Sinalização reduz em 16% no nº de acidentes em PVH

A Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (Semtran) expediu ordem de serviço para a instalação de um novo semáforo no Bairro Conceição, no cruzamento da Rua Algodoeiro com Campos Sales. A medida soma-se aos muitos serviços realizados ao longo deste ano, em que além de sinais luminosos foram também instalados semáforos sonoros, sinais verticais e horizontais, no Braeaks, câmeras filmadoras e outros dispositivos para gerar disciplina e segurança no trânsito. As ações têm surtido resultados positivos e os índices de acidentes passaram a diminuir acentuadamente, segundo os registros da Companhia Independente de Policiamento de Trânsito (CIPT).

O agente da Semtran responsável pelo controle de fluxo, Júnior Santos, informou que quatro câmeras Bosh de alta tecnologia, com capacidade de giro de 360º graus na horizontal e 180º na vertical e visualização nítida de até 300 metros, estão instaladas em locais diversos e que outra está também devidamente afixada e gerando imagens na Rua Tiradentes com Rio Madeira, faltando apenas interligá-la à Central. “Elas servem para monitoramento e controle do trânsito. São utilizadas para que possamos controlar os congestionamentos das vias, verificar acidentes e acompanhar a operação dos semáforos. Quando acontece algum acidente, podemos saber se naquela hora o sinal estava aberto ou fechado, além de muitas outras informações pois são equipamentos de grande qualidade”, explicou.

Everton Kemp, coordenador municipal de Trânsito, da Semtran, esclarece que os sinais e câmeras são instalados de acordo com as indicações do Departamento de Engenharia de Trânsito, que verifica os locais com maior necessidade. “Com os novos estudos que estão sendo feitos atualmente, poderemos definir novos pontos para a implantação de rotatórias ou semáforos. Em alguns locais já temos verificado grande diminuição de acidentes, como na travessia da Rua Tenreiro Aranha com Dom Pedro II, por exemplo”, explicou, referindo-se aos levantamentos e análises que estão sendo realizados por mais de 50 técnicos, entre servidores da Semtran e funcionários da empresa contratada, Logitrans, e que serão encerrados no dia 30 de novembro. 

Além dessas medidas, a Semtran mantém agentes que trabalham exclusivamente com a educação para o trânsito. A equipe conta com dez pessoas que, entre outras coisas, tem realizado palestras em escolas com a temática “Criança de Hoje, Condutor do Amanhã”. Um dos objetivos é que as crianças passem a também observar a maneira como os pais dirigem, de forma a perceber quando a segurança está sendo posta em risco.

Situação do Trânsito

De acordo com o secretário da Semtran, Carlos Guttemberg, a instalação de semáforos não deve ser entendida exatamente como uma estratégia para evitar acidentes. Os principais motivos para as instalações são gerar controle de fluxo e disciplina, sendo os conflitos ocasionados muito mais por questões referentes à pouca educação para o trânsito ou falta de destreza na condução de veículos. A mesma opinião é defendida pelo Major Cristiano Lisboa, comandante da CIPT. “Os acidentes são fenômenos sociais que precisam ainda ser mais estudados, mas sabemos que um problema é a formação para habilitação do condutor. Muitos condutores de motos trafegam pela cidade sem nenhum tipo de formação, aprendem com amigos ou parentes e passam a dirigir. Em nosso município não há sequer uma via, excetuando a Jorge Teixeira, que nos permita andar acima de 60 km por hora, mas vemos o tempo todo veículos passando em alta velocidade. Ou as pessoas se conscientizam que é nossa população que está morrendo no trânsito ou vamos continuar com esses problemas”, afirmou.

Em 2013, segundo as informações de Lisboa, Porto Velho vem sendo a capital em que mais se tem licenciado veículos, o que permite entender que, proporcionalmente, é onde mais se tem vendido veículos no país. São Paulo teve um crescimento em torno de 7% e o Rio de Janeiro em torno de 5%, enquanto o crescimento anual na capital de Rondônia tem sido em torno de 11%. “Em números simples, significa um crescimento de pelo menos 2.000 veículos por mês. Isso apresenta um quadro problemático, de forma que as mudanças que estão sendo realizadas no trânsito não conseguem atender adequadamente à situação da cidade”, ressaltou.

Apesar do quadro descrito pelo Major, a CPIT registrou, até o dia 16/10, que em 2013 houve redução de 15,74% nos números gerais dos acidentes e que a redução de vítimas fatais foi em torno de 8,16%. O registro de 4003 acidentes em 2013, contudo, ainda pode ser considerado elevado, embora, como explicou Lisboa, a redução merece ser comemorada. “Caso tivéssemos apenas mantido o quadro que já tínhamos, já teríamos o que comemorar, pois dado o crescimento de veículos seria de esperar que os acidentes acompanhassem, ainda mais no nosso caso, em que 55% da frota compõem-se de motocicletas. Nem São Paulo apresenta um quadro desses. Com esse número de motos, naturalmente, é de se esperar maiores chances de acidentes com maior violência, como amputação de membros e toda uma série de traumas gravíssimos”, destacou.

Os números da CPIT registram ainda que a média de 120 acidentes gravosos por fins de semana caiu para 60, tendo as blitz da Lei Seca ajudado muito nesse quadro, entretanto, cresceu o número de acidentes durante o período de deslocamentos de idas e vindas ao trabalho.

“Não é possível andar um pouco que seja em Porto Velho sem ver algum tipo de infração no transito. Porto Velho, em 2009 e 2010, deteve o primeiro lugar em acidentes no Brasil. Graças a Deus, perdemos esse posto. As medidas a serem tomadas para melhorarmos muito mais devem levar em conta três pontos, a engenharia de transito, a educação e a fiscalização. Precisamos investir nesses três eixos com a mesma proporção para não vivermos na política das multas, porque os acidentes geram muito mais prejuízos ao Estado do que as multas poderiam gerar lucros”, finalizou Lisboa.

Fonte:  Renato Menghi