Quinta-feira, 6 de maio de 2010 - 16h07
Por uma hora, as alegações de defesa e acusação foram suspensas para o almoço. Jurados e servidores envolvidos no trabalho fazem as refeições no próprio Fórum para dar agilidade ao julgamento e garantir que os membros do juri não tenham contato externo.
No debate durante a manhã, os Promotores de Justiça Renato Puppio e Cláudio Wolff sustentaram a tese de que os dois réus não só tem participação nas mortes, como foram os líderes do motim que resultou na chacina de 27 presos em janeiro de 2002.
O Ministério Público ressaltou a ficha criminal dos acusados. Michel Alves das Chagas (Chimalé) já é condenado a 37 anos de prisão por homicídio, latrocínio e assalto. Já Anselmo Garcia de Almeida (Fininho ou Jornal) tem 14 condenações por assalto e duas por porte ilegal de armas, que somam 101 de cadeia, dos quais ele já cumpriu nove. Os promotores desqualificaram as alegações dos réus, que negam ter praticados os crimes, ao contrário do que apontaram as investigações e a denúncia do MP, baseadas em depoimentos de sobreviventes.
Defesa
Logo após a fala da acusação, as advogadas de Fininho ou Jornal, Lucila Rodrigues e Márcia Alves defenderam a tese que era impossível saber quem cometeu as mortes naquele dia. Os depoimentos, que servem de base para a acusação do Ministério Público, segundo a defesa, não são suficientes para provar o envolvimento nem de Fininho nem de ninguém. Além do que, segundo elas e o réu alegam, ele foi baleado na tentativa de fuga que antecedeu a matança.
Em defesa de Chimalé, Walter Bernardo e Roberto Harlei, da Defensoria Pública também afirmaram que não havia qualquer possibilidade de saber quem de fato cometeu os assassinatos. Argumentaram ainda que circunstância dos fatos e a dinâmica com que se seguiram a tentativa de fuga e as mortes não podem ser deixadas de lado pelos jurados na hora de analisar a culpa ou não do réu.
Defesa e acusação tiveram, cada um, 2h30 minutos para expor seus argumentos ao sete jurados que compõem o Conselho de Sentença. O julgamento será reiniciado às 14h20. O Promotor Renato Puppio já confirmou que fará uso da réplica, que é quando a Promotoria se manifesta pela segunda vez, após os argumentos da defesa.
Os advogados de defesa têm direito à tréplica (reposta ou manifestação após a Promotoria). Após esse debate, os jurados irão para uma sala secreta, onde responderão às perguntas feitas pelo Juiz com "sim" e "não". Se condenado, a pena será estipulada pelo Juiz, de acordo com o que determina a lei.
Fonte: Ascom TJRO
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