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Política - Nacional

Acordo divide peemedebistas e une Temer e Sarney



Daniel Pereira - Correio Braziliense  

Não é à toa que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) articula o lançamento da candidatura de um integrante da bancada do partido à Presidência do Senado. Ex-comandante da Casa, ele é o único dos caciques da legenda no Congresso que não foi beneficiado por um acordo fechado entre o deputado federal Michel Temer (PMDB-SP) e o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP). O acerto conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que quer um peemedebista na chefia da Câmara e um petista à frente dos senadores. Costurado nesta semana, o ajuste prevê que Sarney não disputará a sucessão de Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) e trabalhará pela eleição de Tião Viana (PT-AC), ampliando, assim, a sua condição de credor de Lula.

Temer ganha com a decisão pois vê reduzidas as chances de os petistas não votarem nele na Câmara. Grato, o deputado retribuirá a Sarney passando para os senadores do partido — quando for eleito na Câmara — a presidência do PMDB, que hoje exerce com pulso firme. O nome do sucessor no comando da sigla já foi escolhido. Será o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), aliado do ex-presidente da República. Segundo Temer e Sarney, essa composição atende aos anseios de Lula e garante o equilíbrio entre senadores e deputados peemedebistas, que são adversários entre si na luta por espaço e prestígio político. "Se o Temer ganhar na Câmara, será a hora de os senadores do PMDB assumirem a presidência do partido. O Jucá é um excelente nome. Talvez, o melhor entre os senadores", diz o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder da bancada.

Dobradinha

"Isso é um gesto de quem quer o partido unido em 2010", acrescenta Alves. O acordo só foi possível porque o Palácio do Planalto interveio. Lula sempre defendeu a dobradinha Temer e Viana. Apesar disso, Renan incentivou a candidatura de Sarney. Em resposta, Lula disse que apoiaria o ex-presidente, mas lembrou que o ideal para o equilíbrio do Congresso seria evitar uma só legenda no comando das duas casas. Como o recado não surtiu efeito, o governo passou a divulgar uma ameaça travestida de alerta: se o PMDB vencesse no Senado, numa disputa realizada à tarde, provavelmente petistas e demais siglas aliadas abandonariam Temer na Câmara, onde a votação é à noite.

"Todos os líderes do PMDB disseram que não é correto um mesmo partido chefiar as duas casas. Se um peemedebista vencer no Senado, o governo entenderá que eles abriram mão da eleição do Temer na Câmara", disse o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, na sexta-feira da semana passada. "Cabe a Temer e a Sarney se entenderem", complementou. Três dias depois, houve o tal entendimento. Em conversa com o deputado, Sarney reafirmou estar fora do páreo e pediu a Jucá que articulasse o apoio a Viana e a retribuição petista na Câmara. Contrariado, Renan resolveu reagir. E, desde então, negocia apoios a Pedro Simon (PMDB-RS), sobretudo com líderes da oposição e com o baixo clero peemedebista no Senado.
  

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