247 - A prisão do operador Raul Schmidt em Portugal, na 25ª fase da Lava Jato, em Portugal, atinge diretamente o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o que pode conter o avanço do impeachment no Congresso.
Schmidt é tido como operador de Jorge Zelada, ex-diretor da área internacional da Petrobras, e também é seu sócio na TVP Solar de Genebra, na Suíça. No momento da prisão de Zelada, a Lava Jato decretou o bloqueio de ativos de R$ 7 milhões de Schmidt, que estava desaparecido.
A chegada de Zelada ao cargo foi relatada por Eduardo Musa, outro delator da Lava Jato: "João Augusto Henriques disse ao declarante que conseguiu emplacar Jorge Luiz Zelada para diretor Internacional da Petrobras com o apoio do PMDB de Minas Gerais, mas quem dava a palavra final era o deputado federal Eduardo Cunha, do PMDB/RJ". Henriques também foi preso na Lava Jato e é citado como outro operador do PMDB.
Jorge Zelada, sucessor de Nestor Cerveró na estatal, é réu na Lava Jato por indícios de ter recebido propina para beneficiar a empresa americana Vantage Drilling no contrato de afretamento do navio-sonda Titanium Explorer.
Segundo a acusação do Ministério Público, pelo menos 31 milhões de dólares do esquema foram parar nas mãos de Zelada, de Musa e do PMDB, responsável pelo apadrinhamento político do ex-dirigente.
Cunha já foi acusado pelo lobista Julio Camargo de embolsar 5 milhões de dólares em propina em contratos de navios-sonda com a Petrobras.
Com o maior partido da Câmara atingido na Lava Jato, o impeachment passaria a ser ação para conter a operação conduzida pelo juiz Sergio Moro.
Em sua delação, o senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) apontou ligação entre o vice-presidente Michel Temer e o lobista João Augusto Henriques e também disse que o peemedebista tinha preocupação com Zelada. O vice rebateu e disse que que sua bioagrafia não seria destruída por ele.
Matéria atualizada às 6:20 com o Portal 247