estados. Do total de presos, 37 foram levados para o presídio de Mossoró (RN) e os outros três para Porto Velho (RO).
Entre os transferidos está o traficante Rodrigo de Oliveira (conhecido como Rodrigo da Pedra), que estava detido em Criciúma. A lista com os demais nomes só será divulgada a partir de segunda-feira, porque depende do aviso prévio às famílias e de autorização judicial. Todas as transferências, segundo o diretor do Deap, Leandro Lima, foram tranquilas e sem tentativas ou princípios de rebelião.
— Organizamos toda a operação para a madrugada pela facilidade de deslocamento nas rodovias, que têm pouco movimento. Não há qualquer relação com a rotina dos presídios ou algo assim. E mesmo assim não houve rebeliões — explicou.
Também no sábado, ao mesmo tempo em que eram organizadas as transferências, a Polícia Civil desencadeou uma grande operação no Estado para prender cem pessoas. Até as 9h, já havia detido 23.
Em Joinville e Blumenau, soldados da Força Nacional também entraram nos presídios, levando à suspensão das visitas.
Apesar da grande mobilização, quatro novos ataques, desde a noite de sexta, elevaram para 105 o número de atentados desde o início da nova onda de violência em Santa Catarina, no dia 30 de janeiro.